Chapter 6 - Os amigos de Tobio

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Desculpa o sumiço
Boa leitura<3
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Está falando de mim?
Dá para ver claramente que sou um homem, meu cabelo não está grande o suficiente para gerar confusão e vou a academia sempre que posso.

Tobio afasta nossos lábios e com a mão direita afunda meu rosto em seu pescoço, não posso reclamar, ele sabe que amo seu cheiro doce fraquinho, mas quero olhar feio para o cara míope que me achou mulher. Kageyama vira um pouco o pescoço para o lado oposto, na direção deles. Seus ombros se mexem um pouco, provavelmente está gesticulando algo que não quer que eu saiba. Vai ser sempre assim, quer que eu veja, não quer que eu saiba... mas me largar não larga né?! Bufo.

— Ah, desculpa moço. – A voz mais grossa e estranhamente educada.

Okay vamos definir agora, cara grande do cabelo verde = voz grossa = árvore, cara pequeno, digo do meu tamanho de cabelo branco = voz estridente = pinscher.

— Não sabia que jogava pro outro lado, Kageyama-kun. – Quase vomito ao ouvir o honorífico saindo da boca do rato branco. – Lá deve ser um oásis pra você. – Já entendi que tipo de pessoa ele é. Que saco.

Rapidamente me puxa pelo pulso e sai me arrastando para saída da praça, ignorando os dois homens.

  — Só estava brincando! – Começam a vir atrás de nós e Tobio acelera o passo. – Mas pelo que parece... eu faço o seu tipo ein. – Minha única reação foi virar drasticamente para trás e encarar com desgosto o pinscher falante.

Se Tobio afrouxasse só um pouco meu pulso eu voaria na cara dele, contudo o único resultado que vou conseguir se tentar agora vai ser ralar a cara no chão.

— KAGEYAMA! – Travamos no passo. A árvore falou. – Esse não é aquele cara do galpão? – Meus dedos doem com a força que ele aperta os aperta. – Por que estão juntos?

Sinto uma corrente de nervosismo correndo pelo meu corpo, estranhamente ela vem de Tobio, eles me conhecem. Por que não diz nada? Diga algo, qualquer coisa. Ficar calado não é mais sofrido?

Não realizando minhas súplicas, ele volta a correr me arrastando novamente.

  — Kageyama, a bola... – Sussurro para que só ele ouça.

  — Fique quieto e me siga. – Se vira para me encarar. – Por favor, Hinata. – Oh...

Sei que sua expressão e tom frio nada disfarçavam as mãos trêmulas e hesitates que me seguravam. Não há como esconder que está assustado.

Acato seu pedido e silenciosamente o acompanho até estarmos bem longe da quadra. Diminuímos a velocidade dos passos e andamos tranquilamente até o ponto de encontro de hoje mais cedo, o cybercafé que nos conhecemos, tão clichê e nada romântico, exatamente como nossa relação até agora. Entramos e sentamos em qualquer lugar.

  — Não vamos buscar a bola?

  — Não. – Responde rápido. – Nem era nossa mesmo. Os donos podem voltar para buscar.

  — Acho que sim. – Ele já consegue conversar tranquilamente então acho que esteja tudo bem.

Esse é o momento, mantenha a calma Shoyo e só faça as perguntas certas...

  — Você viu o rosto deles? – Não me deixa tomar a iniciativa.

  — S-sim. — Ótimo, gaguejei e me sinto culpado.

Acho que ouvi ele murmurar um xingamento enquanto abaixava a cabeça. Parecia ser o momento certo para manter silêncio, sei que ele deseja isso, sua mente deve estar pensando em tantas coisas que eu nem posso imaginar. Estou contente por poder ficar ao menos ao seu lado.

I'm not scared - KagehinaOnde histórias criam vida. Descubra agora