— Ei, cuidado com o meu pé! — Alguém disse enquanto descia da van.
O lugar estava um completo breu. Quase não dava para enxergar nada. Só era possível ver catracas e portões de ferro que separavam onde a gente estava do outro lado, que também não tinha nem um pingo de iluminação.
— Alguém pode por favor ligar a lanterna do celular? O meu está em 2% de bateria... — Maria Luíza disse. Joana correu para junto e entrelaçou os braços nela.
— Os portões estão quebrados... se fizermos uma força, acho que conseguimos entrar. — Disse Caio um pouco afastado de onde a maioria estava.
Dois meninos foram até Caio e impulsionaram o portão para frente. Que se abriu fazendo um estrondo.
Quem podia ligar a lanterna, estava com ela acesa. E então, fomos caminhando até a parte de dentro. Não tinha telhado. Era um lugar enorme, arejado e escuro. O círculo gigantesco estava lá a alguns metros da nossa frente. Mas ainda assim, era impossível saber o que de fato era.
— Mas que merda de lugar é esse? — Falei.
Estávamos todos andando em passos pequenos com as lanternas iluminando o vasto chão de terra.
— Não queria ter te metido nisso. Te chamei para uma roda de violão, e agora estamos aqui andando em um lugar esquisito tentando entender o que é. — Caio falou ao se aproximar de mim.
— Você acha que eu iria te ouvir falar com tanto mistério sobre isso aqui, e não iria vir para descobrir o que é? — Sorri. — Acredite, curiosidade é o meu segundo nome. — Falei
Ele era muito simpático.
Dei risada.
— O que foi? — Caio perguntou.
— Desculpa...! — Sorri. — É que eu estava lembrando que quando te vi naquela sacada, imaginei que fosse ser metido. — Falei.
— É o que todo mundo me diz antes de me conhecer. Acho que sou mais reservado com quem não conheço. Talvez seja isso. Mas é irônico te dizer isso, já que não fui assim com você... — Ele disse.
Quando olhei para trás, vi que todos estavam bem longe de mim e do Caio.
A gente nem reparou que andávamos sozinhos há bastante tempo. E naquele instante, estávamos há pouquíssimos passos do gigantesco círculo.— Você quer esperar aqui até todo mundo vir? — Caio perguntou.
— Acho que é melhor, né? Vai saber o que tem nesse lugar... — Falei.
De repente alguém de longe gritou.
— ACHEI! ACHEI AS CAIXAS DE LUZ!
Parados em frente ao círculo, eu e Caio esperávamos.
— PRONTO! VOU LIGAR! — Gritaram de longe.
Com um barulho alto de interruptor ligando, as luzes acenderam.
E em frente a nós dois, o que entendíamos ser um círculo era, na verdade, uma imensa roda gigante, que agora estava inteiramente ligada.
— Que incrível... — Falei.
O interruptor acendia um brinquedo por vez. E meus olhos acompanhavam em câmera lenta cada um deles se acendendo.
Estávamos em um parque de diversões.
[Música do momento: "Terminei Indo", de A Banda Mais Bonita Da Cidade.]
Os brinquedos se mexiam e refletiam várias luzes coloridas.
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Todas As Dimensões De Amar
Fiksi Sejarah- ROMANCE - Cecília, uma brasileira, artista plástica e publicitária, que atualmente mora em Veneza. Cheia de sonhos, gosta de conhecer lugares e pessoas novas para ganhar inspirações para suas pinturas. Com um ano trabalhando duro para conseguir u...