A Toca

1K 113 0
                                    

     Ronald On

  Acordei sozinho, o que era estranho, e me arrumei para mais um dia comum na família Weasley, ou seja, para o caos. Como o esperado, Bill/Gui fora trabalhar e Gina estava ajudando meu pai enquanto Fred e George propunham a mesma coisa de sempre.

  Saí para espairecer até o almoço estar pronto, sim, eu perdi o café da manhã. Molly, ou melhor, minha mãe não devia estar em casa. Aquele homem estava lá lendo um livro, já cogitara a ideia de ele não ter casa, pois não havia nada de interessante por aqui, mas descartei essa possibilidade. Ele vinha sempre às terças e não dormia aqui, ou seja, tinha outras coisas para fazer e, provavelmente, uma casa.

  Como o banco ficava em frente à janela da cozinha, minha família conseguia vê-lo, Fred fez um joinha me encorajando. A verdade é: todos estávamos curiosos em relação ao homem, pois meu pai não fazia nada e parecia feliz quando o via. Por trabalhar no Ministério da Magia, meu pai saberia se ele fosse perigoso. Então não tinha perigo.

  Sentei-me ao lado do loiro que arqueou uma sobrancelha e voltou a ler seu livro com indiferença.

Não é a reação que esperava...
(N/a: Mal sabe ele que Lucius está surtando por dentro.)

- Você é um amigo de meu pai?

- Nossa relação pode ser descrita desta maneira.

  Era só dizer "sim", não tinha necessidade de falar tanto para dar uma resposta positiva!
- Ele nunca falou sobre você, conhecem-se há quanto tempo?

- Desde que tínhamos 6 anos.

- Nossa, é muito tempo!

- Nem tanto.

- Então você deve conhecer a minha mãe.

- Certamente.

- Ela nunca falou sobre você também.

- Estamos falando de Prewett?

- Prewett? Ah, Molly. Sobre quem mais falaríamos?

- Não sabia que Prewett casou com Arthur, pensei que eram amigos. Ela deve ser uma mãe incrível.

- Sim, é. Mas não de sangue... e também não está casada com papai... ele ainda tem esperança de que nossa mãe volte.

- Nunca se sabe.

- Desculpa, acho que falei demais, estou tomando seu tempo?

- Não, tudo bem. Já falou disto com seu pai? Falar é melhor do que guardar para si. Se não puder falar com ele, encontre alguém com quem possa ou escreva.

- O que você faz?

- Atualmente tenho pessoas para quem posso contar muitas coisas, mas escrevo o que não posso. Se contar para outras pessoas e não adiantar, significa que tem que contar para seu pai ou escrever como se fosse para ele.

- E se encontrarem o que eu escreverei?

- Escreva e queime ou apague.

- Isso funciona?

- Sim, não faz diferença se o que escreveu ainda existe.

- Obrigado, senhor?

- Lucius, trate-me por Lucius.

- Ok, Lucius, tenha uma boa tarde.

  Adentrei a Toca e percebi que Gina estava prestes a me chamar para almoçar. Sentamos-nos à mesa e os gêmeos já me encheram de perguntas.
- Como foi com o "Psicopata"? - George.

  Meu pai pareceu interessado no assunto. - Bem, ele é legal.

- Legal como? - Gina.

- Ele é mesmo um psicopata? - Fred.

- Ele é bem gentil e não, ele não é um psicopata, eu acho.

  Todos prestavam atenção então decidi continuar. - Ah, ele disse que conhece você e a mamãe. - Meu pai engasgou.

- Pai! - Gina o ajudou.

- Ele disse que conhece sua mãe?! - Questionou, ainda surpreso e tossindo.

- Sim, como alguém que te conhece desde os 6 anos não conheceria a mamãe?

- Estamos falando da sua mãe ou de Molly? - Deu ênfase na palavra mãe.

- Mãe é quem cria.

- Ele conhece nossa mãe? - Gina

- Isso não vem ao caso.

  Os gêmeos fizeram a famosa expressão de "vamos aprontar" e meu pai percebeu.
- Eu os proíbo de perguntarem ou comentarem sobre sua mãe com Lucius.

- O quê? Por quê? - Perguntamos em uníssono.

- É um assunto delicado e também estão proibidos de aprontar com ele. - Disse olhando para os gêmeos.

- Aquela mulher fez mal até para Lucius? - Fred.

- Ou está com ele? - George.

  Uma coisa era certa, os gêmeos eram os que menos gostavam de nossa mãe e, ao mesmo tempo, sentiam mais falta. Bill era o único que se lembrava dela, Charlie apenas lembrava de seu carinho e que era uma mulher loira e magra enquanto para Percy era só um borrão. Eu e Gina nascemos depois que Molly apareceu. Os gêmeos só tiveram uma figura materna após os 2 anos de idade.

  Talvez as coisas estivessem melhores se Bill e o papai nos contassem como ela era, todos reconhecíamos que Bill sabia mais sobre ela do que nós, mas ele se recusava a nos contar sobre ela, como se quisesse guardar sua memória apenas para si.

  Papai disse que nossa mãe nunca apareceu, pois era muito ocupada, mas eu não acreditava nisto. As únicas coisas que tínhamos dela eram presentes que recebíamos e um anel que ganhávamos quando ingressávamos em Hogwarts.

- Não. - Ele disse convicto e sabíamos que o assunto foi encerrado, porém não podíamos deixar assim.

- Pai, quando o senhor vai nos contar sobre nossa mãe? - Gina.

- Isso é algo que ela deve fazer.

- Poderia dizer, ao menos, como ela era? Não a aparência, quero saber como ela agia. - Pedi.

- Nós estudamos juntos, mas estávamos em casas diferentes. Ela acreditava que sangue é mais importante enquanto eu sempre fui curioso em relação aos trouxas, ocasionando muitas brigas.

"Seu grupo de amigos era muito popular, tinha os garotos e garotas mais bonitos de sua casa, por isso, eram cobiçados por ambos os gêneros. Sua beleza era inegável, até eu me sentia atraído, mas não ficaria com alguém apenas pela aparência.

Tudo mudou quando a vi defendendo discretamente uma nascida-trouxa, começamos a conversar e descobri que ela também é curiosa com as invenções trouxas e apenas fingia odiá-los para manter a imagem tradicional da família e não decepcionar seu pai.

Sua companhia é muito agradável, além de ser muito inteligente ao ponto de acompanhar qualquer corvino. Mesmo aparentando ser fria e indiferente, sempre teve um bom coração e é muito carinhosa."

- Pai, Lucius conviveu muito com ela? Ele também parece frio e indiferente, mas me ajudou.

- Sim.

- Gostaria de tê-la conhecido. - Gina.

- Isso só depende dela.

- Ainda acho que você deveria se casar com Molly. - George.

- E vender sua aliança. - Fred.

- E minha resposta continua sendo a mesma.

De novo não!

Mama Lucius - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora