Capítulo Onze

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Oi, gente, sorry por não ter postado ontem, mas eu estava em uma correria tão grande com o trabalho, que não deu para publicar o capítulo, mas hoje felizmente eu consegui.



Eu não imaginei que receberia o convite de Ayla logo no dia seguinte. Então eram onze horas da manhã de sábado, e mais uma vez, eu estava tocando o interfone da casa de Enryque, e torcendo que fôssemos apenas eu, Ayla e o filho. Ela me garantiu depois que perguntei sorrateiramente, que seríamos apenas nós.

Eu estava carregando um vaso com margaridas brancas e amarelas, e um estojo de lápis especiais para desenho. Quando o portão foi aberto por um menino de cabelos loiro e olhos cor de mel, sentado em uma cadeira de rodas elétrica, e sorrindo para mim, como se minha visita fosse um grande acontecimento naquele dia, eu tive um sentimento especial por ele.

— Olá! Eu sou...

— Alice, eu sei. Você é a moça bonita que minha mãe disse que viria para o almoço. Eu sou Arthur. — Ele estendeu a mão para mim e sorri pela gentileza das palavras.

— Oh! Ainda por cima um cavalheiro, prazer em conhecê-lo, Arthur. — Ele pareceu gostar do que tinha ouvido, e quando soltou a minha mão, desloucou-se um pouco para a direita, para que eu pudesse entrar.

Enquanto caminhávamos, ele voltou a falar.

— Minha mãe disse que as meninas preferem os homens gentis, sabe.

Então parei e olhei para aquele menino que parecia feliz, sentado em uma cadeira de rodas, vítima da violência do pai, e que certamente recebia tanto amor, que tudo que tinha a oferecer era gentileza. Abaixei-me em frente a ele e fiz questão de ratificar.

— Sua mãe está certa, nós mulheres amamos homens gentis. — Ele me estudou um pouco e sorriu, parecia ter se lembrado de alguma coisa.

— Meu tio Enryque disse, que você tinha olhos muito bonitos. — Então foi a minha vez de sorrir mais largamente.

— Ele falou? — perguntei, tocando o meu cabelo, como só uma adolescente faria. — Será que ele disse mais alguma coisa? — Desviei o olhar para não entregar minha curiosidade.

— Ele pediu que eu não olhasse muito pra você, porque você já tinha dono. — As palavras saíram naturalmente, como se não fosse um segredo.

Prendi a respiração e pressionei os lábios juntos. E pela primeira vez eu não encontrei palavras para responder a uma criança. Enryque sabia que eu não tinha namorado, então a quem exatamente ele estava se referindo?

— Acho que o sol está deixando sua pele vermelha. — Ele observou, apontando para o céu.

— Acho que sim. Vamos? Sua mãe deve estar nos esperando.

Ele andou na frente e eu o segui, ainda atordoada pelo que tinha acabado de ouvir.

Encontramos Ayla na cozinha com um avental em volta da cintura, e com um pano de prato nas mãos.

— Alice, que bom que você veio. Eu estava com as mãos sujas e pedi pra Arthur abrir o portão — ela se desculpou.

— Ah, sim, eu já conheci o cavalheiro Arthur. E antes que eu esqueça — peguei o estojo e entreguei a ele —, eu trouxe isso para você, e margaridas para sua mãe.

Ele abriu o presente, eufórico. Eu havia perguntado a Ayla do que Arthur gostava, e quando ela me disse que ele amava desenhar, achei que tinha encontrado o presente perfeito.

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