Parte 44

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[3 dias depois ...]

Não temos ainda nenhuma noticias da Néria, vim para Sky Town conversar com a Zana e os pais dela, logo a seguir fomos a uma delegacia dar queixa.

Nem eu que tenho muitos contactos consegui encontrá-la, parece que a terra a engoliu , os pais dela dizem que ela nunca desapareceu tanto tempo sem avisar, e o telefone dela dá desligado.

Na delegacia dei o meu depoimento e ao mesmo tempo eu sabia que estava encrencado, sempre que há um desaparecido de uma mulher os seus parceiros são os principais suspeitos. Recomendaram-me não sair da cidade sem autorização. Fiquei na mansão e mandei a minha filha e os funcionários virem para cá também.

Já não sei onde procurar, os pais dela ficaram muito mal, pior ainda quando eu contei sobre a gravidez. E isso me faz se sentir muito culpado, se eu não tivesse saído que nem um covarde a Néria não teria desaparecido. Fiquei todo dia na casa contactando detetives particulares para casos de desaparecimentos.

Antónia bateu a minha porta avisando que tinham policias a minha procura com um mandato de prisão, um dos policias era o Denzel e eu não estranhei.

— Dilan Fonseca, vocês está preso pelo o desaparecimento de Néria Western — Falou ele me algemando.

— Qual é Denzel? Tu e eu sabemos que não dará em nada por falta de provas, ao invés de estarmos aqui devíamos procurar por ela.

— Tudo o que dizer será usado contra sí.

— Antónia, liga para o nosso advogado.

— Sim, senhor Dilan.

Fomos até a delegacia e me meteram em uma sala de interrogatório. Seria o Denzel a me interrogar.

— Diga o que aconteceu.

— Eu já contei a policia.

— Repita — Disse ele meio frustrado.

— Néria e eu nos reconciliamos, após o julgamento ela foi até minha casa e ... — Ele me cortou.

— Ela foi até sua casa? Câmaras de segurança registaram o momento em que ela foi levada. Homens desceram de um carro preto e a fizeram subir, em momento algum vemos ela indo por vontade própria. Confessa!

Merda! William e os seus métodos, agora é que eu estou fodido — Pensei.

— Diz o que você fez com ela?

— Eu já disse, ela foi até minha casa, nos reconciliamos, neste dia jantamos juntos e em família, qualquer pessoa da casa pode confirmar, ela não estava comigo a força.

— Com qualquer pessoa da casa você quer dizer os seus familiares e empregados? — Disse ele com tom de ironia.

— Não digo mais nenhuma palavra sem a presença do meu advogado.

— Ok, com as imagens que temos contra você será o suficiente para passares aqui a noite — Denzel falou saindo e os guardas me pegaram e me levaram até a cela.

Tem 3 outros homens comigo e eu deixei claro que não queria confusão, não preguei o olho a noite inteira, a preocupação cada dia é pior, eu teria que estar lá fora para procura-la, esse sentimento de impotência está a dar cabo de mim. Foi a noite mais longa da minha vida, amanheceu e me chamaram para ter com o meu advogado. Ele disse-me que a promotoria não liberou um valor para minha fiança, e se ainda hoje não estipularem um valor eu posso ser transferido para uma penitenciária. Não era legal porém as provas que têm são muito graves.

Voltei para cela e fiquei lá até me chamarem novamente para o interrogatório.

— Cá estamos nós outra vez — Era o Denzel a falar e dessa vez estamos na presença do meu advogado.

— Estive a ler o seu depoimento, e você disse que chamaram o médico por um desmaio que a Néria teve, o médico disse que ela estava grávida e você saiu do quarto, segundo você essa foi a última vez que a viste. A pergunta é, por quê que saíste do quarto apôs a notícia? Você não gostou da notícia? Foi esse o motivo para teres feito algo contra ela?

— Pergunta tendenciosa, não precisa responder — Disse o advogado em minha defesa.

— Eu posso responder, eu saí do quarto porque não esperava a notícia, foi simplesmente a minha reacção do momento.

— Reação do momento ou a incerteza de seres ou não o pai dessa criança?— Denzel disse essas palavras bem perto do meu rosto.

—  Já chega! Eu vou pedir para que te tirem do caso por conflitos de interesse, isso não é um interrogatório é uma acusação. Pára agora ou eu vou entrar com um processo contra todos vocês. — Palavras do meu advogado.

— Ok, terminamos! Guardas, levem ele.

Voltei de novo para cela sem saber se iria ser libertado ou se iria em uma prisão de segurança máxima. As horas  foram passando e finalmente veio a notícia de que eu seria transferido. Não era suposto isso acontecer.

Só estou aqui a uma hora e já sinto como se fosse uma eternidade. Meu advogado disse que faria de tudo para me tirar daqui.

Acabei de dar uma surra em um dos detentos porque segurou na minha bunda e me mandaram na solitária, quase matei ele, sairei daqui a 3 dias.

Ficar trancado na solitária é enlouquecedor. É como ficar preso em uma caixa, parece que vás sufocar e tem os delírios, você vê coisas e ouve vozes. Néria foi o meu foco para não desistir. Jogavam uma comida horrível por baixo da porta.

Me liberaram essa manhã e voltei para minha cela, creio que já se passaram 3 dias. Depois de uma hora disseram que tinha visitas, fui ver e era a Antónia, falamos por telefone atrás do vidro.

— Antónia, obrigado por ter vindo, a Clarinha?

— Ela está bem senhor, contei que viajaste a negócios.

— Muito obrigado e notícias Néria, alguma novidade?

— Até agora nenhuma pista senhor, a polícia foi até a fazenda e não encontraram nada.

— Que merda!

— Tem uma coisa senhor?

— O que é podes dizer.

— O senhor Rodrigues.

— O que tem ele? Aconteceu alguma coisa?

— Tem algo de errado com ele, eu desconfio que ele gosta do senhor como homem.

— O quê? Você está maluca só pode, ele se relaciona com mulheres desde sempre, não tem sequer sentido que dizes.

— Mas eu pensei que...  — A cortei.

— Não tem nada para pensar, por favor vai embora e faz aquilo pelo o que é pago.

— Sim sei senhor ,  —  Antónia se foi assustada.

Continua...

Amor PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora