Capítulo 4

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Elas ficaram abraçadas por mais alguns minutos, o silêncio preenchido pela presença uma da outra. Até que, do corredor, Maite apareceu, interrompendo aquele momento. Ao vê-las deitadas e abraçadas, Maite deu um sorriso cúmplice para Dulce, como se compartilhasse o mesmo sentimento de satisfação por vê-las assim.

Contudo, ao observar o olhar triste de Anahí, Maite percebeu a incerteza e a dor que havia em seu rosto. Ela sabia que Anahí havia se sentido deixada de lado, mas também sentia uma barreira emocional que a impedia de contar a verdade naquele momento. No entanto, sabia que era justo que sua melhor amiga soubesse o que realmente estava acontecendo.

Maite refletiu por um momento e decidiu que conversaria com Jessica antes de falar com Anahí. 

— Estava tendo uma ideia agora. —  Maite disse animada —  Vocês querem ir à minha casa assistir a um filme à noite?

Dulce olhou para Anahí e sorriu.

— Por mim tudo bem! Estou livre mesmo!

Anahí, porém, parecia um pouco desconfiada.

— Só nós três?

Maite se aproximou e deu um sorriso de quem guardava um segredo.

— E a Jessica! Mas antes de você pensar qualquer coisa, eu queria muito que você fosse e que ela estivesse presente. É por um motivo especial!

— Que motivo? — Anahí ergueu uma sobrancelha, curiosa.

Maite pegou a bolsa e ajeitou o cabelo, com a voz tranquila, mas firme.

— De noite você vai saber! Espero vocês lá! Beijos, meninas!

Ela deu um beijo rápido em cada uma e saiu apressada, como se tivesse algum compromisso importante. Ao fechar a porta atrás de si, as duas amigas ficaram sozinhas novamente, trocando olhares intrigados.

Anahí suspirou, ainda tentando processar o que Maite havia dito.

— Será que ela está querendo dizer algo? — Anahí questionou.

—  Mais tarde você vamos saber. — Dulce sorriu para Anahí, tentando tranquilizá-la. — Por enquanto, vamos apenas aproveitar o dia juntas.

Anahí deu um leve sorriso e assentiu. 

— Mas vamos esquecer isso por um momento! — Dulce sorriu, tentando animar Anahí e afastar a tristeza que ainda pairava no ar.  —  Não quero te ver triste. Vamos aproveitar agora que estamos juntas e nos animar!

— É, preciso me animar um pouco. — Anahí forçou um sorriso, sentindo-se um pouco mais leve com as palavras de Dulce.

Dulce, sempre carinhosa, olhou para o rosto  de Anahí e passou o dorso da mão delicadamente por seu rosto, como se estivesse realmente apreciando sua beleza.

— Claro! Você está tão linda! Olha só... — ela sorriu, passando os dedos suavemente pelo rosto de Anahí.

Anahí ficou um pouco constrangida. Sentiu um calor subir à sua face e, sem saber como reagir, olhou para Dulce e soltou uma risada suave, tentando disfarçar a estranha sensação que aquela proximidade estava lhe causando.

— Mas as rugas já estão aparecendo, Dul...

Dulce riu, balançando a cabeça com um olhar incrédulo.

— Rugas, Any? Você está maravilhosa! Você sabe disso! E o corpo? Está incrível! Não há rugas que possam esconder isso!

Com um movimento delicado, Dulce deslizou as mãos pelas pernas de Anahí, fazendo um arrepio percorrer o corpo de sua amiga. No mesmo instante, Anahí lembrou do porta-retrato em forma de coração que Dulce lhe deu de presente. A lembrança apertou seu coração de medo, e ela se afastou ligeiramente, tentando esconder a confusão crescente dentro de si.

Amizade? Eu quero mais!Onde histórias criam vida. Descubra agora