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Wake up, Wake up if it's all you do. Look out, look inside of you...

Julie's PoV

Acordo e levo as mãos ao pescoço. Encontro apenas a Dalia do colar de mamãe. Como todos os dias que tenho esse sonho não há nada ali e tenho que convencer meu cérebro de que, mais uma vez tudo não passou de um sonho.

Olho meu relógio. 5:30. O sol ainda não nasceu mas não consigo mais dormir. Também está muito cedo para ligar pro Félix e pedir que me busque (recebi ordens expressas do senhor Patterson para não pegar ônibus enquanto estiver com a perna imobilizada).

Então, pela primeira vez em muito tempo, algo parece me levar até o estúdio da mamãe. Me arrumo e ponho uma roupa confortável, subindo até o lugar. Olho a música em cima do piano e sinto uma força me empurrar até ele. Algo bom. Acho que as palavras que falei ontem para os meninos fizeram efeito para mim também.

Então me sento no piano e começo os acordes de Wake up...


(Finjam que os fantasmas não tão )

Assim que termino a música, olho pro céu e quase ao mesmo tempo, uma borboleta entra no lugar e pousa no meu ombro.

- Mamãe. Obrigada!- digo olhando pro céu e abraçando a partitura.

Fico assim por não sei quanto tempo e depois saio do lugar, ligando para Félix. E encontro papai na porta esperando por mim.

- Mi hija! Você cantou de novo!- ele diz pra mim e me abraça.

- Sim papá!

- A sua mãe estaria orgulhosa- ele diz

- Ela está. Onde quer que esteja! Agora vou trabalhar!

- Não sem antes tomar café e ficar bem fortinha! Senta aí!

- Mas papai! Se sair agora, não vou pegar trânsito.

- Dane-se o trânsito você tem que estar bem alimentada. Nada dessas comidas processadas.

No quesito comida, é impossível vencer Ray Molina em uma discussão. Ele te pergunta se já comeu e se já tiver, ele te manda comer de novo. Esse é meu pai.

Me dou por vencida e me sento, pegando um pãozinho, queijo, manteiga, presunto e um café com leite e tomo. Quando termino, ele ainda me dá um saquinho de pão com pão de linguiça que eu amo.

- Pai, eu não tenho mais sete anos. Não preciso mais de marmitas!

- Mas pra mim você vai ser sempre aquela menininha que eu pegava no colo. A minha menininha!

A love so realOnde histórias criam vida. Descubra agora