Part 9

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Neville

A viagem passou rápido, entre conversas animadas e S/n fazendo guerrinha de feijõezinhos. Logo estávamos descendo do Expresso, procurando nossos pais. Entrelacei minha mão na da garota incrível ao meu lado, indo até minha mãe.

— Querido, como você cresceu! — Ela me abraçou apertado, soltando ao notar S/n — Então essa é a garota que você falou?

— Sim, S/n esses são meus pais, mãe, pai, essa é a S/n. — Apresentei-os tentando conter o nervosismo.

— É um grande prazer, senhor e senhora Longbottom. — Ela sorriu de lado, mesmo com a mão tremendo contra a minha.

Meus pais pararam por um instante alternando os olhares entre nós dois.

— Me chame de Alice por favor, é ótimo te conhecer! — Mamãe se apressou em abraçá-la, seguida de papai que se limitou em um aperto de mãos simpático.

Soltei o ar que nem percebi estar prendendo com alívio, era essencial eles se darem bem, até porque meu quarto é no segundo andar e seria meio difícil pular a janela toda vez que quiséssemos nos ver.

— S/n, finalmente te achamos! — Uma mulher de aparentemente uns 40 anos veio até nós com o marido.

S/n soltou minha mão para abraçar ambos, forçando um sorriso nervoso.

— Então... — Começou, percebendo o olhar do casal sobre nós. — Esse é o Neville, meu namorado, e os pais dele. — Ela nos apontou, logo virando o dedo para os recém-chegados — Esses são meus pais, Agnes e Carl S/s.

Eles nos cumprimentaram formalmente, daquele jeito esquisito que só adultos sabem fazer.

— Nev, nós precisamos ir. — Minha mãe sussurrou, pegando minha mochila e passando pelos ombros.

Assenti, abraçando S/a e me limitando a um selinho, qualquer outra coisa no momento seria bizarro demais para lidar...

•••

Hoje fazem cinco dias desde que nos vimos pela última vez, pelo simples motivo de que S/n mora em Nottingham, a 206,1 km de Londres, e nunca comentou nada sobre.

É incrível o jeito que eu me apeguei tanto a ela em tão pouco tempo, isso de ficar longe por tanto tempo é quase impossível. Além do fato de que é véspera de Natal e eu ainda tinha a esperança de vê-la.

Trocamos poucas cartas nesse meio tempo, a que consta o endereço dela ainda não chegou devido as tempestades horríveis de neve dessa semana.

E como se não pudesse piorar, o mau tempo veio do nada.

A estufa no jardim estava com uma telha de vidro quebrada que planejamos concertar no final de semana, até porque fazia um Sol terrível o dia todo. Durante a noite nevou, várias plantas morreram, e as que sobraram estão com dificuldades para se adaptar.

— Neville, desce aqui! — Meu pai gritou da sala.

Deixei o livro que estava lendo na mesinha de cabeceira, tentando não deslizar com as meias pelo chão de madeira recém-polido até o andar de baixo.

Estanquei no pé da escada, encontrando meus pais cobertos pela fina camada de gelo e... S/n!

— Surpresa! — Disse sorrindo largo, ajeitando os cabelos desarrumados pela aparatação.

A garota veio até mim envolvendo meu pescoço em um abraço apertado, enterrei minha cabeça na curvatura de seu pescoço enquanto circulava a cintura da mesma.

Porra, como eu senti falta desse cheiro.

Mamãe pediu para mostrar a casa e o quarto de hóspedes para ela enquanto iam até o mercado.

— Vai ficar por quanto tempo? — Perguntei vendo-a jogar uma mochila de panda na minha cama, se deitando em seguida.

Sentei na beirada do colchão, sentindo um pequeno fio de esperança com a resposta.

— Uma semana, eu acho. — Ela se apoiou em um cotovelo me olhando — Queria ter avisado que viria mas minha coruja me bicou só de ver o envelope de cartas e...

— Não! — A interrompi, gesticulando — Eu adorei a surpresa, senti sua falta.

S/n sorriu se jogando sobre mim, nos fazendo cair no carpete felpudo.

— Também senti sua falta. — Disse inclinando para me beijar.

Levei uma mão até sua nuca e a outra para a cintura, aprofundando o beijo. S/n empurrou meus ombros me fazendo ficar de costas para o chão, logo montando em mim.

A garota pegou a mão que repousava em sua cintura fazendo escorregar até atingir sua bunda, dando leves apertões, fazendo a lufana rebolar.

S/a deslizou os quadris até minha coxa, passando as mãos por dentro do suéter que usava, me causando arrepios pelos dedos gelados contra minha pele quente.

Uma foi mantida arranhando meu abdômen enquanto a outra tateava o elástico do moletom cinza. Arfei sentindo seus dedos passeando pelo cós da minha box.

— Crianças, chá da tarde. — Três batida na porta seguida da voz do meu pai nos fez despertar.

Nos colocamos de pé rapidamente, ajeitando nossas roupas da melhor forma que pudemos ainda sentindo meu rosto queimar, descendo até a cozinha.

A mesa estava posta com xícaras, pães e bolo, ao lado do bule fumegante. Sentamos ao redor da mesa de quatro lugares, usada exclusivamente para essas refeições não tão formais.

— Então, S/n... — Mamãe começou, fatiando o bolo — Neville te mostrou seu quarto?

— Mostrou sim, senhora Longbottom. — S/a assentiu, recebendo um olhar da mulher a sua frente, logo corrigindo. — Sim, tia Alice.

Minha mãe sorriu balançando a cabeça, se pondo a servir o chá de erva doce pelas xícaras espalhadas na mesa.

— Se precisar de qualquer coisa, não hesite em nos avisar. — Papai acrescentou, pegando o pote de açúcar. — E deixem as portas abertas.

Dirfarcei um engasgo assoprando a peça de porcelana em minha mão, tentando não paranoiar sobre até onde ele sabia do ocorrido minutos atrás.

— Frank! São só crianças, não estão fazendo nada demais. — Mamãe interveio.

Papai se limitou a alternar o olhar entre nós dois, nos fazendo abaixar a cabeça em silêncio, começando a comer.

Ficamos ali conversando até perto das 18h, quando voltamos para meu quarto.

S/n estava pendurando suas roupas no meu armário — porque, no final, o quarto de hóspedes foi apenas uma formalidade — quando puxou um moletom que era o dobro do seu tamanho.

— Hey, por que a gente não vai tomar um banho antes do jantar? — Perguntou separando mudas de roupas para nós dois.

— Não é cedo ainda? — Tampei o pote de ração do Trevor, olhando o relógio de parede.

— Não é não.

S/n revirou os olhos, me empurrando até a porta que separava o quarto do banheiro, ligando a banheira e começando a tirar meu suéter.

Cotton Candy Skies || Neville LongbottomOnde histórias criam vida. Descubra agora