A Menina dos cachos dourados - Duologia Mundo Dourado (VOL 2)

Prólogo

O ano era 2017, ano onde tudo se concertou graças a uma garota que conseguiu mudar muitos aspectos do mundo celestial. A mesma não sabia dizer se tudo aquilo era um sonho ou era real, estava tudo tão tranquilo, que em sua mente era até mesmo estranho.

Coraline enfim, completou seus nove meses de gestação. Uma gestação complicada, mas que para a mesma nem parecia dar tanto trabalho assim. As vezes a mulher poderia jurar sentir o toque de Miguel sobre seus ombros, em forma de apoio, mas como seria possível se o mesmo já não existia mais naquele mundo?

As duas mulheres que viviam na mesma casa, pensavam o mesmo sempre "Que estava alegre demais par ser verdade!", e suas intuições estavam certas, tudo estava quieto demais, lindo demais e a paz que os rodeavam era de tamanha estranheza que não pôde ser deixada de lado.

🌼

Chovia muito aquela noite, tudo o que se ouvia eram os gritos de dor de Coraline. Naquela noite de vinte e três de abril, a mulher foi ajudada por Freya e Isabela que tentavam ao máximo ajuda-la.

- Nada está resolvendo Isabela! - Fala a mulher direcionando seu olhar para a garota.

Tudo parecia se desmoronar aos poucos, enquanto Coraline tenta ainda manter o controle de sua alma que pedia insistentemente para sair de seu corpo. Manuel assim como Gabriel e Rafael, se encontravam no mesmo quarto tentando ajudar pondo todo seu poder sobre aquela mulher.

Nada adiantou diante do estado em que Coraline se encontrava, Miguel deveria estar presente naquele momento, sem ele a criança não poderia nascer.

- Não tem como melhorar isso de alguma outra maneira? - Pergunta Gabriel olhando para a mulher deitada a sua frente.

- Talvez tenhamos, mas tudo requer uma consequência. - Fala a mulher observando a todos enquanto Coraline grita de com a dor insuportável. - Ela vai ter que escolher entre ela e a criança! - Fala ela recebendo olhares negativos.

- Por que alguém sempre tem que morrer para isso? - Pergunta Gabriel.

- Não é uma escolha minha, para obter uma vida a morte é necessária! - Altera a voz com o arcanjo.

- Não! Temos que salvar os dois. - Fala Isabela levantando-se do chão, onde se encontrava ajoelhada ao lado da mulher.

- Ou é essa opção, ou ela vai ficar assim com dor até o coração dela parar e a criança morrer asfixiada dentro do ventre dela! Estou tentando salvar uma das duas, a decisão não é minha e sim dela. - Fala a mulher observando Coraline que a olha chorando. - E então? Como vai ser?

- Eu não tenho mais nada para fazer aqui mesmo! Salve a criança e me deixe ir...

- Mas, Coraline!

- Chega Isabela! Sei que sou uma mãe para você, mas algum dia isso iria acontecer e minha amiga morte viria me buscar. - Fala ela enquanto apertava as mãos de Rafael e Manuel. - Eu só quero uma coisa. Que você minha queria, cuide dela! Não como irmã, mas sim como mãe. Até porque nem a mãe ou o pai dela iram estar presente.

- Mas, você..

- Eu não prometi que iria ficar. Eu não faço promessas criança elas torturam a gente, corroem a mente! Mas, eu vi! Eu vi o corvo preto e uma grande serpente entrando na vida desta criança, que agora será sua. Eu vi um futuro belo, porém cheio de problemas, então guie ela por mim. - Fala Coraline para a garota que tenta segurar sua lagrimas, ela não podia solta-las, teria que naquele momento fazer com que se realize o pedido da mulher.

- Gabriel vá até os principados e traga Araquiella e Adromeda! - Fala Freya colocando suas mãos sobre a mulher, junto a Isabela que faz o mesmo. Gabriel sai em disparada até o território dos principados sem ao menos olhar para traz. - Bela prepare-se para a dor, isso vai ser uma dor insuportável então, por favor, aguente! - Fala a mulher pondo suas mãos sobre a mulher e fechando seus olhos, enquanto sua lua que se encontrava no meio do decote de seus seios brilhava.

Isabela faz o mesmo que ela, deixando suas mãos sobre Coraline que se encontrava ofegante e com seus braços temendo fraquejar.

- Mãe de todas as mulheres, dama da noite, nos ajude junto à Lilith nesta noite tão conturbada para uma mulher que sofre com uma dor que não deveria existir. Ajude-nos, eu suplico! Dama das três faces, nos dei força para que esta mulher a quem estamos ajudando, possa nos entregar este ser tão puro e inocente. Ajude-nos dama das três faces! - Fala Freya ficando com seus olhos negros como a noite. - Traga um pouco da dor dela para nós mulheres, que estamos presentes neste quarto! - Após a ultima frase dita pela bruxa, as duas receberam aquela imensa dor da mulher. Isabela não tira suas mãos de cima de Coraline, mas não consegue conter seus gritos de dor junto à Freya que se mantinha firme.

Manuel segurava as mão de Coraline que já se encontravam vermelhas de tanto aperta-las, ele põe sua mão livre sobre os ombros de Isabela, sinalizando que estaria ali para ajudar, mesmo que não fosse muito.

Foram poucos minutos até chegarem Adromeda e Araquiella, as duas foram indo até o meio das pernas de Coraline, segurando a criança enquanto se retira do ventre da mãe. Logo as dores para as três mulheres cessaram, levando uma delas para um lugar tão lindo que nunca poderia imaginar, Coraline se foi deixando um lindo sorriso em seu rosto ao dar uma ultima olhada para sua filha, que estava entre os braços de Adromeda.

🌼

Naquela noite chuvosa em uma cabana bem ao longe e escondidas sobre as arvores, se encontrava uma mulher de cabelos pretos olhos verdes com pele banhada pela lua, sobre a cama via seus filhos deitados descansando enquanto olhava pela janela a noite chuvosa, lamentando a morte de uma de suas filhas.

- Parece que mais uma de nós nasceu hoje Mebula. - Fala a mulher para a sua serpente que rodeava seu pescoço. - Devemos conhecer ela. Talvez um dia possamos nos encontrar. - Fala a mulher observando mais a chuva cair com intensidade, enquanto os lobos ao longe uivavam pela perda de uma bruxa. - Espero que seja bem tratada na entrada do Hell sagrado, com frutas, vinhos e pães para agrada-la. Não foi uma noite fácil.

"Uma bruxa nunca morre quando sua magia é passada para seus primogênitos, seu conhecimento será um dia reconhecido por aquela cujo seu nome tem a mesma beleza da lua."