Conhecendo o loiro

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     Harry On

  Hoje era um daqueles dias. O que é um daqueles dias? Bom, o pior dia de todos. Acontecia que não tínhamos visita, tia Cissa estava ocupada e Mama também.

  Neville considerava tia Cissa sua mãe e Mama seu pai enquanto Mama e Remus eram as únicas figuras materna que eu tinha, não considerava tia Andrômeda, tia Cissa, Ninfadora e a avó de Neville figuras maternas. Meu padrinho era a única figura paterna que tinha no momento, eu ainda esperava o dia em que meu pai ia acordar, mas só com Sirius já estava satisfeito. Ainda não sabia exatamente onde Severus e Regulus se encaixavam.

  É claro que gostaria de conhecer meus pais, porém já tinha tudo o que precisava nesta família, não me faltava nada, apenas tinha curiosidade sobre como seria minha vida se Lilian e James estivessem aqui. Claro, junto aos outros, nunca abriria mão deles.

- Hey, Mama. - Ele suspirou ao ouvir o apelido e sinalizou para que continuasse. - Posso explorar a mansão?

- Não precisa pedir permissão, Harry, você literalmente mora aqui. Só não entre naquelas salas ou vá além dos jardins.

  Eu sabia que não precisava pedir permissão, porém era uma forma de ter a atenção de Mama. - Ok.

  Comecei a entrar em todas as salas procurando algo interessante como nas outras vezes que não tinha nada para fazer. Já tinha perdido a conta de quantas vezes explorei a mansão, os jardins e um pouco além e também dos sermões de Mama por correr perigo saindo da mansão.

  Encontrei a porta da biblioteca aberta, o que era estranho, pois tia Cissa saiu e Neville estava dormindo. Mama disse para avisar caso algo estranho acontecesse, porém não podia evitar a curiosidade.

  Adentrei a sala com muitas prateleiras que continham diversos livros, um dos locais mais visitados da mansão, e procurei algo fora do comum.

  Uma cabeleira loira muito parecida com a de Mama refletia com a luz do pôr do sol. Caminhei até o puff onde um garoto ressonava calmamente. Seu rosto era pálido e pontudo, seus cabelos loiro-platinado se destacavam das vestes negras e seu corpo era um pouco esguio.

  Sua expressão tranquila o dava um ar angelical, perguntei-me se sua personalidade fazia jus à sua aparência.

  Percebi que ele tinha um livro aberto sobre o colo. O observei por mais um tempo até ele começar a acordar.

Qual será a cor de seus olhos?

  Os olhos azuis-acinzentados me fitaram curiosamente.
- Não deveria estar aqui.

- Por que não?

- Meu pai não vai gostar disto, ele diz para ficar longe de você e tenho certeza de que te diz o mesmo.

- Ele não precisa saber, qual é seu nome?

- Malfoy, Draco Malfoy.

- Harry... Potter.

- Pode me tratar por Draco.

- Ok, Draco, chame-me de Harry. Por que você nunca interage com ninguém?

- Eu interajo com todos menos você e o outro menino.

- Estranho, nunca te vi com os outros.

- Você me vê com frequência?

- Não.

- Pode não parecer, mas mesmo não programando algo, as pessoas são repetitivas, isso se chama rotina. Você e o outro garoto costumam ficar mais ativos em determinados horários, eu apenas fico passivo durante este período. Por exemplo, ele está dormindo agora, por isso estou na biblioteca.

- Ele se chama Neville. Então tudo é planejado?

- Sim, é bem simples. Do que você gosta?

- Quadribol e explorar.

- Parece divertido.

- Você nunca jogou quadribol?

- Meu pai diz que vai me ensinar quando fizer 10 anos, pois é perigoso aprender agora.

- Meu padrinho me ensinou quando tinha 5 anos. - Ele deu uma risada gostosa e eu fui contagiado.

- Talvez eu peça para Sirius me ensinar.

- Quer que eu te ensine?

- Você está no nível de me ensinar? Já aviso que sempre aprendo com os melhores. - Brincou.

- Você está falando com um profissional.

- Okay, senhor profissional, quando?

- Quando Mama estiver ocupado.

- Mama? - Ele riu. - Ele realmente age como uma mãe.

- Não é?

  Escutamos passos no corredor.
- Esconda-se. - Draco apontou para um armário.

  Fiz o que o loiro mandou e escutei a porta se abrir.
- Draco, está sozinho? Pensei ter escutado vozes.

- Vozes? Ah, eu devo ter lido em voz alta sem perceber.

- E quanto às risadas?

- Leia esta passagem.

  Ouvi uma risada abafada devido ao armário e alguns passos. Espiei pela fechadura e vi Mama vindo em minha direção. Cubri-me com minha capa rapidamente e tentei regular minha respiração, pois ela ecoaria pelo armário.
- Pai, quando minha mãe volta?

- Em 5 dias.

- Teremos alguma visita? Quando ela sai e o senhor está ocupado, só tenho estes livros.

- Não se preocupe com isto, Draco, no próximo fim de semana, poderei passar muito tempo com você e os outros. - Ele abriu o armário e o fitou por alguns segundos antes de fechar.

- Isso é ótimo, podemos ir comprar doces?

- Não garanto nada, mas podemos tentar. - Agora sabia de onde vinham os doces. - Amanhã vou dar uma volta, ver aquelas pessoas. Os elfos cuidarão de vocês.

  Não importava o quão ocupado estivesse, Mama sempre saía às terças. Escutei os passos se distanciarem e a porta se fechar, porém esperei Draco dizer que era seguro. O armário se abriu.
- Essa foi por pouco, não sei que feitiço fez, mas apareça.

  Sai de baixo da capa e passamos a noite falando sobre livros, quadribol, escola e coisas do tipo.

Mama Lucius - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora