Parte 48

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★★★

[Dilan a Narrar]

— Tens alguma ideia de onde a Antónia possa ter ido fora ao mercado?

— Eu não tenho noção alguma — Falo enquanto me junto ao Denzel e aos outros policiais, ele percebeu que eu estou aqui para ajudar.

— Bem, pessoal, ao que parece a Néria nunca saiu daqui, ela só pode ter ficado presa em alguma fazenda ou casa distante de todos para ninguém ter a ouvido. Quero que façam uma busca em todos os locais com essas características.

— Sim chefe! — Responderam todos se dispersando.

O Denzel me ofereceu um colete a prova de balas e me levou com ele nas buscas. Subimos no helicóptero e vagueamos pelo local. Depois de cerca de uma hora rondando vimos um carro táxi capotado e descemos imediatamente para ver o que era. Eram mais 2 policias junto a nós. Nos aproximamos do carro e viramos ele. Os polícias vasculharam e encontraram um telefone, era o da Antónia com certeza. Porra! Ainda não assimilei a ideia de ela estar morta. Eu estive com aquela mulher praticamente a minha vida toda. Ela é como a mãe do William já que quando a nossa mãe morreu ele tinha apenas 1 ano de vida. Vai ser um choque para o William e mais ainda para a filha dela. E a Clarinha! Merda! Fiquei com raiva só de pensar.

— Tem sangue no carro, é possível que seja da pessoa que procuramos. E pelos sinais no carro esse acidente foi provocado — falou um dos policiais.

— Mande a equipa de análise para aqui agora.

— Sim chefe.

O Denzel recebeu uma ligação que o informou que tinha um lugar isolado ao norte.

— Não pode ser — Gritei.

— O que foi Dilan? Que cara é essa?

— A norte fica o sítio do Rodrigues, porém não faz sentido algum ele nem sequer está na cidade.

— Vamos para lá agora.

Voltamos para o helicóptero e num tarda chegámos, aterrizamos e logo na entrada havia o corpo de um homem morto. Junto com os outros policiais que já estavam lá o Denzel invadiu o local, eu fiquei aí impotente sem fazer nada e tremendo de raiva. Depois de um tempo chamaram por mim, para reconhecer um corpo que seria o da Antónia.

Entrei numa cave e tinha uma corrente, colchão, comida e medicamentos pré natais. Merda! Aquele filho da puta se atreveu a meter a minha mulher nessas condições?

Logo ao lado havia um corpo, não foi preciso eu ver o rosto para saber que era a Antónia por causa das roupas, me aproximei para confirmar e realmente era ela. Senti muito ao ver aquela imagem que saí daí no mesmo momento, era de mais para mim. Fui ficar perto do carro da policia e em seguida eles vieram me fazer algumas perguntas.

— Que motivos levariam o teu amigo a manter a Néria viva? Aparentemente ele se preocupa com o estado de gestação dela.

— Eu não faço ideia, tudo isso é um choque, o Rodrigues sempre foi como um irmão para mim, é difícil de imaginar que ele possa ter tirado a vida da Antónia, ele a conhecia desde a infância. É insano demais.

— Insano até para um criminoso como você? — Denzel.

Me limitei a ouvir sem reagir. Até porque eu não sou nenhum inocente.

Denzel perguntou se eu queria voltar para casa visto que o meu abalo é visível, mas me recusei a voltar, preciso encontrar a minha mulher, porém tinha um impasse, de certeza que a policia revistaria a casa do Rodrigues e lá pode ter provas contra mim. No mesmo instante voltei a mudar de ideia e fui para casa. Assim que entrei liguei para o William de um telefone descartável.

Amor PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora