Parte 56

14 3 1
                                    

★★★

— Você vai entrar aí? Parece uma casa assombrada eu acho que ele já foi.

— Não, ele me disse que iria amanhã e não hoje.

— Liga então para ele.

— Tá bom — Tentei e o número dei desligado. — Está desligado.

— Então vamos embora?

— Não, eu não vim até aqui para ir embora assim, vou entrar. Você fica aqui no carro.

— Está bem, mas leva o telefone qualquer coisa me avisa para eu saber se devo esperar ou não, não vou ficar aqui estagnada enquanto vocês estão aí fazendo sexo. Ohh! Que nojo só de imaginar. — Fez cara de vomito.

— Deixa de parvoíces, Zana. Vou ligar ou mandar mensagem a dizer se é para ires ou para esperares.

— Combinado, eu fico aqui a ouvir músicas no fones — Zana esperou no carro e eu entrei.

Andei uma distância considerável até a mansão que estava sem ninguém, mas a porta principal está aberta. Entrei na casa que está meio escura.

— Olá? Alguém aí? — Silêncio total.

Rondei pela casa e vi que não tinha ninguém. Fui até o quarto do Dilan e as roupas dele já não estavam no guarda roupas. Cheguei tarde demais. Caíram-me lágrimas. Decidi mandar mensagem na Zana: Venho já, não tem ninguém aqui.

Antes de eu ir embora queria ver o lugar favorito dele pela última vez.

Andei até perto do ateliê do Dilan e vi que estava trancado. Talvez ele foi mesmo embora. Estava prestes a ir quando ouvi uma espécie de barulho vindo do ateliê.

O que foi isso? — Decidi dar a volta e vi um homem amarrado na cadeira e na boca a olhar para mim. — Dilan! — Deixei cair o meu telefone de susto e ouvi passos e me escondi.

— Calma meu amor, vai ficar tudo bem, eu não vou te machucar. — É o Rodrigues. Senti medo no meu corpo inteiro e tremendo.

— Porque você está fazendo isso?

— Eu estou apaixonado por ti. Sei que não é correspondido, mas isso não me importa, você vai aprender a me amar. Sairemos juntos do país e vamos morar numa casa de praia com a nossa filha.

— Você é louco.

— Louco por ti. Daria tudo para te ter dentro de mim agora mesmo, mas ainda não é o momento.

— Eu juro que vou te matar.

Tem um telefone chamando, Rodrigues atendeu.

— Como assim tem um carro lá fora? Tráz a pessoa aqui imediatamente.

Ahh, meu Deus! Zana. — Pensei.
Meu telefone está distante e não tenho como avisar para ela sair daqui meu coração bate a mil por horas não sabendo o que fazer. Minha irmã vai morrer por minha causa. Começam a escorrer lágrimas dos meus olhos quando sinto o Rodrigues a sair do ateliê. Ganhei toda a coragem do mundo e entrei lá.

— Néria! Você precisa sair daqui.

— Eu vou tirar você daqui. — Procuro uma tesoura ou algo do gênero.

— Não dá tempo, vai embora.

— Eu não vou deixar a minha irmã morrer! — Encontrei um canivete. Cortei as cordas e o Dilan está imóvel.

— O que foi? Porque não se meches?

— Eu não sinto os meus pés.

— O quê?

— Ele me drogou, eu não consigo me mover nem os pés e nem os braços.  Acho que ele estava a espera que eu ficasse assim para me tirar daqui.

— E agora? A minha irmã está lá fora e corre perigo

— Você precisa fazer sozinha. Tem uma arma aí na gaveta de cima pega ela e vai pedir ajuda.

— Não! Eu não quero te deixar aqui assim nesse estado. — Correm-me lágrimas nos olhos.

— Hey, meu amor, olha aqui, você precisa ser forte.

— Eu não consigo.

— Você consegue. Por mim e pela sua irmã. E pela minha filha que está com eles. Você consegue — Acenei positivo com a cabeça. — O teu telefone?

— Eu não sei, caiu algures pelo jardim.

— Não temos muito tempo ele deve estar a voltar. Me amarra de volta pega a arma e sai daqui. Tem um telefone no meu escritório, por trás do armário da esquerda, liga para o Denzel e se esconde.

Fiz exatamente o que ele pediu. Já na porta, voltei e lhe dei um beijo da boca.

— Eu te amo.

— Eu sei, por isso é que estás aqui — Ele sorriu para mim com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu vou voltar.

Sai correndo pelo jardim, eles estão a voltar com a Zana. Estou me afastando quando o meu telefone toca. Puta, merda! Deve ser minha mãe.

— Tem mais alguém aqui. Procurem a vaca por todos os cantos agora! — Rodrigues gritou igual a um louco e eu continuei correndo.

.

Continua...

Amor PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora