Capítulo 54

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Vivian

Cortei caminho pelo beco, cheguei em Karine mortinha. bati no portão, gritei a beça e nada. tinha uma senhora sentada no portão do lado

Vivian: sabe me dizer se Karine tá em casa? tô chamando a beça e nada

Já tava querendo ir embora, mas sabe aquela sensação de ter alguma coisa errada? quando eu cismo com alguma coisa nunca é atoa.

Xx: tem ninguém aí não, eu tô aqui desde a hora que ela saiu e ainda não voltou

Assenti, cheguei mais perto do portão, coloquei o carão, tava tudo fechado, escutei choro de criança vindo lá de dentro! tô falando, minha intuição não falha nunca.

Vivian: e o filho dela, tava junto?

Xx: não! ela nunca sai com o filho, ele deve tá em casa com o pai, tá escutando o chorinho dele? tadinho esse menino só chora

Vivian: com o pai ele não tá, aquela filha da puta saiu e deixou o filho sozinho em casa

Xx: aí senhor que horror! o menino tão pequeno, essa mulher merece uma coça

Tentei abrir o portão e nada, dei um chutão cheio de ódio que o portão se arrebentou todo. do quintal o choro de Heitor tava mais alto, eu já tava ficando nervosa.

Vivian: mulher filha da puta! que ódio

A porta tava trancada, entrei no truque pela janela. a casa tava o próprio lixão da mãe Lucinda, tenho nervoso de mulher relaxada, porca. tava tudo abafado, um calor terrível.

Entrei no quarto, a cena era horrível! Heitor tava pelado, sentado num chão todo sujo do próprio coco e xixi, chorando de soluçar, o rosto todo vermelhinho! corri, peguei ele no colo e não aguentei, chorei juntinho

Vivian: calma meu amor, eu vim te buscar, quer ir embora com a titia?

Heitor fez um biquinho e balançou a cabeça coçando os olhinhos!

Vivian: antes vamos tomar banho vamos, pra ficar cheloso

Coloquei ele em baixo do chuveiro que começou a chorar dessa vez de dor! percebi as marcas pelo corpinho dele já ficando roxas, uma ferida na cabeça, eu fiquei apavorada, é muita maldade, se eu pego Karine eu mato

Vivian: eu queria tanto poder ser mãe de um anjinho igual você, dar o amor e carinho que a sua mãe não te dá - falei abraçando ele

No quarto coloquei frauda nele, uma roupa fresquinha, dei um cheiro nele que riu.

Consegui fazer ele dormir e nada da piranha chegar, mas galinha de casa não se corre atrás, ela vai ter que voltar, eu quero bater de frente com ela, fazer ela tomar vergonha na cara e virar mulher.

Escutei barulho na porta, Karine entrou toda maluca no quarto, gritando! fiquei frente a frente com ela

Karine: tá fazendo o que dentro da minha casa o sua piranha? saí de perto do meu filho

Vivian: é você que não pode ficar perto dele. deixou teu filho sozinho! jogado todo sujo, chorando! toma vergonha nessa tua cara sua cachorra

Karine: fodase, eu tive os meus motivos, tu não é mãe, não pode falar porra nenhuma! o filho é meu, a mãe sou eu! vai cuidar da tua vida

Vivian: você não é mãe, você é um monstro! eu vi as marcas que você fez nele sua doente

Karine: o filho é meu, eu faço o que eu quiser, isso foi pra ver se ele vira gente, essa criança inútil não consegue fazer nada! vamos ver se na porrada ele deixa de ser um encosto na minha vida 

Agora é a minha vez - livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora