1° ano - Parte 6

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  No futuro, Harry nunca conseguiria lembrar muito bem como conseguiu prestar seus exames enquanto esperava Voldemort irromper a qualquer instante pela porta. Contudo os dias foram passando-se lentamente e não havia dúvidas de que Fofo continuava vivo e bem seguro atrás da porta trancada.

  Fazia um calor de rachar, principalmente na sala das provas escritas. Os alunos tinham recebido penas novas e especiais para fazê-las, previamente encantadas com um feitiço anticola. Houve exames práticos também. O Professor Flitwick os chamou à sala de aula, um a um, para verificar se conseguiam fazer um abacaxi sapatear na mesa.

  A Professora Minerva observou-os transformarem um camundongo em uma caixa de rapé e conferiu pontos pela beleza da caixa, e os descontou quando a caixa tinha bigodes. Snape deixou-os nervosos, bafejando em seu pescoço enquanto tentavam lembrar-se como fazer a poção do esquecimento.

  Harry fez o melhor que pôde, tentando ignorar as dores lacinantes que sentia na testa e que o incomodavam desde a ida a floresta. Neville achou que Harry estava com uma crise de nervos provocada pelos exames, porque Harry não conseguia dormir, mas a verdade é que um pesadelo o mantinha acordado, havia nele uma figura encapuzada que pingava sangue.

  Talvez fosse porque eles não tinham visto o que Harry vira na floresta, ou porque não tinham cicatrizes que queimavam na testa, mas Ron e Hermione não pareciam tão preocupados com a Pedra quanto Harry. A lembrança de Voldemort sem dúvida os apavorava, mas não os visitava em sonhos, e estavam tão ocupados com as revisões que não tinham muito tempo para pensar no que Snape ou qualquer outro podia estar aprontando.

  O último exame foi de História da Magia. Uma hora respondendo às perguntas sobre velhos bruxos gagás que inventaram caldeirões automexíveis e estariam livres, livres por uma semana maravilhosa até saberem os resultados dos exames.
Quando o fantasma do Professor Binns mandou-os descansar as penas e enrolar ospergaminhos, Harry não pôde deixar de dar vivas com os colegas.

- Foi muito mais fácil do que pensei. - Comentou Hermione, quando eles se reuniram aos numerosos alunos que saíam para os jardins ensolarados. - Eu nem precisava ter aprendido o Código de Conduta do lobisomem de 1637 nem a revolta de Elfric, o Ambicioso.

  Hermione sempre gostava de repassar as provas depois, mas Ron disse que isso o fazia se sentir mal. Assim, caminharam até o lago e se sentaram à sombra de uma árvore. Os gêmeos Weasley e Lino Jordan faziam cócegas nos tentáculos de uma lula gigantes, que tomava sol na água mais rasa.

- Acabaram-se as revisões. - Suspirou Ron, contente, esticando-se na grama. - Você podia fazer uma cara mais alegre, Harry, temos uma semana inteira até descobrir se nos demos mal, não precisa preocupar-se agora.

  Harry esfregava a testa. - Eu gostaria de saber o que significa isso! - Explodiu aborrecido. - Minha cicatriz não para de doer, já senti isso antes, mas nunca com tanta freqüência.

- Procure Madame Pomfrey. - Sugeriu Hermione.

- Eu não estou doente. - Respondeu Harry. - Acho que é um aviso... Significa que o perigo está se aproximando...

  Ron não conseguiu preocupar-se, estava quente demais. - Harry, relaxe. Hermione tem razão, a Pedra está segura enquanto Dumbledore estiver por aqui.

"Em todo o caso, nunca encontramos nenhuma prova de que Snape tenha descoberto como passar por Fofo. Ele quase teve a perna arrancada uma vez, não vai tentar outra tão cedo. E Neville vai jogar Quadribol na equipe da Inglaterra antes que Hagrid traia Dumbledore."

  Harry concordou, mas não conseguiu se livrar da sensação que o atormentava de que esquecera de fazer alguma coisa, algo importante.

  Quando tentou explicar o que sentia, Hermione disse: - Isso são os exames. Acordei a noite passada e já tinha lido metade dos meus apontamentos sobre Transfiguração quando me lembrei que já tínhamos feito a prova.

Mama Lucius - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora