Part 14

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S/n

Entrelacei nossas mãos ouvindo meu salto ressoar enquanto caminhávamos entre as pessoas. A mulher havia avisado que reservaram mesas para todos, a nossa estava no canto direito superior do salão, com cinco cadeiras adornadas. Uma era para a senhora Augusta Longbottom, mas ela xingou Fudge e disse que não iria nem arrastada, então estava vazia mesmo.

O clima era clássico de festa de gente rica — e velha —, música instrumental, canapés esquisitos com várias camadas mas que ainda te deixam com fome e taças brilhantes. Minha esperança era que, como qualquer festa decente, depois da meia-noite comecasse a baixaria que te faz sentir que valeu a pena esperar tanto.

Neville se apressou soltando minha mão puxando uma cadeira para mim, a qual sentei agradecendo com um sorrisinho.

Fofo.

Pedimos alguns drinks para um garçom que passava por ali, recebendo dois whiskys de fogo para os adultos e duas taças de uma bebida colorida borbulhante sem álcool para Nev e eu.

Tinha um gosto parecido com limão e pêssego, não era ruim. Tia Alice e Frank começaram a falar entre si algo sobre trabalho enquanto eu olhava o moreno ao meu lado bebericando o copo, parecendo inquieto por estar no meio de tanta gente.

— Tudo bem? — Quis ter a certeza, me inclinando para murmurar.

— Sim, quer dançar? — Perguntou olhando as pessoas no centro do salão, me fazendo assentir breve.

Levantamos indo até os outros casais que dançavam uma música um pouco mais animada.

Nev fez uma reverencia rindo, me estendendo uma mão que não demorei a pegar. Sua mão livre deslizou até minha cintura enquanto eu guiava a minha em direção ao seu ombro. Abaixei um riso notando os irmãos Weasleys em uma mesa ao fundo fazendo joinhas para nós.

Começamos com movimentos para os lados, alternando entre rodopios com pegadas e jogadas para trás nos braços um do outro, que não demoraram a virarem movimentos de quadris aleatórios e passinhos que eram moda três décadas atrás.

Voltamos a nos abraçar com passos ladinos quando outra valsa começou. Neville ria baixinho ajeitando o cabelo bagunçado, com meu inconscientemente me pedindo para considerar que só aquela visão já fazia valer a pena toda aquela situação.

— Vamos sair daqui. — Murmurei ao ver a posta improvisada encher.

Atravessamos uma porta que levava a um corredor que eu não fazia ideia de onde daria. Puxei a mão do garoto ao meu lado, o trazendo em minha direção.

Deixei um selar em seus lábios que logo se tornou um beijo lento e profundo, suas mãos envolvendo meus quadris como se não pretendesse mais soltar.

— Quero te mostrar uma coisa. — Ele separou o beijo, sorrindo ao me ver balançar a cabeça em confirmação.

Deixando Neville pousar uma mão em minhas costas me guiando por um longo corredor decorado. Até uma assombração se chocar contra nós. E analisando melhor, se tornam três.

Porque desgraça pouca é bobagem.

Mas não sei porque me choco ainda, estava bom demais para ser verdade...

— Sai da frente, S/s! — Malfoy parou um instante ajeitando o terno preto.

— Você que bateu em nós, 'ta cego agora? — Rebati exaltada só desejando sair logo dali, alisando a manga do vestido.

— O que você disse? — Ele voltou sua atenção para nós, olhando de cima a baixo.

— Dificuldade cognitiva, seu arrom...? — Neville interrompeu apertando minha mão, murmurando um "vamos, por favor".

Suspirei me dando por vencida, olhando o caminho que seguíamos minutos atrás.

— Meu pai vai saber disso, Longbottom. — Malfoy continuou, em desafio enquanto as duas estátuas atrás de si apenas assistiam.

— Por que você não assume seus b.os uma vez na vida, garoto? Vai procurar uma terapia, eu hein. — Falei mais alto do que pretendia, me arrependendo no mesmo instante.

O loiro deu um passo a frente sorrindo cínico, senti meu corpo tencionar levando uma mão automaticamente até minha varinha escondida na manga do vestido.

— Eu acho que você esqueceu seu lugar, mestiça imunda! — Ele levantou o dedo indicador apontando-o no meu rosto, mas foi obrigado a abaixar ao receber um tapa na mão.

— Cala a boca e some daqui, Malfoy. — Neville ficou entre nós dois, tencionando um pouco contra minha mão.

— Olha só quem tomou atitude! — O seboso riu, sendo acompanhado pelos outros dois — Eu adoraria continuar essa briguinha, mas entendo perfeitamente como deve ter sido difícil reunir toda essa coragem para me "enfrentar". — Ele fez aspas com os dedos, me fazendo considerar qual azaração jogar primeiro — Vocês são patéticos, e do fundo do coração, é triste te ver arruinando os Sagrados por uma vadiazinha sangue-ruim.

Em segundos eu estava entre ambos, segurando minha varinha contra o queixo de Malfoy.

— Inflamare Cor...

— Chega! — Goyle berrou, interrompendo tudo — Draco, vamos...

Malfoy recuou um passo erguendo as mãos, ainda me olhando assustado, não acreditando no que eu iria fazer. Ele passou a mão pelos cabelos nervoso antes de sumir pela grande porta.

Covarde, como sempre.

Respirei fundo guardando a varinha e virando na direção de Neville, que olhava fixo a porta atrás de mim apertando os punhos.

— Vamos sair daqui.

Passei a ponta dos dedos pelo pulso de Neville, que suspirou pesado passando um braço pelos meus ombros, nos guiando até um tipo de jardim dentro do prédio, com uma redoma de vidro no teto mostrando o céu do lado de fora.

Apesar de artificial, era muito bonito.

Sentamos em um amontoado de almofadas escuras espalhadas na grama, sentindo o moreno deitar a cabeça em meu colo.

— Me desculpa... — Ele murmurou abraçando minha cintura.

Levei uma mão acariciando seu cabelo por impulso, confusa com o pedido.

— Desculpar o que, Nev?

— Por não ter feito nada quando ele te chamou daquelas coisas... por ter sido covarde...

Ouvir aquilo me quebrou de inúmeras formas. Malfoy sempre foi um imbecil com todo mundo, mas com Neville era diferente. Quase sempre envolvia o fato da tia maluca dele ter torturado os Longbottoms durante a guerra, quase os levando a loucura.

— Ei, me escuta. — Segurei seu rosto entre minhas mãos ainda trêmulas — Você não é nada disso, você é a pessoa mais incrível e corajosa que eu conheço, e eu te amo, muito, nunca se esqueça disso.

Tentei manter um tom firme por mais que minha voz ameaçasse falhar. Nev abraçou meu pescoço, me prensando contra si.

— Eu também te amo, muito.

Fechei os olhos sentindo ele relaxar, se afastando para me olhar nos olhos. Seu polegar deslizando pela curva da minha bochecha antes de me puxar para continuarmos o beijo de onde paramos.

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Oioi gente
Primeiramente queria pedir desculpa antecipado porque eu li umas 10x esse capítulo e ainda não consegui gostar, então ne

Segundo que POR FAVOR me falem o que estão achando, a fic ta acabando e eu to mais perdida que tudo no que fazer.

É isso mesmo, bjos.

Cotton Candy Skies || Neville LongbottomOnde histórias criam vida. Descubra agora