Uma nova jornada

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Frio, insônia, medo e arrependimento. Era tudo o que eu mais tinha no momento.

Acredito que histórias como essas são raríssimas de acontecer. Juro que tentei várias vezes botar na minha cabeça que aquilo tudo era apenas um pesadelo. Me perguntava o que leva a pessoa ter a má sorte de conviver com esse tipo de experiência tão maluca e grotesca, difícil até mesmo de imaginar. 

Após umas 4 horas de viagem, finalmente havia chegado na cidade mais próxima, apesar de estar tudo fechado na minha chegada. O caminhão estava com pouca gasolina, o que fez eu implorar por algum posto 24 hs no momento. Mas, era o suficiente para eu encontrar um quarto para dormir um pouco.

Diminui a velocidade observando as casas ao lado, eram bem humildes, nada que demonstrasse um bairro nobre ou algo parecido. A pista estava encharcada com bastantes poços de água que faziam bastante barulho quando eu passava por cima.

Avançando alguns metros, encontrei um estacionamento semelhante a de um motel. O sono estava tão grande que eu nem me importei com a possibilidade de ouvir gemidos nos quartos ao lado, se é que me entendem. Porém, eu só queria fechar os olhos e tentar me esquecer um pouco do ocorrido, por mais difícil que seja.

Estacionei o caminhão um pouco distante da porta de entrada do motel. Por sorte havia chegado com o estacionamento vazio, menos trabalho para mim.  Eu tirei a roupa cheia de sangue e entrei sem camisa, já que um lugar como aquele era bastante comum pessoas assim.

O Motel eram bem simples, continha dois andares dois andares com aproximadamente 6 quartos cada. havia algumas janelas com luzes e ligadas e outras desligadas. Entrei por uma porta dupla de vidro parecido com as de farmácia me deparando com uma atendente.

— Está de viagem? Não é comum pessoas aparecerem nesse horário aqui.  — Afirmou a moça.

— Estou de mudança.  — Afirmei.

— Uma noite é custa 50 dólares. Mas um cara como você merece um desconto pagando de outra maneira.  

— Eu pago inteira mesmo.  — respondi abaixando rosto envergonhado  — A senhora permiti eu ficar aqui por um tempo até eu me estabelecer? Prometo que não vou demorar muito. Pago até mais se quiser.

  — Não precisa, desde que deixe os pagamentos em dia, está tudo certo.

A mulher possuía cabelos curtos e pretos com olhos castanhos claros. Possuía um sorriso atraente com lábios perfeitos, nem curtos e nem grandes. Ela devia ter uns 25 anos, observando pelo seu jeito de moça jovem e suas roupas modernas.

Após o pagamento, voltei para pegar as minhas coisas no caminhão, que não era muito por sinal. Abri a porta e peguei a mochila que estava no banco esquerdo, porém sem a espingarda, já que não cabia na mochila. Levei somente o calibre 38 para caso alguma coisa aconteça.

Retornei para o motel subindo uma escada que havia do lado da bancada onde estava a atendente. Mas, ouvi algo que me deixou arrepiado.

— Não esqueça de lavar a camisa.  — Disse a senhora.

Virei para ela bastante assustado. Ela não tinha visto a camisa com sangue em nenhum momento. Como ela sabia disso?

— O que disse?  — Perguntei.

— Suas camisas. Devem estar sujas com a viagem.  

— Ah. É verdade haha. Obrigado por lembrar.  — Falei enquanto me direcionava para a escada novamente.arr

Entrei em um quarto de número 13. Havia 4 compartimentos, sendo sala, banheiro, quarto e cozinha. Algo bem básico para sobreviver mesmo.

Deixei a mochila ao lado da porta e procurei o banheiro para tomar um banho. Acho que o meu fedor foi um dos motivos da moça me avisar sobre as camisas. Fiquei bastante feliz pelo banheiro possuir uma banheira, era capaz de eu dormir ali mesmo.

Dominado Pelo ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora