Capítulo 1 - A Vagabunda

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Pra começar escutem: The Logical Song - Supertramp

A letra é bem interessante mas, na verdade é engraçado que a banda chame "super vagabundo". 

Boa leitura!

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Pov Lauren

Há uma vagabunda no meu gramado. Talvez eu deva usar um termo melhor, algo mais politicamente correto. Pessoa sem-teto? Mendiga? Não. Vou continuar com vagabunda. Porque duvido que ela realmente seja sem-teto ou sem meios. Seu estado atual parece mais uma escolha do que uma situação.

A grande Harley preta e cromada que bateu na minha pobre cerca da frente é prova suficiente de uma riqueza. Essa merda arrancou metade do meu gramado quando se arrastou para baixo. Mas não é culpa da moto. Estreito os olhos para a vagabunda. Não que ela fosse notar.

Ela está esparramada de costas, braços sobre o estômago e claramente derrotada. Eu me pergunto se ela está morta, mas seu peito se eleva e cai no padrão constante de um sono profundo. Talvez eu devesse me preocupar com a saúde dela, mas já vi isso antes. Muitas vezes.

Deus, ela fede. A causa do seu mau cheiro é óbvia. Suor embebe sua pele. Uma trilha de vômito marca sua camiseta preta.

Meu lábio se enruga em desgosto e engulo rapidamente para evitar a ânsia. Um punhado de longos cabelos castanhos escuros cobrem seu rosto, mas estou supondo que a mulher é jovem. Seu corpo é magro, a pele de seus braços firme. De alguma forma, a torna ainda mais deprimente. O auge de sua vida e ela está caída bêbada. Adorável.

Me movo ao seu redor, resmungando sobre idiotas bêbados e então caminho de volta para seu lado com a mangueira na mão, mirando com cuidado.

A água sai em alta velocidade, acertando meu alvo com um chiado e respingos satisfatórios.

A vagabunda se agita e levanta um pouco, balbuciando e se debatendo, procurando a fonte de seu tormento. Eu não desisto. Quero que o fedor vá embora.

— Saia do meu gramado. - Porque ela está completamente suja, aponto para baixo, encharcando suas calças e virilha.

— Filha da puta! - Ela tem uma voz suave e está rouca. — Você pode parar, porra?

— É... não. Você cheira a merda. E eu sinceramente espero que você não tenha cagado nas calças, amiga, porque isso é o fundo do poço.

Levo o jato de água para cima do seu corpo magro em direção à sua cabeça. O cabelo comprido e escuro chicoteia em todas as direções enquanto ela pula de novo. E então ela ruge. 

O som toca meus ouvidos e realmente deveria colocar medo em mim. Mas ela está fraca demais para ficar de pé. No entanto, um antebraço se levanta, tirando as mechas molhadas de cabelo do rosto.

Tenho um vislumbre de olhos escuros brilhando com raiva confusa. Hora de encerrar isso. Deixando de lado o bico pulverizador, abaixo minha arma.

— Como eu disse, saia do meu gramado. - Sua mandíbula se flexiona.

— Você está louca, porra?

— Não sou quem está coberta de vômito e jogada na propriedade de uma estranha. - A vagabunda do gramado olha ao redor como se tivesse acabado de perceber que está no chão. Ela não poupa um olhar para sua roupa. Vendo como elas estão encharcadas marcando sua pele, provavelmente ciente do seu estado.

— Aqui vai uma dica. - Digo, jogando a mangueira no chão. — Não seja tão clichê. - Isso a faz parar e piscar para mim, a água correndo em riachos por suas bochechas.

Uma Roqueira Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora