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¡!Prólogo¡!

07/02/2003

Há quem diga que o amor verdadeiro demora a se instalar nos corações das pessoas, principalmente quando essas pessoas tiveram os seus corações quebrados, machucados, enganados... Abandonados. Até que a "pessoa certa" chegue, ainda iremos nos apaixonar centenas de vezes. Nos quebrar, nos machucar, nos enganar. A cada coração quebrado, é um passo mais perto de quem realmente nos mostrará o verdadeiro significado de "amor".

Mas o que realmente significa amor?

Alyssa tinha apenas sete anos de idade quando se fez essa pergunta. Ela gostava de assistir a filmes românticos com sua mãe e uma panela recheada de brigadeiro para acompanhar. Casais choravam enquanto faziam juras de amor, de desejo, de fidelidade. Sempre que ela ouvia as três palavrinhas mágicas se sentia entrigada, mas sempre guardava para si essa curiosidade.

Certo dia, a pequena ruiva de olhos claros acordou com um sussurrar gostoso do seu pai, beijando sua testa e lhe dizendo:

-Papai está indo trabalhar agora, minha princesa. Eu te amo.

Ele pensava que a mesma estava dormindo, e no entando, Alyssa abriu os olhos de repente e encarou o seu pai por alguns instantes.

-Pai, o que significa "amor"?

Jhonatan, pai de Alyssa, espantou-se levemente com a pergunta tão simples e embaraçosa da filha.

-Querida... Amor é quando a felicidade de alguém te deixa feliz também. É quando você se sente bem na presença de alguém e deseja que ela viva por muito tempo. É quando você confia nas palavras e atitudes de alguém e o sorriso dessa pessoa preenche a sua alma. Amar é saber que pode se machucar algumas vezes e... Está tudo bem. Porque amar é um sentimento sábio. Confuso, por vezes assustador, mas sábio. Nunca se prive de amar, querida. Intensamente.

Aquela era a resposta mais interessante que Alyssa já havia ouvido entre diversas outras. Por ser criança, ela sempre ouvia um: "porque sim.", "porque é assim.", "você saberá quando tiver idade.", ou "eu não sei.".

Por mais que fosse apenas uma criança, era inteligente o suficiente para ter entendido cada palavra de Jhonatan, e aquilo esclareceu diversas coisas dentro da sua cabeça.

Os pequenos olhos verdes de Alyssa brilharam, pois ela se encantou completamente por aquele significado. Era belo, empático, e merecia cuidado, reciprocidade. Ela decidiu naquele momento que só diria "eu te amo" a alguém quando tivesse certeza de que era verdade, pois o amor merecia ser bem cultivado.

O amor é a flor mais linda que o nosso universo já cultivou.

-Eu te amo, pai. -a pequena sentou na cama e abraçou a cintura do seu pai, sorrindo num ato de demonstrar felicidade.- Obrigada por me amar.

Jhonatan estava emocionado naquele momento, nunca pensou que aquilo pudesse acontecer numa manhã que parecia ser tão monótona e pouco diferente das outras. Ali, ele formou um laço ainda maior com sua filha, a abraçando de volta e prometendo a si mesmo que jamais deixaria de dizer que a amava... Que jamais deixaria de amá-la.

Quando o mesmo saiu para ir ao trabalho, Alyssa resolveu levantar mais cedo e convenceu sua mãe a irem num parque próximo de sua casa. Ela estava tão feliz naquele momento que suas energias cresceram e ela tinha de gastá-las.

Como? Brincando muito.

Ela brincou na gangorra, no balanço, de pular corda, amarelinha e de bila com algumas crianças da sua vizinhança. Não que ela conhecesse todos, mas adorava interagir com eles.

Até que, Alyssa pegou a sua bola colorida e avistou uma das crianças brincando sozinha na caixa de areia. Ela estranhou, pois todos estavam juntos, e na cabeça dela, aquilo era errado. Ninguém deveria ou merecia brincar sozinho, pois alegria deve ser compartilhada.