13 parte 1

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Eu nunca vou te esquecer
Eles dizem que nós nunca conseguiríamos
Minha doce alegria
Sempre se lembre de mim..

(Never foget you - Noisette)

🌼

      Em um piscar de olhos os gêmeos podiam ver o lugar escuro com vários tons de preto e cinza, o vermelho só se encontrava no Jardim à frente da grande ruína do Palácio, flores tão lindas quanto a chama mais forte do figo. O chão conseguia ser tão pontuado e pedregoso, tão cheio de terra que os dedos das crianças se cobriam por areias e pinicava com pedrinhas pontudas.

     Os dois chegaram no local com seu olhar entristecido, seus olhos estavam caídos com brilho sombrio em seus olhos, a decepção corria por suas íris assim como a tristeza fazia suas pupilas dilatarem muito rapidamente, lembrando um pouco as pupilas dos grandes felinos. 

— Sejam bem vindos, aqui será sua casa por um bom período de tempo, saíram daqui poderosos e já crescidos. — Fala ela observando os dois que deixavam seus olhos encherem e brilharem em lágrimas. — Não chorem, não vai adiantar de nada tudo isso, você só deve chorar no último apelo de sua vida, só deve deixar ser corrompido pela tristeza para quando se perde alguém que você daria a vida. — Fala ele indo até a garota vendo Zaniel limpar suas lágrimas. 

— Mas eu gostava deles, de alguma forma eles me entendiam, eu só não sei o porquê foram tão maus comigo, o que foi que eu fiz? — Pergunta a pequena soluçando tanto que não conseguia controlar em meio às suas palavras. 

— Não precisamos de muito para sermos odiados, nossa existência já é mais que o suficiente para que nos julguem sem ao menos pensar. — Fala ele passando seus braços fortes sobre o corpo pequeno dos dois. — Não se preocupem, vocês vão ter a vingança que merecem,  e vão ser o meu orgulho, eu jamais deixarei minhas crias sofrerem. 

    Lucifer após abraçar suas crias, os apertou contra seu corpo revelando suas asas que saem com uma dolorosa alfinetada de dor em suas costas, penas brancas cobertas por seu próprio sangue e machucados que nunca se curaram, suas asas estavam destroçadas, em vários lugares faltava penas outros só se via metade. 

   Já faz tanto tempo que mostrou suas asas que esqueceu o quanto é doloroso tê-las em sua visão, o faz lembrar do dia que fora mal compreendido, o faz lembrar do jogo sujo, o faz lembrar da raiva. Suas crias seriam seu único motivo para voltar a sentir tal dor novamente, afinal após a guerra não ousou mostrá-las novamente para nenhum ser.

— Jamais abaixe a cabeça, os dois devem ser vitoriosos em tudo o que fazem, lembrem que ninguém brinca com vocês, entendido? — Pergunta ele para as crianças que respondem com um baixo sim largando seu pai para olhá-lo com um sorriso de canto.

— Vamos ser fortes, eu e Prudence daremos orgulho a vocês, afinal somos príncipe e princesa do inferno, temos que ser temidos. — Fala Zaniel segurando a mão de sua irmã, olhando para seu pai que os guia até a entrada do Castelo. 

    ~~~~~~

   Dias se passaram enquanto Luna tenta superar a partida dos seus amigos, Araquiella e Anpiel se estranharam por um longo tempo depois da partida de Prudence, seus olhares não diziam nada, ficavam neutros e quase nunca falavam. 
   
      Luna, mesmo com a falta dos dois, a garota se empenhou nos estudos e treinos que recebeu em sua casa, sua dor pela falta de quem ela adorava a tornou dedicada, muito mais que antes.

    Foram dias e mais dias tentando ao máximo se controlar, com machucados rodando seu corpo e com seus cabelos sempre amarrados em um pequeno coque, foram noites de conversa com aquela que brilha em sua janela, a garota muitas das vezes ficava de joelhos sobre a cama sentando sobre eles, abria sua janela pondo suas mãos sobre o vidro com os dedos abertos enquanto o brilho da lua iluminava sua pele marrom como a lama à beira da Cachoeira. 

A Menina dos cachos dourados - Duologia Mundo Dourado (VOL 2) Onde histórias criam vida. Descubra agora