Sem saída

12 2 4
                                    

Eu estava atormentado enquanto ouvia o som do carro acelerando com aquele odor forte de álcool que havia no John. Estava fardo de tudo isso que estava acontecendo e já nem estava ligando para o que a morte pretendia comigo com aqueles avisos. Seja o que havia de acontecer, aquele era o momento exato de falar a verdade para ele sobre o assassinato sem prejudicar alguém além de nós. Claro que eu poderia morrer, mas nessas horas...seria uma belo favor.

Então...não pensei duas vezes.

— Eu matei os meus pais. 

Ele pisa no freio a fundo e o carro começa a queimar o pneu pela estrada por alguns segundos. O carro para e ficamos em silêncio por mais alguns segundos com o coração palpitando sem parar.

Ele começa a olhar pela janela bastante agitado e dar umas risadas curtas, parecia um ataque de esquizofrenia. 

Seus dedos começam a ficar se movimento batendo no volante rapidamente e seu corpo tremia. Ele suava constantemente e sua ofegância era assustadora. A todo momento, imaginava que ele iria sacar uma arma do seu bolso como nos velhos filmes de ação policial.

— Aquele cara que eu matei...que eu esfaquiei...e joguei no mar...era inocente. — disse John — Você simplesmente FUDEU com a minha vida, Maykon.

— Ele me espancava John. A minha mãe se colocou na frente da arma quando eu ia mata-lo. FOI UM ACIDENTE! POR FAVOR, ENTENDA O MEU LADO!

— SE VOCÊ FOSSE TOTALMENTE INOCENTE, NÃO MENTIRIA NA MINHA CARA SOBRE ISSO. VOCÊ MATOU A ÚNICA COISA QUE ME RESTAVA.

— E ERA A ÚNICA COISA QUE ME TORTURAVA JOHN. VOCÊ JAMAIS ENTENDERIA POIS TEVE O PRIVILÉGIO DE SAIR DAQUELA MALDITA CASA. NÃO SABES A VERDADE? ELE NÃO ERA O NOSSO PAI. NOSSA MÃE ERA UMA VADIA! FUDEU COM OUTRO E QUANDO O NOSSO VERDADEIRO PAI SOUBE, SE MATOU COM UM TIRO DE 12 NA CABEÇA.

John me deu um soco o qual me deixou desorientado. Ele me segurou pela borda da minha roupa e falou nos meus olhos:

— Você é um NOJO!!! Ela é a única pessoa que cuidou de nós. Se ela fosse diferente...teria nos abortado. Você ainda se atreve a chama-la de vadia? NÃO JUSTIFIQUE O ERRO DELA COM O QUE VOCÊ FEZ SEU IMUNDO! VOCÊ MATOU ELES E A MIM E NADA MAIS IMPORTA.

— Então...irmão, você deve terminar igual a eles.

Ele sacou uma um calibre 38 na minha testa e eu consegui torcer seu braço rapidamente derrubado a arma no tapete do carro.

Eu fui para cima dele o enforcando com todas as minhas forças, mas ele era muito resistente e tinha uma envergadura muito maior que a minha. Isso possibilitou com que me desarmasse e me atirasse contra a janela com um chute muito forte.

A janela trincou ocasionando no sangramento do meu crânio. Latejava bastante e isso tirava a minha atenção com a minha vista embaçada com o impacto.

John ficou em cima de mim e jogou todo o seu peso com o meu tórax para aplicar vários golpes em meu rosto. Isso deixou a minha face totalmente deformada e sangrava muito. Minha visão ficou vermelha devido o meus olhos ficarem encharcados com o sangue coagulado.

Comecei a tentar derruba-lo girando o meu corpo para o lado, uma tentativa fracassada que só fez eu rasgar o músculo das costas.

Depois dele desferir muitos golpes...tentou me enforcar prendendo as unhas em meu pescoço. Algumas chegou a furar, forcei o pescoço para deixa-lo mais rígido. 

Depois perceber que a minha visão escurecia, lembrei que no meu bolso havia um canivete que sempre levava comigo. Levei a minha mão tremula e desesperada para o meu bolso direito e tive dificuldades de agarra-la. 

Quando eu finalmente consegui empunha-la, enfiei diretamente em sua traqueia. 

O sangue espirrava, mas mesmo assim ele se esforçou ao máximo de me matar antes mesmo de cair duro.

Seu sangue espalhou-se em minha camisa o deixando completamente vermelha. O sangue do meu irmão, naquele momento, ficava marcado em meu corpo como o sangue de Abel nas mãos de Caim. 

Quase inconsciente com esforço em respirar, me levantei e abri a porta do carro para poder fugir. Entretanto, pela curiosidade ser extremamente alta no momento, resolvi vasculhar o corpo de John começando pelo seu chapéu e fedia muito o qual nunca tirava.

Então...me deparei com uma visão que nunca vou me esquecer. A cabeça de John estava aberta com o osso do crânio exposto com muitos larvas que faziam buracos grandes. Desses buracos, saiam secreções que pareciam merda  de alguém que hemorroida.

— Mas...que porra é essa? — Falei recuando para trás.

Fechei a porta do carro e senti uma mão sobre o meu ombro. 

Após eu virar o rosto para ver o que era, me deparo com o meu irmão com o furo na garganta e com o crânio exposto da mesma forma que ví. Mas, sua aparência era de cadáver e fedia a formol.

— Seu filha da puta! Olha só O QUE VOCÊ FEZ!!! — disse a criatura — Agora...iremos conversar a sério. Você vai entrar naquele carro e iremos negociar. Fique tranquilo, temos a noite toda para falar sobre a sua vida.



Dominado Pelo ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora