Parte 46

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★★★

[Dilan a Narrar]

Após dois meses, finalmente o meu advogado conseguiu a minha soltura, por falta de provas e evidências de eu ter feito algo com a Néria, a gravação da ligação que ela fez para a mãe dela assim que esteve na fazenda ajudou muito, ela disse que não queria perder a oportunidade de ser feliz e a mãe disse que nunca sentiu a filha mais sincera.

Consegui seleccionar meus problemas financeiros com a empresa, e por ser o familiar mais próximo dos Aeroves recorri ao tribunal na tentativa de conseguir a casa do meu avô e acabei descobrindo que a herança era minha desde sempre, eles falsificaram os documentos. Como o caso deles não chegou a ir a julgamento não tiveram seus bens congelados.

Para minha surpresa, Zana, também era uma das herdeiras por matrimónio. Era para eu ficar com 75% de tudo por causa do Joe e do Rick e ela com 25%,  porém decidi renegociar para ficar apenas com 50% e vice-versa. Eu já tenho dinheiro suficiente. O que faz a Zana milionária agora.

Graças a esse dinheiro fechei todas as dividas com a empresa e comprei minha liberdade com o mundo do crime definitivamente.

Sobre a Néria, ainda não temos notícia alguma, ofereci 1 milhão como recompensa para ter noticias sobre ela e todos os dias é um trote novo. Várias vezes pensei em desistir de tudo, mas lembrar que não é isso o que a Néria iria querer me segurava.
Mudei-me para fazenda na tentativa de a encontrar e reviver aquele dia. Todos os dias faço as possíveis rotas. Não perdi a esperança.

Rodrigues tem um sítio a uns 30 min daqui, ele como não se encontra na cidade pedi para que um dos empregados desse umas voltas por lá, Antónia encarregou-se de transmitir a mensagem.

- Senhor, vou agora ao mercado, desejaria alguma coisa?

- Não, muito obrigado Antónia.

[Antónia a Narrar]

O motorista deixou-me no mercado, é um povoado pequeno, mas as pessoas são super simpáticas. Visitei as bancadas de algumas pessoas já conhecidas, fiz algumas comprinhas adicionais para o almoço de hoje, quando ouvi umas meninas a conversarem.

— Ele voltou a pedir comidas?

— Voltou, ontem ele veio e pediu o mesmo de sempre.

— É muito estranho porque ele pede comida para quase uma semana, mas não mora aqui e quando ele chega volta no mesmo dia. Ninguém nem se apercebe que ele está cá

— Ele é estranho, mora num sítio distante de todos e fica lá sozinho.

— É mesmo, mas não é da nossa conta. O importante é que ele paga bem.

— Claro, ele tem dinheiro — Risos.

Ao ouvir aquilo minha intuição bateu forte e perguntei para elas imediatamente.

— Sobre quem vocês falam? — elas ficaram com receio de dizer — Eu tenho dinheiro por essa informação — falei abrindo a carteira.

Uma das meninas exitava, porém a outra pegou dizendo — Rodrigues, Rodrigues Fonseca.

— Diná?! — Retrucou a outra menina.

— Foda-se, Elen. É só uma informação.

Acenei com a cabeça, peguei minhas compras, apanhei um táxi e pedi para que me deixasse no sítio do Rodrigues, em 1h cheguei (É uma zona isolada e de difícil acesso). Pedi ao motorista que esperasse por mim. Minhas compras ficaram no carro.

Parece estar vazio. Dei algumas voltas e a porta dos fundos estava aberta. Entrei na casa que imediatamente deu acesso a sala, as luzes estão apagadas, mas os raios de sol iluminam o local.

— Olá?! Alguém aí? — Gritei 3 vezes, mas não ouve resposta.

Tudo parecia normal, só que quando decidi dar meia volta bati num dos cómodos da casa e um vaso caiu e partiu. Merda! Falei para mim mesma. Assim que levantei para procurar uma apá me pareceu ouvir um barulho, era como ferro a bater no chão. Achei que fosse impressão minha, porém, quando me concentrei nas vibrações elas ficaram mais fortes. Segui o som e deu acesso a uma cave subterrânea. Abri a entrada e tinha uma mini escadas. Entrei e tinha uma outra porta.

— Socorro! — A voz atrás da porta gritava sem parar.

Era a voz da Néria. Meu Deus! Destranquei a porta que tinha a chave lá mesmo e abri. Foi a imagem mais arrepiante que eu tive.

A Néria estava amarrada pelo pescoço como um animal, está pálida e com a aparência desleixada. É visível o volume na barriga dela.

— Antónia, é você, por favor me ajuda, ele me trancou aqui e vai me matar no dia que o meu bebé nascer. Por favor, eu quero sair daqui — Ela está em prantos e fala muito rápido.

— Menina Néria, meu Deus! — Falei elevando a mão na boca.

— Me tira daqui por favor.

Corri perto dela para abraçá-la e ver como estava. Como te tiro daqui? perguntei.

— Tenta encontrar um serrote ou algo que corte isso.

— Vou ligar para o senhor Dilan — Peguei o telefone e merda, não tem rede. — Vou lá em cima pedir ajuda no homem que veio comigo e ver se há rede.

— Por favor, volta — São as palavras mais desesperadoras que já ouvi.

Eu ia sair quando ouvimos barulhos vindo lá de cima.

— É ele! — Disse a Néria que parece apavorada e eu também fiquei morrendo de medo.

.

Continua...

Olá meus amores como estão? O que acharam desse capítulo?
Algum palpite do que vai acontecer?

Amor PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora