Todas As Dimensões De Amar

Capítulo 11: Ressaca emocional

— Oi, bom dia... — Acordei com Léo surrando e passando a mão em meu cabelo. — Tenho que te deixar em casa porque preciso resolver uma coisa no meu trabalho. — Disse ele.

Abri meus olhos e, devagar, fui enxergando o rosto dele e o corpo sem camisa virado de lado pra mim.
Me espreguicei e puxei os lençóis abraçando-os.

— Que horas são? Por que vai tão cedo...? — Falei sussurrando e fechando os olhos com sono.

— São 10h30, meu bem. Eu preciso ir. — Falou sorrindo.

É, ele disse isso. Meu bem.
Claramente foi sem intenção, mas meu coração gelou. Ao mesmo tempo que senti saudade da voz dele falando isso, senti como se fosse qualquer outra pessoa dizendo...

— Tudo bem. — Falei.

— Fiz o café da manhã. Tô na sala te esperando pra gente comer. — Ele disse dando um beijo na minha testa e saindo pela porta.

Me levantei com muita preguiça e comecei a dobrar os lençóis.

Estava pensando sobre como tudo foi rápido e louco de ontem para hoje.
Eu só saí de casa pra ver como as coisas estavam desde que fui embora, e acabei transando com o meu ex que eu não falava há mais de um ano...

Eu não sabia ao certo como estava me sentindo. Era como responder "sei lá" quando alguém pergunta se você está bem.

Sei que no fundo a gente sempre sabe a resposta, mas dessa vez eu realmente não sabia.
Estava curtindo e me deixando levar sem pensar em como iria me sentir daqui a qualquer segundo.

A única coisa que eu tinha certeza naquele momento é de que eu tinha um peso a menos.
O fato de saber que uma questão da minha vida finalmente estava resolvida.

Fui até o banheiro, tomei banho e coloquei a minha roupa.
Eu tenho um segredo chamado: guardar calcinha na bolsa pra qualquer emergência.
Nunca se sabe se a gente vai parar na casa de alguém e acabar dormindo...

Passei o perfume que estava no guarda-roupa do Leonardo e fui até a sala que era acoplada com uma cozinha americana.

Ele estava colocando as coisas do café na mesa, e então eu me sentei em uma das cadeiras.

— Dormiu bem? — Perguntei.

— Sim, e você? — Ele disse se sentando na mesa comigo.

— Eu também. Você tem uma ótima cama. — Falei.

— Como você está se sentindo? — Ele disse me fazendo responder rapidamente.

— Ah, estou ótim... — Falei e ele me cortou.

— Não... em relação a gente. — Disse ele.

— Eu não sei... e você? — Perguntei.

— Tô bem. Eu só não quero que fique estranho. Talvez você ainda esteja magoada ou algo do tipo, então se a gente quiser voltar a ser amigos, vamos com calma... — Falou.

— É, você tá certo... eu tô me sentindo mais esquisita do que bem, pra falar a verdade... sei lá... — Falei.

— Acho que é porque a gente não se vê e se fala há muito tempo... e tudo aconteceu rápido... — Ele disse.