Capítulo 07: Nunca é tarde para viver mais

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08 de dezembro (Parte 2.)
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— Acho difícil que a gente não se encontre mais, até porque, conhecemos pessoas em comum agora... — Falei me desvencilhando do abraço.

— É verdade... — Caio falou e sorriu entusiasmado.

Eles se sentaram mesa em que estávamos, e conversamos um pouco.

Caio me disse que ficou preocupado quando Joana disse que eu tinha ido parar no hospital... mas não tinha como me visitar...
E falou que também não ficou nada bem do acidente. Teve dor de cabeça forte por 2 dias...
Mas tirando toda essa tragédia que aconteceu depois, a gente conseguiu relembrar positivamente sobre a noite do parque...

— Gente, o que acham da gente ir para uma boate aqui ao lado? Fica há uns 5 minutos a pé. É que aqui não vai tocar mais nada de bom... — Disse Malu.

— Humm, por mim tudo bem! — Gael falou.

— Ai, gente, lá é muito bom. Garanto pra vocês! Quando comecei a namorar Maria Luíza, a gente sempre se encontrava lá depois do trabalho. Fizemos amizade até com o barista... Ele consegue desconto pra gente na maioria das bebidas. — Disse Joana.

Discutimos por algum tempo se iríamos ou não, mas no final, todo mundo se animou e decidimos ir.

— Moço, pode trazer a conta daqui, por favor? — Falei.

Dividimos tudo e pagamos.
E então, fomos em direção à saída do bar.

Apesar de ser segunda-feira, a rua estava cheia. E na parte de fora do bar, muita gente conversava sentada nos passeios enquanto carregavam cigarros e copos cheios de líquidos que provavelmente seriam cervejas.

Nós estávamos andando, conversando e rindo alto uns com os outros.
O céu estava estrelado, e a noite não estava tão fria como de costume.
Era uma sensação muito agradável.

— Tem cigarro aí? Acabei não lembrando de comprar quando saímos do bar... — Perguntei para Caio.

— Tenho, mas é cigarro com outra coisa. — Disse Caio.

— Ah, tudo bem. — Falei.

— Eu tenho. — Disse Joana tirando da bolsa e me entregando.

— Caramba... — Falei em tom de surpresa e traguei o cigarro.

— Que foi? — Caio pergunta.

— Lembro de ter sido pedida em namoro pela primeira vez aqui. Bem aqui nessa rua, na frente daquela árvore. — Falei apontando para uma enorme árvore de ipê amarela à nossa esquerda. — Foi romântico, mas depois de um tempo, ele começou a ser muito escroto comigo e terminamos sem fazer nem 3 meses... — Falei.

— É, eu me lembro dele! Ele ainda trabalha no mesmo lugar que eu. Nunca deixou de ser insuportável! — Disse Júlia falando alto para que eu pudesse ouvir.

— Já namorei algumas vezes, e na maioria delas, fui muito idiota comigo mesmo por me deixar passar por situações que eu poderia escolher sair. Desde o meu último relacionamento, dei um tempo disso. Acho que se relacionar exige muita disposição e maturidade para entender um ao outro. Ainda mais quando se é músico... É difícil porque ninguém entende, que de fato, a gente precisa viajar e estar fora o tempo inteiro. — Disse Caio.

— É, imagino como deve ser... Eu também fiz escolhas antes de me mudar para Veneza. Escolhas que doeram muito em mim... — Falei pensativa.

Dobrávamos esquinas e esquinas...
Esse caminho até a boate, definitivamente não era de apenas cinco minutos.

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