Capítulo 1 - ponto de partida

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Noah abriu os olhos e inspirou fundo, piscando até os seus olhos se acostumarem com a claridade do seu quarto. Ele demorou uns minutos estático na cama, mas assim que se sentou ele começou a pensar no que aconteceu e percebeu que tudo realmente tinha acontecido e que o lado esquerdo da cama estava de fato vazio.

Droga!, ele suspirou, apertando o cenho irritado. Por que que você fez isso?

E em seguida, ele se levantou.


***


Noah colocou a camisa e ajeitou a mochila, pegando as chaves pronto para partir. A sua irritação com ter se acordado cedo demais só não era maior do que a de perceber que confiar em Felipe era algo que ele já deveria ter desistido quando o assunto era um rabo de saia em um domingo à noite.

Depois de trancar a porta, ele caminhou a passos rápidos para o ponto do ônibus irritadíssimo com a vida e Felipe.

Ele parou no ponto e puxou o celular, olhando as horas mais uma vez para confirmar se o seu ônibus já tinha passado ou não e relaxou os ombros por saber que ele estava para chegar.

Confie no Felipe, Noah., ele repetia, trincando o maxilar. O que pode dar de errado, Noah? Quais são as chances dele te largar de mão e ir atrás da franjudinha que ele passou a noite toda secando? Baixas, não é mesmo? E olhou para frente, soltando o ar.

O tempo estava frio, não deveriam ser sequer 6h10 ainda e ele já estava suando de raiva por ter que estar de pé. Hoje definitivamente não seria o seu dia, mas pelo menos hoje era a última semana útil do mês para a sua felicidade e na seguinte o salário cairia.

Ele ali!, ele avistou o ônibus chegando e estendendo a mão. E lá vamos nós.

Ele subiu no ônibus e passou a catraca, não se atendo muito a nada e ninguém devido ao humor.

Ele esbarrou em uma moça baixa, de cabelos loiros e olhos verdes, e eles se encararam até que ele a pediu desculpa por ter passado como se ela não estivesse ali.

— Me desculpe novamente — ele repetiu, encarando os seus olhos verdes.

— Tudo bem — ela respondeu, amena. — É segunda-feira, não?

— E que segunda — ele repetiu, frisando isso e deixaram o assunto morrer.

O ônibus parou, voltou a andar novamente e quando Noah se sentou, ele puxou Carmilla da mochila.

— Que edição bonita de Carmilla — ela disse, encarando o exemplar de capa dura na mão de Noah.

Ele se virou para a loira e concordou, pois era de fato um exemplar realmente bonito e ela saber disso provava que ela ao menos tinha alguma cultura.

— Uma mulher de cultura — ele seguiu, olhando as suas feições com atenção. Os seus cabelos loiros eram enormes, ele notou, deveriam ir até a cintura e além dos grandes olhos verdes, ela tinha um rostinho redondo que a deixava com cara de criança. — Gostei de você, moça.

Ela deu um sorrisinho em resposta e o perguntou o seu nome.

— Noah e o seu? — ele respondeu com outra pergunta.

— Jasmin, um prazer em te conhecer, Noah — ela retrucou, maneando a cabeça para o lado.

— O prazer é todo meu, Jasmin — ele disse, assentindo com a cabeça.

Os dois tinham bastante em comum, ele notou e a conversa se prolongou até ele dizer que estava já chegando ao seu destino final e oferecer o seu lugar.

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