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A juíza Daniela bateu o martelo de madeira, pedindo silêncio aos demais no tribunal. Depois da fala absurda de Carter, todos no recinto explodiram em burburinhos, as câmeras da imprensa dispararam fotos incansavelmente e pensei ter ouvido o arfar da Sra. Hawke do outro lado da sala. Era um caos, Carter estava gerando um caos e eu queria entender o motivo daquilo. No dia anterior ele contou toda sua história, me alegou ser inocente e que seu pai era o culpado de tudo, cada merda envolvendo as autoridades. E agora se expor dessa maneira... Não fazia sentido. Se eu tivesse apenas alguns minutos com ele...

― Eu não sei qual é a estratégia dele com esse advogado, mas até mesmo eu que sou leiga não apostaria nisso. Ele tá cavando a própria cova. ― Anna sussurrou para mim, incrédula.

Engoli em seco.

― Espero que o plano que ele tem em mente dê certo.

Se é que ele possui algum, pensei. Torcendo para estar errada. Completa e inteiramente errada.

O advogado da acusação levantou e ajeitou o terno azulado, pigarreando antes de olhar para todos a sua volta. Eu reconhecia aquele homem, era Bryan. Ele trabalhava com o Prefeito Willis na prefeitura, lembro de tê-lo visto por lá e nas conferências públicas. Sua mãe, já de idade, costumava caminhar no parque e conversar com a minha mãe sempre que íamos comprar sorvete de tardezinha anos atrás.

― A certeza da impunidade gera mais crimes. Isso é um fato. ― Bryan caminhava a passos lentos e calculados para perto do júri. As mãos atrás das costas e o peitoral estufado. ― Croyham sempre foi uma cidade muito serena e calma, mas não quer dizer que não sabemos lidar com gente como ele. ― Virou em seus calcanhares até Carter, que mantinha a cabeça baixa. ― Se olharmos para esse caso e tentarmos achar justificativas para o inocentar, servirá de exemplo para milhares outros que pensarão que podem fazer o mesmo e saírem ilesos! ― Seu tom de voz se tornou mais grave, severo. ― Acho que não é isso que queremos para nossa cidade, para o lugar onde nossos filhos estão crescendo. Não estou certo? O jovem Carter já possui uma ficha imprudências bem extensa, dentro do nosso país e em seu país de origem. Agora me digam, acham mesmo que um garoto que foi acusado até de participar do incêndio que matou a própria mãe não seria capaz de matar uma garota que nem ao menos mantinha contato?

O advogado de Carter levantou, com as mãos apoiadas na mesa.

― Protesto! Ele foi absolvido das acusações referentes ao incêndio do prédio Milbourne. Não pode atrelar isso ao meu cliente como justificativa.

A juiz crispou os lábios e falou: ― Deixe que ele continue.

O advogado relutou, mas voltou a se sentar, cochichando algo com o garoto de cabeça baixa que permaneceu imóvel.

Bryan voltou a caminhar pelo espaço entre a juíza, o júri e Carter.

― Ele está envolvido por ter sido cogitado como possível organizador da ação. Nossa cidade precisa entender que criminosos como esse, não sairão vitoriosos.

Stay Safe│Duologia Stay #2 [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora