6 - "Descoberta"

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Corri o mais rápido e desesperadamente possível para longe de Namjoon, de maneira atordoada e me sentindo em um extravio, ainda sendo capaz de ouvir os gritos dele chamando pelo meu nome freneticamente, enquanto eu corria em meio aos carros daquela estrada movimentada para não ter mais que vê-lo.

Os pingos da chuva fraca que caiam sobre minha cabeça foram se intensificando aos poucos, indicando que logo aquela velocidade aumentaria. Merda, eu não estava nem um pouco perto de casa.

Ainda sentindo minha garganta ser cortada pelos soluços da minha choradeira e minhas mãos tremendo pelo que acabara de acontecer, sentei em um dos pontos de ônibus vazio de pintura azul desgastada e pouco enferrujado, apertando os desenhos com os modelitos borrados pela água entre meus dedos, grunhindo, puxando o ar com força, gemendo em tristeza.

Senti o celular vibrando ao fundo da minha bolsa preta ensopada e puxei o zíper com força, pegando o aparelho e atendendo de forma estérica. Era a Kimberly.

-Mana, o que diabos aconteceu? Um dos coordenadores da tua facul ligou pra cá, dizendo que você não apareceu, perguntando onde estava estava... Amiga, você tá bem?

-E-eu vi ele, eu vi o Namjoon, Kimberly. -comecei a berrar bem alto e a dizer tudo rapidamente, sem lhe dar espaço para dizer algo.- ele estava comigo agora a pouco, a gente se beijou e depois eu briguei com ele e dei um tapa forte no rosto dele, ele foi um príncipe encantado e ao mesmo tempo um escroto ridículo, eu fugi dele...

-Espera. Espera, espera, espera... -um silêncio tomou de conta daquela chamada.- Você encontrou o Namjoon?! Alyssa...!

-Sim, ele disse que me amava, e me pegou no colo e depois falou sobre umas cartas que eu nunca recebi e depois disse que encontrou meu colar no lixo e eu comecei a chorar...

-Amiga, para de falar um segundo, respira.

-Okay.

Eu estava tão desesperada que comecei a gritar sobre tudo o que havia acontecido, sem nenhuma explicação ou pausa, eu só precisava que ela soubesse de tudo o mais rápido possível para tentar me fazer ver alguma luz, qualquer uma que fosse.

-Estou indo te buscar. Me diz onde você está.

Após informar Kimberly sobre minha localização, demorou poucos minutos até que seu carro estacionasse em minha frente e ela abrissa a porta. Eu estava jogada em um dos bancos, abraçando meus desenhos e sentindo os olhos arderem por conta do rímel extremamente borrado e da chuva que caía com violência.

Ela suspirou, olhando pra mim como se eu fosse uma criança em apuros através da janela com o vidro baixado completamente e me chamou com uma das mãos. Levantei, corri até seu carro para não me molhar tanto e entrei, fechando a porta.

-Vamos passar na cafeteria. -ela disse sem me olhar, ligando o carro outra vez.- Comprar o seu cappuccino preferido com bastante espuma, e depois voltamos pra casa. Você vai tomar um banho quente para não se resfriar, se agasalhar e aí... Você me conta tudo o que aconteceu porque eu não entendi NADA por telefone. Ouviu mocinha?

Kimberly gostava tanto de cuidar das pessoas que ela amava, que por muitas vezes eu me senti sufocada. Mas não dessa vez, eu precisava de alguém pra me ouvir e cuidar um pouco de mim e não negaria isso. Me sentia cansada, triste e confusa, ao mesmo tempo que uma euforia me engolia por ter reencontrado uma paixão antiga.

Mesmo que tenha sido tão desgastante.

-...Sim senhora.

Eu disse fazendo um bico de reprovação, tombando a cabeça para o lado e encostando no ombro da minha melhor amiga, suspirando baixo e fechando os olhos para tentar descansar um pouco.

Designated;;KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora