DOIS CONTRA CINCO

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LIAM

Ao virar a esquina vejo a fachada nas cores rosa e creme do Rose Coffe, sempre que venho para esse cantinho de Boston sinto que estou deixando meu mundo para trás e entrando em uma realidade paralela, um local onde as coisas são mais simples, onde eu posso ser apenas um cara de vinte anos indo tomar um café.

Atravesso a rua e entro no estabelecimento, o qual além de cheiro de café, obviamente, possui também uma leve fragrância de baunilha no ar. Vou até o balcão e peço o mesmo de sempre, café preto puro com uma colher de açúcar, o qual fica pronto em segundos. Pego minha dose de cafeína e viro para procurar uma mesa para sentar.

Há algumas semanas atrás essa se tornou a minha rotina da tarde durante duas vezes na semana, terça e quinta, isso porque em um dia que as coisas não estavam indo tão bem resolvi parar no Rose. Eu estava com a mente muito inquieta e extremamente desatento, mas então alguém entrou no café e silenciou todos os meus pensamentos, tomando também minha atenção para si, ela estava de fone de ouvidos, com um livro em uma mão e o celular na outra, seus cabelos eram loiros e exalava uma beleza angelical que eu nunca havia visto em toda a minha vida, ela era incrível.

Comecei então a vir todos os dias no café, até que percebi que ela frequentava o local apenas duas vezes na semana por isso comecei a fazer o mesmo.

Às vezes penso em falar com ela, e perguntar-lhe porque em suas mãos sempre está o mesmo livro. Mas esse pensamento costuma ir embora da minha cabeça mais rápido que a velocidade da luz. Afinal, sei que que a última coisa que eu preciso agora é de mais uma pessoa para contar mentiras, de mais alguém para machucar.

Escuto o sino que há na porta tocar, olho para trás para ver quem entrou e vejo ela, com seu livro, celular e fones de ouvido. De longe a observo ir até o balcão e fazer seu pedido. Me volto para a frente antes que note meu olhar.

Pouco mais de um minuto depois, vejo pelo canto dos olhos ela passar por mim e se sentar em uma mesa próxima à janela. Logo em seguida a garçonete da cafeteria vai até a sua mesa levando seu café e um cupcake com duas velas de aniversário em cima, as quais juntas formam o número vinte.

Essa cena, uma pessoa comemorando seu aniversário sozinha em uma cafeteria, me faz lembrar do dia que eu fiz treze anos e na festa apareceu apenas a minha família e os meus dois únicos amigos, Harry e Niall.

Com a lembrança de como fiquei triste naquele dia, me levanto e começo a andar na direção da garota. Não tenho ideia do que estou fazendo, apenas faço, e por isso que o que eu falo quando me aproximo é tão idiota.

- Oi! Eu só gostaria de te desejar um feliz aniversário - devia ter parado por aí mas continuo -Ah e eu sou Liam, Liam Payne - Deus por que eu estou tão nervoso?

- Ah obrigada, de verdade - ela abre um sorriso lindo - Caso você queira saber eu sou Ashlyn, Ashlyn Rae Willson, mas pode me chamar só de Ashe.

Conversamos durante muito tempo, ela me contou sobre sua vida, no entanto sempre que perguntava sobre mim eu dava respostas superficiais ou desconversava, depois de um bom tempo acendi as velas do cupcake,  Ashe fez um pedido e assoprou, apagando a chama das velas.

Tinha dado o horário dela, por isso precisava ir, nos despedidos e assim cada um foi para suas respectivas casas.

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Ao chegar em casa sou recepcionado por um forte abraço de Harry, alguma coisa aconteceu, mas em vez de perguntar sobre apenas o abraço e quando ele diz que me ama eu digo que é recíproco.

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