Capítulo 8 - Corte De Cabelo

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Chris Isaak - Wicked Game

Boa leitura!

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Pov Lauren

Geralmente depois de uma tempestade, as coisas se acalmam. A terra começa a respirar um pouco. Não aqui. O calor se instala como um cobertor grosso, sufocando tudo em seu rastro, tornando o mundo úmido, pesado e lento. 

Sem energia, não há nada a fazer além de chafurdar. Até mesmo ir à praia é inútil. O Sol do verão queima a areia e assim que você sai do oceano, está assando, cheia de areia e infeliz.

Me conformo em descansar no sofá da varanda, as cortinas abaixadas contra o Sol, de vez em quando, roubo um gelo que derrete rapidamente no cooler que enchi. 

Shorts jeans e uma regata fina são tudo o que posso usar, pela primeira vez, sou grata pelos meus peitos, porque isso significa que posso ficar confortável sem sutiã. Ou talvez não. 

Estou muito consciente do tecido se agarrando à minha pele úmida, delineando meu corpo. Mas o que posso fazer? Não estou disposta a sofrer mais nesse calor colocando outras roupas, então se Camila estiver vendo mais do que o necessário, que seja.

Ela não está me olhando de qualquer maneira. Está esparramada no chão, tocando algumas notas no seu violão e tomando goles da limonada que fiz. A lenta vibração de seu violão me acalma e acabo cochilando algumas vezes.

— Se a energia não voltar até amanhã. – Camila diz, me tirando do meu torpor. — Vamos para um hotel em Wilmington. - Não me incomodo em abrir os olhos.

— Vai voltar. - Ela solta um resmungo aborrecido. 

— Nós deveríamos ter ido essa manhã.

— Não sabia que demoraria tanto tempo. Além disso, o Sol está se pondo. Vai ficar mais fresco. – Camila murmura, o que pode significar que está de acordo ou o equivalente vocal a uma revirada de olho. Não me importo. 

Estou muito quente. E o calor está me afetando. Eu deveria estar indiferente. Mas não. Estou inquieta.

Um calor espesso e pesado se instalou em mim também, acariciando minha pele, chamando minha atenção pra ela. 

Estou ciente da maneira como meu peito sobe e desce a cada respiração. A transpiração escorrendo pela minha coluna e o gelo que estou esfregando lentamente sobre o meu esterno derrete em riachos que escorregam entre meus seios.

Mas não é o clima. Não de verdade. É Camila sentada do outro lado, vestindo nada mais do que shorts baixos e um top, o brilho de suor em seu torso tonificado. É o som profundo da sua voz, tão lindo que puxa meus mamilos e toca naquele ponto dolorido entre minhas pernas.

Me mexo, odiando o calor que pulsa lá, lascivo e necessitado. Eu tenho que lutar contra o desejo de arquear minhas costas e empurrar meus mamilos para frente, chamando sua atenção para eles. Implorando.

Camila canta uma música baixa e suave que nunca ouvi antes. Me concentro nas letras. É sobre alguém, sem objetivo e cansado, encontrando consolo no sorriso de uma mulher. É sobre sexo, sexo preguiçoso e lânguido, que se prolonga por dias.

Eu quero pedir a ela pra cantar outra coisa. E mesmo assim não quero que ela pare. Mas ela pára. Pára e recomeça, percebo que está compondo. Os arrepios correm pela minha pele.

— Música nova? - Murmuro quando há uma pausa, brincando com uma progressão de acordes.

Ela está escrevendo desde que cantou comigo há alguns dias. E tem sido uma emoção testemunhar isso. Quando uma música a atinge, é forte e rápida. 

Uma Roqueira Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora