capitulo 16

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Quando estou saindo do mercado, escute alguém me ligando.

— Ei Cadu? - diz David, amigo da Daph.

— Oi? - digo

— Posso falar com você agora? - ele diz.

— Cara, eu não estou com cabeça, mas pode falar. - digo

— Eu queria falar com você sobre a Daphne. Ela tem falado bastante de você ultimamente. -ele cruza os braços e me olha como se estivesse me estudando.

— Sério? - tento permanecer a minha calma.

— Eu só quero ter certeza de que você não está brincando com os sentimentos dela, sabe? A Daphne é uma amiga próxima, e eu me importo com ela. - percebo sua preocupação, mas não gosto do fato dele estar se metendo em nossa relação.

— Eu não tenho intenção de magoá-la. Pode ficar tranquilo. Eu não sei o que você deu essa ideia, mas não estou brincando com os sentimentos da Daphne. Eu realmente me importo com ela.

— Você pode dizer o que quiser, mas a Daphne é uma amiga próxima, e eu não vou ficar aqui parado vendo você acabar magoando-a. -Nesse momento meu sangue esquenta.

— Você não me conhece o suficiente para fazer julgamentos sobre mim. Eu respeito a amizade de vocês, mas isso não te dá o direito de questionar meus interesses.

— Eu só quero o melhor para Daphne. Se você for o cara certo, ótimo. Mas se não for, é melhor você sair do caminho. Não é te menosprezando, mas você sabe que a Daphne é muito diferente de você, acho que ela merece alguém que tenha a mesma visão que ela. Só to falando isso para você porque não quero ver ela machucada depois. - ele me avisou.

— Eu não preciso de sua permissão para estar com ela. Se você realmente se importa com Daphne, deveria confiar nela o suficiente para fazer suas próprias escolhas.

Saio deixando ele para trás antes que eu perca o controle com ele. Ele se acha o bonzão? Ele não tem o direito de falar que eu não mereço estar com ela.

Enquanto eu dirijo, me questiono sobre o que ele falou. "Será que estou realmente pronto para algo sério? Eu mereço realmente a Daphne?" A incerteza pairava no ar, fazendo com que eu me sentisse inseguro. Chego em casa e começo a refletir em tudo o que ele disse. É irritante saber que talvez ele tenha razão. Me recostado no sofá, mergulhando em meus pensamentos profundos. "Será que estou pronto para ser o cara que Daphne merece? Ou estou apenas a arrastando para um turbilhão de incertezas?"

Chego em casa e tomo um banho para aliviar o estresse, janto uma lasanha de microondas que comprei e deito em minha cama. Olho para a escuridão que habitava em meu quarto a partir do momento em que eu desligava as luzes e fechava a cortina. Abro um pouco a cortina que me dá uma pequena visão do céu. Faz tanto tempo que não converso com Deus. Será que ele ainda me escuta? Ou será que você estará chateado demais comigo por eu ter me afastado dEle?

"Deus, faz tempo desde a última vez que conversei com o Senhor. Tenho carregado tantas dúvidas e inseguranças dentro de mim. Não sei quando as coisas mudaram tanto, talvez foi quando eu vi meu pai indo embora, ou talvez quando vi minha mãe chorando por sentir falta do grande amor dela. Eu sinto muito Pai, eu posso te chamar de pai? Eu consigo me lembrar do prazer que eu sentia quando eu te visitava. Me lembro muito bem, mas eu também me lembro das vezes em que eu te chamei, mas não tinha respostas. Isso me doía tanto, eu precisava apenas de um sinal. Todas às vezes em que eu te chamava e não conseguia respostas, eu me afastava mais e mais, até que eu não te visitei mais. Eu precisava de Você e eu sei que ainda preciso e sempre vou precisar, então agora eu tô aqui de novo. Será que dessa vez pode falar comigo? Por favor." Sinto a lágrima cair dos meus olhos.

Sentimentos ConfusosOnde histórias criam vida. Descubra agora