Conversa revelativa

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— Eu não conheço você.

— Claramente não, mas vou explicar melhor se permitir. Posso entrar um momento? 

Desconfiado com aquele estranho, permiti que entrasse e tivesse a chance de se explicar. É até loucura imaginar uma pessoa permitir a entrada de um estranho as 01:00 da manhã, como se eu praticamente estivesse entregando a minha alma para um possível bandido (Ou polícia depois das cenas de sangue que aconteceu). Mas no momento, não conseguimos pensar em nada a não ser torcer por uma possível ajuda milagrosa, como vemos em muitos filmes em momentos de pânico sem saída.

 Mas no momento, não conseguimos pensar em nada a não ser torcer por uma possível ajuda milagrosa, como vemos em muitos filmes em momentos de pânico sem saída

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— Desculpa eu te incomodar. Meu nome é John Taylor. Eu sou o seu irmão mais velho.

Fiquei pensativo tentando acreditar em que eu ouvi. Meus pais nunca haviam me mencionado um irmão, sempre diziam que eu era o único da família. Algo que me impressionava mais nessa hora é que ele não parecia nada comigo. Possuía um estilo rebelde de um galã descolado em Nova York com um porte definido um pouco mais alto que eu.  Com certeza conquistava várias garotas com essa personalidade.

— Meus pais nunca falaram de você. Como sabe quem eu sou, se eu nunca lhe ví? — É chocante você falar de seus pais com tanta naturalidade sabendo que estão mortos (Mesmo com a possibilidade que não seja o único).

— Eu sai de casa quando você ainda era pequeno. Me mudei para uma cidade um pouco mais longe que essa para ter minha vida independente após alguns conflitos com eles. — disse ele com uma expressão pensativa como se aquilo ainda afetasse a sua vida atualmente. Era um pouco pesado ver aquilo naquele momento. — Então recebi um aviso as 22:00 com um dos vizinhos falando que nossos pais haviam sumido.

1 hora depois de eu ter saído com o carro do papai, foi muito rápido. Entretanto, notaram somente os seus desaparecimentos sem chamar a polícia, senão teria visto os carros no momento em que eu lutava com aqueles dois caipiras imundos.

— Como falaram que você também havia sumido, fui imediatamente para ver o que tinha acontecido. O carro do papai estava no meio da estrada todo quebrado e imaginei que ele e a mamãe estaria aqui acidentado ou algo assim. Eu peguei informação com a recepcionista lá em baixo e ela disse que um homem tinha acabado de alugar um quarto, então encontrei você. 

Eu tinha que descobrir uma maneira de engana-lo antes que descobrisse algo. Imagina o que poderia acontecer se um irmão soubesse que outro irmão matou os pais. Seria um holocausto. 

Eu me sentei em uma poltrona e convidei para John acomodar-se logo a minha frente em seguida e expliquei controlando a minha tensão sobre o assunto.

— Eu fiz como você. — afirmei arrumando os meus cabelos que estavam bagunçados, já que não tive tempo de arruma-los. — Tive uma conversa com a minha mãe sobre ter minha própria vida, ela apoiou e meu pai ofereceu o carro dele para eu sair de lá o mais rápido possível. Ele já estava implorando para nunca mais me ver mesmo.

— Sei. — disse John com um pequeno sorriso na lateral esquerda de sua boca. — Papai e seu senso de humor. Enfim...eu quero te ajudar no que precisar. Pensei que estivesse mais triste do que eu pensava, mas vejo que a sua dificuldade mesmo é ter um lugar para morar. Imagino que você não queira ficar num quarto onde várias pessoas já se esfregaram em uma orgia suja e tóxica. Logo alguém vai chamar a polícia para investigar o caso. Estou preocupado.

— Não é só você. Obrigado por fazer eu perder o meu sono. — Ironizei.

John botou a mão direita em seu bolso e tirou algo que parecia um pedaço de papel velho. Parecia que tinha se limpado com aquilo de tão sujo. Eu estava com muito nojo de pegar aquilo como estava, mas isso ofenderia ele.

— Ligue para mim amanhã de manhã se quiser. Vou dormir por aqui mesmo e podemos conversar melhor sobre sair daqui.

— Como assim? — Perguntei.

— Bom...posso levar você para casa até se estabilizar. Se tiver dúvidas se realmente eu sou seu irmão...posso te mostrar umas provas. 

— Eu vou pensar. Agora por favor, eu quero dormir.

 Agora por favor, eu quero dormir

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John agradeceu a sua visita levantando levemente da poltrona até a porta de saída. Após ele descer as escadas até o seu carro estacionado, observei a coisa mais linda que já ví. Cara, um Cadillac The Ville 1959 vermelho 2 portas. Aquele carro ficou marcado na minha mente durante toda a minha vida.

Eu tinha que fazer uma escolha. Só havia eu e um maldito número em um papel higiênico que parecia ser usando na minha mão. Que cara mais imundo é ele.










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