capítulo 19

24 1 0
                                    

Cadu narrando

Bom, já estamos no final do ano, minha mãe já teve seu tratamento e conseguiu se recuperar muito bem, graças a Deus. Eu tenho mantido mais contato com o meu pai nesses últimos meses. Eu e Daphne estamos indo super bem em nossa amizade, todos os dias ela tem se dedicado em seus estudos, a gente até conseguiu estudar juntos algumas vezes e como forma de agradecimento eu decidi levar ela para jantar fora hoje.

Lucas tem se disponibilizado para me ajudar com discipulados e tem sido muito bom, isso tem me ajudado a ter mais relacionamento com Deus. Festas e bebidas são coisas que não fazem mais parte de mim, o que fez muitos "amigos" se afastarem. Antes, as amizades eram como pássaros de verão, belos e vibrantes durante uma estação, mas fugazes. Ao me aproximar de Deus, descobri a diferença entre conexões de momento e relacionamentos genuínos. As amizades baseadas em valores compartilhados e no crescimento espiritual tornaram-se alicerces em minha vida. Isso me trouxe uma visão muito diferente das coisas.

O relógio marcava 18 horas, e eu sabia que tinha tempo para me arrumar e preparar tudo antes de buscá-la às 19 horas. Esboço um sorriso ao lembrar que, há alguns meses atrás, levá-la para jantar poderia ter sido uma ideia muito distante. Mas agora, é uma realidade. Após um banho revigorante, cuido dos detalhes finais. Passo um toque sutil de gel nos cabelos e um olhar no espelho para confirmar se eu que estava pronto. O relógio na parede anunciou que era hora de ir buscar Daphne. Pego as chaves do carro e dirijo para a casa da Daphne.

— Eai mano — Diz Lucas abrindo a porta.

— Vim buscar sua irmã — Falo para irritá-lo e ele cai direitinho.

— JÁ TÔ INDO — Escuto o grito da Daphne vindo do seu quarto.

— Não é para demorar, mínimo de contato físico e traz comida para mim — Diz Lucas.

— Pode deixar.

— Pronto, agora vamos — Daphne aparece.

— Nossa... — Digo admirando-a

— É de família - Lucas diz.

— Deixa de ser convencido. — Daphne ri e a gente sai.

— Antes das 22 h quero ela aqui. — Lucas grita.

— Eu quero ir ao shopping. — Daphne diz.

— Quer comer lá? — Pergunto.

— Sim, a gente pode ir à parte dos jogos. — Ela diz animada.

— Tá bom, criança — Digo zoando.

— Isso, faça o que a minha criança interior pede. —Ela se aconchega no banco do carro colocando uma música no som do carro. Sua atitude mostra o quanto se sente a vontade perto de mim e isso me deixa contente.

Chegando no shopping, andávamos conversando e vendo as lojas, percebi que as mulheres têm uma mania absurda de querer entrar em qualquer loja que tenha algo que a chame atenção, mesmo que não vá comprar nada. Enquanto andávamos, Daphne parou subitamente com seus olhos brilhando ao avistar o playground colorido próximo à praça de alimentação. Logo em seguida vejo Daphne se entregando a todos os brinquedos presentes. A felicidade dela era contagiosa.

— Como você pode ser tão boa nisso? — Falo tentando acertar os passos no Just dance.

— Anos de experiência, meu querido — Ela continua dançando como se fosse a minha maior inimiga.

— To vendo aí — Falo ofegante.

Após um tempo cheio de risadas no playground, sugiro que já era hora de irmos jantar.

Sentimentos ConfusosOnde histórias criam vida. Descubra agora