Prólogo

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Era mais um dia na base do Afeganistão, como sempre acordei às quatro da manhã, depois de quase três dias sem dormir. Foram apenas duas horas de sono, mas era melhor que nada. Quatro e meia eu já estava pronta, com a minha farda, minhas botas, o cabelo amarrado em um coque, a automático nas mãos e as glocks 380 no coldre da calça. O colite que fica por cima está ajustado ao meu corpo. Em seguida, juntei a minha equipe, como sargento número um, sou a líder da equipe. Fomos então para a nossa ronda no centro da cidade, não estamos em uma base de guerra mas estamos atrás de terroristas, somos os chamados sentinelas. Temos um alvo sendo procurado Alama-Bel, um homem de trinta e cincos anos que foi dito como um dos homens que constrói bombas na região e estamos prevendo um ataque.
Partilhamos a região atrás de pistas, mas ainda não o encontramos. No final do dia estamos de volta a nossa base, e eu fui direto para o meu alojamento, onde divido com a segunda sargento, Zoraida, eu e ela estamos juntas desde a escola de treinamento, somos mais que colegas de serviço, ela se tornou minha grande amiga, uma irmã de alma, é assim que gostamos de falar. Eu e ela estamos juntas para tudo, sempre prontas para proteger uma a outra, ela é a parte boa de todo esse caos e tristeza do trabalho que temos. Eu sei que fui eu que escolhi isso, afinal desde pequena, quando meu pai - que foi general nas forças armadas - me contava histórias militares, eu achava tudo tão admirável e incrível, que queria ser com ele. Essa escolha me fez me aproximar mais ainda dele, meu grande herói e amigo, que infelizmente faleceu de um infarto, dois anos após eu me formar na escola militar. Talvez não seja o emprego dos sonhos, porque eu já vi tanta coisa ruim, mas ainda assim, eu não me arrependo do que eu escolhi. Eu estou ajudando o nosso país, eu quero um mundo melhor.
Ei, tudo bem aí? - Zoraida disse sentando-se ao meu lado - olhando a foto do seu pai
Sinto falta dele - suspiro - também sinto da minha mãe. Mas meu pai, bem, ele era meu melhor amigo - deixo uma lágrimas escapar - queria poder contar minhas histórias para ele
Eu sei que a onde quer que ele esteja, está vendo você e tem muito orgulho da mulher e sargento que se tornou - ela sorriu pra mim
Você diz isso por é minha amiga - bati meu ombro de leve no ombro dela a fazendo rir
Talvez, mas aposto que muitos outros soldados concordam comigo. Você é respeitada, talvez a mulher mais respeitada do nosso pelotão. Você conquistou seu espaço, acredite...seu pai tem orgulho de você

E lá estava eu, mais uma vez com meu rosto banhado em lágrimas pela palavras de Zo, ela sempre sabia o que dizer. Então me joguei em seus braços, fungando e ele me abraçou, me confortando. Eu me sentia sortuda por ter ela como amiga e não me sentir sozinha nesse mundo em que vivemos.

{...}

No dia seguinte, estávamos de pé as três da manhã, recebemos um chamado de que haviam aprendido a esposa de Alama-Bel. Nos arrumamos em menos de vinte minutos, e as três e meia estávamos dentro do carro do exército, até o local onde a mulher estava. Eu falo quatro línguas diferentes: inglês, espanhol, alemão e árabe, por isso eu interroguei a mulher junto com Major do pelotão que havia prendido a mulher. Ela não queria falar, pois temia pela vida do filho, que estava junto ao pai. Eu dei a minha palavra a aquela mãe e mulher que nada aconteceria com seu filho de onze anos, queríamos apenas prende o marido dela e evitar mais mortes. Por fim, ela acabou contando a onde o homem estava escondido e o meu pelotão junto com o do major fomos em sua busca.
O local onde ele estava, era a quatro quadras dali, em um prédio abandonado. Havíamos feito a rota de como entraríamos sem causar mortes, então dois dos meus homens foram na frente enquanto e Zoraida íamos na reta guarda, pronta para qualquer retalhação, vinda de outra direção. Subimos quatro andares até chegar no andar onde ele estava. Eu fui a primeira entrar, apontei a arma para Alama-Bel, mandando-o ficar de joelhos, enquanto meus dois cabos e os outros que entraram em seguida revistaram os outros três homens que também estava ali. O filho dele de onze anos também estava presente no local e foi Zoraida que se aproximou do menino. Sem esperar, recebemos tiros vindo do outro prédio, eu me abaixei e fui até uma parede, assim que estava segura, me coloquei em posição para atirar de volta. Chamei pelo rádio outros soldados que estavam em outras posições e em alguns segundos o tiro cessou. Meu rádio tocou e recebi a informação que já havia pegado os responsáveis pelos tiros. Olhei para o lado e vi Zoraida protegendo o garoto dos tiros, enquanto outro soldado fez o mesmo com Alama-Bel, afinal queríamos ele vivo, para ser interrogado. Saímos do prédio com alívio de dever cumprido, estava tudo saindo conforme o plano. Um dos meus cabos estava com Alama-Bel logo atrás de mim, enquanto Zoraida estava levando o garoto de onze anos para outro carro, onde seria entregue a mãe. Porém como regra, antes de colocá-lo no carro, ela pediu que ele abrisse os braços para revista-lo, era só por garantia. Foi nesse momento que ouvi o pai dele gritar em sua língua árabe, eu eu entendia muito bem.

FAÇA ISSO MEU FILHO...AGORA E ALLA IRÁ TE RECEBER... FAÇA O QUE SEU PAI DIZ - ele gritou enquanto meu cabo o segurou com força

Eu olhei para trás para ter certeza que ele não iria fugir e quando olhei em direção a Zoraida, ela já estava abrindo a parte de cima da roupa do garoto, deixando a vista, a bomba que estava presa em seu corpo. Minha boca estava aberta, mas eu não era capaz de sentir o meu grito, porque o garoto apertou o aparelho que estava em sua mão. O que veio a seguir foi o barulho estrondoso e eu tenho certeza que meu corpo foi jogado para longe e tudo ficou preto.

Olá leitores, essa é a minha nova história, meu perfil antigo é vifanfic, se você já leu La Madrasta e Quien eres tú, vai amar essa história também, que diferente dessas outras duas não é inspiração e nem adaptada.
Prontos para se apaixonar por Vondy nessa história?

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A militar - 𝑽𝒐𝒏𝒅𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora