Capítulo 8

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 Já se passaram mais de uma hora desde que meus pais saíram para conversar com Julie. Estou com medo, e sono. Deixo as lágrimas correrem pelo meu rosto. Ninguém acredita em mim, nem mesmo meus pais. Os médicos disseram que eu não posso mais continuar no hospital. Segundo eles, os meus ataques estão piorando cada vez mais, e apenas um hospício teria as facilidades adequadas para me tratar. Os meus pais agora tem receio de se aproximar de mim, só o fazem quando estou amarrada na cama. Eles nem deixam Duda entrar mais no quarto. Tudo foi tirado de mim, inclusive minha sanidade.

Aquele rosto aparece constantemente, as vezes me recordo de coisas que não deveria, lembranças que não me pertenciam. Meus pais entram no quarto, percebo o semblante triste deles. Não digo nada, já faz um tempo que eu não consigo dizer nada, minhas forças se esvaíram. Sinto que estou morrendo.

Logo após meus pais, uma equipe do que pareciam ser enfermeiros, entram no quarto. Todos eles usavam uniformes extremamente brancos. Eles me colocam uma camisa de força. Eu não reajo. Apenas fito o chão com um olhar vazio. Tentando entender quando tudo deu tão errado.

Fui colocada em uma cadeira de rodas, meus pais não dizem nada quando me levam para longe deles. Os enfermeiros me colocam dentro de uma van, estranhamente almofadada por dentro. Sinto um beliscar na pele, me dou conta de que um enfermeiro acabou de me injetar algo. Percebo de imediato que o que era. Aquele sedativo tinha passado a ser parte da rotina.

Com o embalo do carro e com o remédio correndo pelo meu corpo, adormeço rapidamente. Sem nem me importar mais onde iria acordar.

Duas Garotas e um HospícioOnde histórias criam vida. Descubra agora