A Grã Rainha Perdida | ❝Filha de um grão-senhor? Eu tenho cara de protagonista de filme por acaso?❞
Evalin não esperava que sua vida mudasse tanto no dia de seu décimo oitavo aniversário, muito menos que iria cruzar por tanta gente e problemas em tã...
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‒ Qual a graça de ir à um baile quando não se sabe dançar? – Evalin questionou, era a terceira vez que a garota falava sobre isso, só naquele dia.
Azriel havia convidado Evalin para acompanhá-lo no baile, nenhum dos membros do círculo íntimo pareceu surpreso quando isso aconteceu. Principalmente Lucien, o homem parecia profundamente interessado na relação que os dois estavam criando.
Desde o primeiro encontro com a sobrinha, o mais velho demonstrou estar muito preocupado com o bem-estar dela, e saber que ela estava encontrando a felicidade mesmo no momento tão crítico que estavam passando, o deixava aliviado.
Nestha havia virado uma adolescente do dia para noite, estava tratando a amiga como uma pequena boneca de porcelana. Segundo a jovem, o baile era a oportunidade perfeita para usar os vestidos extravagantes que Cassian vivia a presenteando.
Por mais que não quisesse demonstrar (mas estava fazendo isso), Evalin estava feliz com a ida ao baile. Passara boa parte da vida desejando usar aquelas roupas, e dançar no grande salão do castelo. Sua criança interior estava realizada.
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A Corte de Helion fazia jus à fama que ele possuía.
O Grão-Semhor da Corte Diurna não era famoso apenas pelo vasto conhecimento que suas bibliotecas guardavam. A beleza e a fortuna da corte eram evidentes a medida que adentravam o grande salão.
Se pudesse definir em uma palavra seria apenas, brilho.
Evalin vestia um lindo vestido vermelho que realçava os traços do seu rosto. Poderiam odiá-la, mas realmente sua beleza chamava a atenção por onde passava, e não era por ser uma humana.
— Me concede a honra de uma dança, senhorita? – Helion me fitou e eu assenti de forma contida – tenho certeza que todos os homens solteiros dessa sala me odeiam por esse momento, mas uma bela dama não deve ser deixada esperando. Tenho certeza que é a prioridade no coração de muitos.
‒ Eu não teria tanta certeza disso ‒ respondeu de forma educada
‒ Mas como não? Desde que a convidei para dançar, o Encantador de Sombras não tira os olhos de você. Não são parceiros, ou são? ‒ perguntou, seus olhos eram tão claros quanto sol do meio-dia.
‒ Não mesmo, acho que não passamos de bons amigos ‒ Evalin parecia não ter certeza do que estava falando.
‒ Acredite querida, amigos não se olham dessa forma.
A medida que o evento ia passando, Evalin notou a chegada dele.
Beron e sua comitiva estavam bem ali, e pela primeira vez, ela viu seu pai pessoalmente.
Ela tinha que admitir, era um homem bonito. Sua postura demonstrava o poder que estava ligado ao seu nome. Mas o olhar, o mesmo olhar incrédulo que todos diziam que a mesma tinha herdado dele.
Ela não sabia como agir, ensaiou esse momento na sua cabeça várias vezes, o que diria? Não se pode sentir saudade de alguém que nunca chegou a conhecer.
Ao mesmo passo que a garota remoía esses pensamentos, Eris se perguntava se ela sabia quem ele era. Sua garotinha havia crescido, e tinha se tornado umbela mulher. Seus olhos brilhavam ao olhar a garota à sua frente.
Por mais que odiasse Azriel, Eris sabia que ele nunca machucaria sua filha. Era notável a intensidade que ele observava a garota. Mas acima de tudo, a maior qualidade que ele poderia pedir para um "futuro" genro.
Azriel a fazia sorrir.
‒ Nem pense em separá-la dele Eris, ou vou fazê-lo em pedacinhos ‒ Lucien falou
‒ Acha mesmo que eu seria capaz de tal coisa? ‒ debochou, mas sabia que o irmão já conhecia aquela história ‒ Posso não ser o maior fã do bastardo ilyriano, mas não sou carrasco ao ponto de mandá-lo se afastar.
‒ Tenho que concordar, mas imagino qual seria sua reação ao vê-los num momento bastante encantador enquanto estávamos em Velaris ‒ o irmão contou
‒ Você não acha que eles? ‒ indagou ‒ Pare com isso Lucien! Está parecendo uma velha fofoqueira. ‒ ralhou e Lucien sorriu.
Eris tentava recordar de alguma vez que teve um momento, mesmo que curto, divertido com seu irmão. Mas eles não tinham nenhum. Ele não estava presente na vida da filha, e havia falhado com seu irmão.
Talvez essa fosse uma oportunidade de recomeços.
‒ Fico feliz que esteja cuidando de Evalin, não está sendo fácil tudo que está acontecendo, mas é bom saber que ela tem uma família que se importa. ‒ Eris agradeceu ‒ Peço que me perdoe, sei que não fui um bom irmão para você.
‒ Também não fui bom para você, mas de que adianta? Não podemos mudar o passado, mas se tentarmos, podemos mudar o futuro ‒ respondeu ‒ Ainda lembra das coisas que falou a ela?
‒ "Torne esse mundo um lugar melhor do que encontrou, uma corte que mudará o mundo" ‒ ele lembrava muito bem, o nascimento dela havia sido como uma promessa que tinha feito a si mesmo. Eris estava tão perdido nos seus pensamentos que nem notou quando Lucien começou a sorrir ‒ O que foi?
‒ Você se tornou um babaca emotivo, vou lembrar de agradecê-la por isso.
Os irmãos sorriram, as mágoas haviam sido deixadas de lado, e finalmente as intrigas entre eles tinham um ponto final.