7 - "As cartas"

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Raquelle POV

Assim que entrei em meu carro e bati a porta com força logo depois de saie do prédio de Namjoon, eu senti algo que a muito tempo não me recordava existir dentro de mim. Ansiedade. Mãos trêmulas, o gosto da angústia na boca, os olhos ardendo por conta das lágrimas, o estômago revirado e o corpo inteiro tremendo graças a um calafrio desconhecido.

Estava dando tudo errado, tudo estava indo por água abaixo bem diante dos meus olhos e quanto mais eu tentava lutar contra isso, mais era inútil. Então por que eu continuava tentando? Por que eu não conseguia matar essa droga de sentimento infeliz dentro de mim? Por que era tão difícil?

—Merda, não! Para com isso! Para!

Comecei a dar tapas em meu próprio rosto para manter a postura, mesmo que estivesse sozinha. Qualquer mínimo deslize que eu desse, seria capaz de passar meses depressiva outra vez, e eu não estava disposta a passar por isso de novo.

Depois de passar pelo menos cinquenta segundos estapeando meu próprio rosto, respirei fundo e abri o porta-luvas, retirando uma garrinha d'água dali de dentro e a secando rapidamente. Peguei meu celular e busquei pelo número de Jessy.

—Oi Quelle. Eu ia mesmo te...

—Eu fui demitida.

—Demitida? —Assustou-se.

—Isso.

—Mas... Por quê?

—Ele encontrou aquela desgraçada. Ele conseguiu encontrar aquela filha da puta! Que ódio, que ódio... —sussurrei, encostando a cabeça no volante.— Depois de tudo! Tudo! Eu não acredito que isso tá acontecendo.

—Você não ia queimar o colar?

—Ele chegou bem na hora, acredita? E... Eu não tive tempo de encontrar uma desculpa.

—Sério? Justo você?

—Porra Jessy, ele me flagrou com aquela droga de colar na mão, o que você queria que eu dissesse? Como ele teria parado nas minhas mãos? Com magia da varinha do Harry Potter?

—...Não, mas você acabou entregando ele de bandeja pra Alyssa, não foi?

—Uhum.

—Você já deveria saber que ele iria atrás dela.

—EU FIQUEI MUITO NERVOSA!

—Você não acha que é melhor desistir desse cara? Você é uma mulher incrível, Raquelle, não vale a pena desperdiçar a sua vida correndo atrás de alguém que...

Desliguei.

Pisei fundo na embreagem e coloquei a marcha no ponto morto, soltando o meu pé dali e dando a partida com a chave. Girei, pisando no acelerador e segurando o volante com força entre os meus dedos, olhando em frente, e tentando não pensar em nada destrutivo até que chegasse em casa.

Eu precisava contactar a mãe do Namjoon o mais rápido possível para alerta-la sobre a situação, mas ao contrário de antes, ela não terá a minha ajuda. Sabia o quão louca Kim Joeun poderia ficar ao saber que seu filho não pretendia continuar com as tradições da família, pois antes de ir embora a mesma pagou Debrah, mãe da Alyssa, para fazer com que sua filha nunca tivesse notícias de Namjoon.

Eles não foram embora por causa de negócios. Joeun simplesmente não queria a sua família metida com americanos nojentos e de crenças duvidosas, sem rótulo, mestiços e xenofóbicos.

Se Namjoon não fosse meu, também não seria dela. Infelizmente eu ainda estava sã o suficiente para não ter coragem de apontar um revólver na testa daquela intrusa e acabar com ela. Não ainda.

Designated;;KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora