Voltando ao trabalho

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Pov. Canadá

Estacionei a picape em frente ao posto da Guarda florestal. Saí do carro, o tranquei e então guardei a chave no bolso. Coloquei meu chapéu bege claro por cima dos meus cabelos rebeldes e longos se comparados a um corte masculino padrão. Respirei o ar puro e fresco da floresta. Olhei as árvores e depois o posto. O lugar parece mais um chalé, até porque é um. Todo feito de toras de madeira e com uma placa da Guarda Florestal. Respirei fundo e me dirigi para a porta. Assim que entrei fui recebido por um abraço surpresa.

Nor: Canadá! - a norueguesa me abraçou forte e eu retribuí.

Bel: bem vindo de volta! Como foram as férias? - meu colega belga me perguntou sorridente.

Can: normal... - eu respondi.

Nor: e o Ucrânia? - minha melhor  amiga perguntou.

Can: bom... - eu cocei a nuca tentando achar um jeito de falar aquilo, já que a norueguesa adorava o ucraniano e sempre apoiou nossa relação. Acho melhor ser direto. - na verdade nós terminamos.

Bel: O QUÊ?! Achei que vocês se casariam! - o belga disse surpreso e eu me virei para a europeia.

Nor: como isso aconteceu? - a mais baixa me perguntou.

Can: eu prefiro não falar sobre isso... - eu respondi abaixando o tom de voz. O jeito como a minha relação com o ucraniano acabou não é muito agradável de se lembrar.

Bel: então vamos esquecer isso e comemorar que o Canadá está de volta! - o belga falou enquanto segurava uma caixa de rosquinhas.

Can: não precisava de tudo isso Bel!

Nor: até parece! Você não faz ideia de como sentimos a sua falta! - a norueguesa falou.

Bel: é verdade! Foi difícil pra só nós dois mantermos tudo em ordem por aqui! - nós demos risada do comentário do belga e então começamos a comer as rosquinhas. Realmente não é fácil cuidar dessa floresta com apenas três guardas.

É bom estar de volta ao trabalho...

☆Quebra de tempo☆

Já é quase 16:30, Bélgica está trabalhando em algumas papeladas assim como eu. Já a Noruega foi pra cidade pegar mais rosquinhas. Disse ao belga que iria tomar um ar fresco alí do lado de fora. Apoiei meus braços na tora de madeira da varanda que ajuda formar a estrutura do lugar juntamente de outras. Passei os olhos pela belíssima vista que tenho o privilégio de ver todos os dias. Um denso mar verde e ao fundo as montanhas geladas.

Fiquei concentrado na visão das montanhas. Praticamente inerte. Deixava o ar fresco penetrar os meus pulmões. A reserva é um lugar bem quieto, e que mesmo sendo aberta ao público, poucos vem visita-la. Na maioria corredores ou pessoas que fazem caminhadas. Talvez seja pelo fato de ficar um tanto longe da cidade. Particularmente isso não me impediria ou desmotivaria de vir até aqui, afinal a beleza desse lugar é esplêndida! Cheio de trilhas que vão afundo na floresta e animais correndo livres por aí, como alguém perderia a oportunidade de ver tudo isso?

Perdido nos meus pensamentos, não havia percebido que tinha alguém parado ao meu lado, até que senti ser cutucado. Eu me virei para a pessoa e me deparei com um belíssimo par de olhos castanhos, que davam um ótimo contraste com a pele verde. O homem era um tanto alto, mas não tanto quanto eu. Ele tinha um corpo perfeito, seus cabelos ondulados do mesmo comprimento que os meus grudavam na sua testa suada. Suas roupas esportivas estavam um pouco úmidas pela transpiração. Acho que nunca tinha o visto aqui antes... Não reparei que o estava encarando até ele me chamar.

Bra: licença, senhor... - ele falou e eu saí do meu transe.

Can: ah, foi mal! Posso ajudar com algo? - eu perguntei sorrindo de forma atenciosa para o rapaz, que me retribuiu da mesma forma. Que sorriso lindo!

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