Capítulo 20

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levantei com uma ressaca braba, Adriano nem tava mais na cama, dormi a beça também, ele nem pra me acordar. ainda tenho que arrumar minhas coisas, hoje é dia de caçar o rumo da minha casa, voltar a rotina.

fui pra cozinha, Adriano tava lá mechendo nas panelas, tava de costas, sem blusa com um pano de prato no ombro, que perdição

Fabiana: tá fazendo o que aí? – me sentei na bancada

Adriano: um bagulho aqui pra nós comer

Fabiana: ih, quero morrer com intoxicação não hein

Adriano: ialá, o pai é Masterchef pô, se liga

Fabiana: quero só ver se ficar horrível

Adriano: tá levando fé não? tu vai ver pô

Fabiana: tu tem quantos anos, Adriano?

Adriano: trinta e dois

Fabiana: e não tem mulher? – olhei desconfiada – sei

Adriano: que mulher que eu tenho cara? te dei meu papo reto pô, tenho ninguém não

Fabiana: nem filhos ?

Adriano: tenho não, mas se tu quiser nós faz um

Fabiana: tô falando sério

Adriano: tô falando sério contigo também pô, tenho motivos pra mentir pra tu não Fabiana, sou moleque não

ele terminou de fazer o babado todo lá, era macarrão ao molho branco com camarão, eu gosto muito. me servi, comi tudo e ainda repeti, tava gostosão, me fiz real

Fabiana: tá muito bom, que isso

Adriano: te falei pô, representei pode falar, pode falar

Fabiana: sabe cozinhar mais o que?

Adriano: só sei fazer isso só – falou rindo

lavei a louça, Adriano fez uma bagunça nessa cozinha, sujou coisa a beça sem necessidade, só ódio. ele tava na área da piscina sentado em uma cadeira fumando, fui até ele

Adriano: vem cá, senta aqui – bateu na perna dele – vai pra tua casa hoje mesmo?

Fabiana: tenho que ir – sentei no colo dele – fica tranquilo, vou te empatar mais não

Adriano: para de graça, tu sabe que me amarrei contigo vindo pra cá ficar comigo pô

Fabiana: tô sabendo de nada não – dei um sorrisinho e rebolei no colo dele

Adriano: me atiça mesmo ô filha da puta – apertou minha cintura e passou a mão por baixo da minha saia – sem calcinha, Fabiana?

Fabiana: estava te esperando – ele levou a mão até minha buceta

Adriano: você é uma Diaba garota, namoral

quando fui ver eu já estava sentando horrores pro bofe, só sentadão. Adriano é todo bruto, agarrou no meu cabelo me deixando toda curvada, não tem coluna que aguente, mas não tem babado, sentei igual

depois da fudelancia na beira da piscina ele me chamou pra ir pro bar pra ver o jogo do Flamengo, gosta a beça de sair, nunca vi, e eu tô indo juntinha né. arrumei minhas coisas e coloquei tudo no banco de trás do carro, que de lá eu já meto meu pé pra casa.

chegamos no bar tava lotado já, ele pegou na minha mão me guiando pra dentro, o povo que tava alí botando maior carão olhando pra gente eu hein. paramos em uma mesa, ele pegou a cadeira colocando uma do ladinho da outra pra gente sentar

Adriano: quer beber nada não? – me abraçou pelo pescoço

Fabiana: quero não

uns amigos dele checaram, sentaram junto da gente, eu até me afastei né, esses homens são tudo nervoso com esse negócio de futebol, era cada porradão que eles davam na mesa.

Paula, a mona que eu fiz amizade ontem no show chegou sozinha, ontem ela tava lá com o marido, ela falou com os bofes na mesa e veio pro meu lado com a cara fechada

Fabiana: e ai garota, cadê teu marido? aposto que veio sozinha pra pirraçar com ele

Paula: tchum, ele tá é com a novinha dele por aí – revirou os olhos – já já tá brotando por aqui

Fabiana: o que – olhei espantada pra ela – e tu fala isso com essa naturalidade maluca

Paula: foi tempo que eu batia cabeça com amante, o malote dele vindo todo pro meu bolso eu fico tranquila

Fabiana: gente que doidera vocês dois – ela riu – aí, eu não iria aguentar essas coisas não

Paula: garota, já tô a tanto tempo nessa que já nem me abalo mais, sabe – só neguei com a cabeça

ficamos papeando até que ligaram pra ela e ela foi atender, depois voltou

Paula: vamos alí comigo mona – me puxou – meu bofinho tá me esperando na rua aqui de cima, vem comigo pra disfarçar

Fabiana: tá maluca Paula, teu marido vindo aí e tu querendo ir se encontrar com homem em beco

Paula: é rápido

fui falar com o Adriano, falei que iria no banheiro

Adriano: presta atenção hein Fabiana

fiquei encostada na parede enquanto ela conversava, o garoto era novinho, esse povo é tudo doido.

tava distraída mexendo no celular, ouvi barulho de moto, era no final do beco, olhei bem e vi o garoto que me trouxe aquela vez, fiquei prestando atenção a moto parou em frente uma casa, tinha uma mulher na garupa, na hora que ela desceu eu vi o rosto dela, fiquei abismada quando eu vi que era a mulher do Diogo a tal Carla, gente eu tô velha

Paula: vambora Fabiana

Fabiana: pera aí Paula, fica quieta – fui me aproximando

Paula: que qui foi garota?

contei pra ela o babado todo

Paula: alá, eles tão se agarrando, pega o celular mona

Fabiana: celular pra que maluca?

Paula: tirar foto ué, aí tu envia pro teu ex ver a mulher que ele tem

botei o celular na câmera, Paula pegou da minha mão e começou a tirar as fotos

Fabiana: eu não vou enviar isso pra ele não, quero me meter não, na minha vez ninguém falou nada

voltamos pro bar, fiquei olhando aquelas fotos, a minha vontade era de esfregar elas na cara do Diogo, mas vou deixar ele descobrir sozinho. bem feito para aquele corno, o mundo gira mesmo né, ele fez comigo agora estão fazendo com ele, aí aí e eu não sinto nenhuma pena, acho é pouco

....

Agora é a minha vez - livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora