Capítulo 34 - Casamento Doentio

22K 2.1K 737
                                    

Hoje é o grande dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Hoje é o grande dia.

O dia em que Annelise Bellini será oficialmente minha.

Claro que para ser minha de corpo e alma ainda falta. Fazê-la me amar está muito mais difícil do que eu pensava e com certeza meus distúrbios psicológicos tem parte de culpa nisso.

Não posso fazer muito a respeito disso ainda. Ainda preciso das minhas partes insanas para lidar com meu inimigo mais mortal. O causador do meu inferno pessoal.

Me olho no espelho e fico satisfeito com a minha aparência. Fico me perguntando se irei agradar a Anne.

Ela não me permitiu ter nem ideia de como será seu vestido, mas me pergunto qual será seu estilo.

Pego meu telefone somente para checar se minha surpresa pra ela está correndo dentro dos conformes.

Ao ter minha confirmação não consigo conter o sorriso de excitação.

Saio da mansão e me dirijo até o local da cerimônia, que não fica muito longe.

Prepararam o local próximo da vinícola que temos atrás da mansão. Estava tudo lindo como uma cerimônia deve ser, a não ser por uma piscina cheia de sangue de virgens inocente.

O cheiro quase me deixou descontrolado. Porém depois que conheci a Anne, tenho muito mais controle sobre essa parte de mim do que jamais tive um dia.

Talvez porque só me interessasse o sangue dela e ela não gostava de compartilhá-lo comigo.

Ao lado direito tinha um caixa de presente do tamanho de uma casa pequena. Lá estava minha surpresa pra Anne.

A caixa só se abriria após estarmos casados, seria mais ou menos meus votos pra ela.

Eu avisto meu irmão imbecil e minha querida mãe vindo em minha direção.

- Não acredito que meu menino vai se casar e se tornar rei da máfia. Eu me lembro quando era desse tamanho. - Ela faz um sinal com o indicador e o polegar, exagerando claramente na menção ao meu tamanho.

- Mãe, sem dramas desnecessários no casamento. - Digo.

- Mais drama do que você mesmo reservou, irmãozinho?

Lanço um olhar gélido em sua direção.

Eu o odeio, nem se quer gostaria que estivesse aqui.

Minha mãe pega no meu braço e nos posicionamos para entrar, dando início à cerimônia antes de começar uma guerra entre eu e meu irmão.

Quando avisto minha adorável e amada noiva chegar de braços dados com seu pai, meu coração dispara como nunca antes.

Nesse momento eu desejei partir com ela dali agora mesmo. Deixar toda essa merda de mafia e vingança pra trás. Eu queria dar um casamento digno como ela merece, sem toda essa bizarrice.

Meu coração se apertou e eu tive que me controlar ao extremo para não chorar.

Não de emoção.

De tristeza...

Eu não queria que fosse assim, pela primeira vez desejei ser normal e estar tendo um casamento normal, que deixasse minha mulher feliz.

Anne estava visivelmente tensa e atenta a todo o local.

Tínhamos mais convidados do que estaríamos confortáveis, mas era necessário que os principais homens da máfia francesa e italiana estivessem aqui.

Anne está tão linda que fico vidrado em sua beleza e parece que só tem eu e ela aqui agora.

Fico inquieto esperando ela chegar até mim, até que não me contenho com a demora e a busco um pouco após a metade do caminho.

A encaro ternamente enquanto seu pai a deixa com um beijo na testa.

- Não sabe esperar, não? - Sussurra ela sem deixar de sorrir para manter as aparências.

- Você está... Uma deusa da perfeição, Annelise.

Ela cora visivelmente a deixando ainda mais bela e perfeita. Sua maquiagem é leve e a deixa com rosto de boneca de porcelana. Seus cabelos vermelhos tinham um brilho sensacional no sol.

Seu vestido não é branco e sim quase bege. Reparo nisso apenas após notar os olhares para ela. A maioria escandalizado.

Essa é a minha garota. Que se dane as regras.

A guio até o altar onde tem o celebrante para dar prosseguimento à cerimônia.

Após alguns blá-blá-blás ele chega na parte onde me entrega a adaga de ouro que possui o símbolo da nossa máfia e o cálice de ouro combinando.

Eu faço menção de cortar meu próprio pulso quando Annelise segura minha mão me surpreendendo.

Ela tira a adaga da minha mão e ela mesmo me corta.

O ferimento não é feito de forma gentil, ela despejou parte do seu ódio nisso e eu sinto, mas porque estou tão excitado?

Após deixar a taça encher 2 dedos com o sangue que escorreu do meu pulso ela me entrega a adaga para que eu corte o seu pulso.

Ela está se saindo muito melhor do que eu esperava. Essa mulher não cansa de me surpreender.

Faço o corte de forma indolor e superficial, por isso minha taça enche menos que a dela, chegando a apenas 1 dedo. Isso me deixa triste.

Pegamos as taças e cruzando nossos braços um no outro  e bebemos.

Anne ficou visivelmente enjoada ao fazer aquilo mas  tomou tudo de uma vez só cerrando os olhos com força e acabando com o sangue que estava no copo, com apenas uma golada.

Eu me deliciei com deu doce sangue mas não nego que quando bebo direto da fonte o sabor é melhor, misturado a sua pele deliciosa.

Ver uma gota do meu sangue escorrendo pelo canto da boca dela e seus lábios mais vermelhos devido ao líquido tiveram um efeito eletrizante no meu corpo. Eu queria a tomar ali mesmo, nunca antes havia me sentido assim. Estava beirando a loucura quando por fim chegou a hora de Anne mergulhar na piscina de sangue.

Ela sorriu e me tirou da minha transe obsessiva e doentia por ela.

- Não vou entrar ali. - Ela diz encarando o celebrante firmemente.

Ele me encara e eu nada digo, quero ver o que ela planejou.

- É parte do ritual do casamento. Não posso casa-los sem você fazer isso. - Diz ríspido e quero soca-lo por falar assim com a minha mulher.

Anne surpreendentemente sorri e levanta seu vestido, me fazendo pensar que vai mostrar a calcinha pro homem, mas tira de sua coxa uma arma dourada e aponta pra cabeça do celebrante.

Estou em choque e surpreso e confuso e...

Nem sei o que pensar ou o que dizer.

Apenas observo minha linda esposa que parece uma princesa, sorrir de forma perturbadora pro celebrante que a encara com espanto.

- Eu disse: Não. Vou. Entrar. Ali! - Sua voz e firme e alta enquanto repete as palavras pausadamente uma a uma.




Amor Doentio Onde histórias criam vida. Descubra agora