Capítulo 16

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Quando chegamos na praça ele comprou um algodão doce Rosa pra mim e um azul pra ele, e sentamos em um banquinho para olhar para o céu.
Então já estou pronto para te ouvir - ele diz comendo o doce
Eu não sei o que eu posso falar - digo dando de ombros
Dul, eu posso ver nos seus olhos que você carrega um peso nos seus ombros que talvez se você compartilhar, você fique mais aliviada
Não é tão simples...tem coisas que não existem solução
Dulce… - ele tocou minha mão - se você soubesse que nem tudo o que a gente pensa que não tem solução, na verdade pode ser mais simples
Christopher - eu fiquei séria - eu compreendo a sua dor, sei pelo que passou mas se você estivesse no meu lugar saberia o tanto de coisa ruim que eu vi naquele lugar. E sabe o que mais me dói é que meu trabalho é combater o terrorismo, é ter que saber o que vai acontecer antes para que eu evite. Porém eu me culpo por não desconfiar que um pai seria capaz de colocar uma bomba no corpo do próprio filho, que era apenas uma criança, eu vi ele acionar a bomba e tirar a vida da minha melhor amiga, outro do meu pelotão perdeu o braço e não poderá voltar a ativa, e os traumas que ficaram em todos os outros. Eu fiquei hospitalizada por dois meses porque tive uma fratura exposta na perna, fiz duas cirurgias e sinto dor até hoje, mas eu teria trocado de lugar com Zoraida, minha melhor amiga. Ela tinha tanta vida pela frente, seus pais devem estar chorando até hoje a morte da filha. Eu não fiz o meu trabalho direito, sendo que é a coisa que eu mais sei. Como pude deixar isso acontecer?

Quando dei por mim, eu já estava em lágrimas, esse assunto me dói tanto. Christopher largou o algodão doce e me puxou para seus braços, me abraçando contra seu peito.

Eu sinto muito Dul que tenha passado por tudo isso, mas saiba que você não poderia ter evitado isso. Isso iria acontecer de um jeito ou de outro, porque só vamos dessa terra quando temos que ir
Mas porque a Zo, porque minha melhor amiga que era uma pessoa boa, incrível, muito mais que eu
Não fale assim - ele levantou meu rosto e ele limpou as lágrimas com o dorso da sua mão - você é uma mulher incrível, não desmereça suas qualidades e nem fique questionando porque você está viva e ela não, as questões de Deus não devem ser discutidas e sim aceitas. O que eu posso te dizer é: aproveite sua vida da melhor maneira, pense que era isso que Zoraida gostaria de estar fazendo e não se lamentando
Eu sei, todos dizem isso mas eu não consigo tirar essa culpa de mim - confesso me afastando dele - o que eu faço?
Dul eu não posso dizer o que você tem que fazer mas acho que existe algo que pode te ajudar
O quê? - pergunto passando a mão no meu rosto
Porquê não liga ou tenta ir visitar os pais de Zoraida, porque não diz o que sente, talvez isso te faça sentir melhor
Será? Eu cheguei a pensar nisso quando é estava no hospital mas fiquei com medo - abaixei a cabeça
Não precisa ter medo - ele toca meu queixo - você é forte e eu sei disso. Se precisar posso ir com você
Sério? Mesmo que tenha que ir comigo até Los Angeles onde eles moram?
Claro, porque não? Nunca fui lá, seria legal conhecer - ele sorri

Eu não sei explicar mas esse sorriso foi tão reconfortante, como ele podia querer tanto me ajudar se mal nos conhecíamos, se nem tínhamos nada. Christopher a cada dia me mostra ser uma pessoa incrível e me sinto culpada por sempre estar disposta a afasta-lo.
Será que podemos ir? Preciso descansar - digo me recompondo - e pensar se devo mesmo ir
Tudo bem, como quiser - ele sorri e se levanta do banco e estende a mão pra mim - mas só se prometer que vai parar de me afastar
Chris… - seguro sua mão e me levanto - não posso…

Ele não deixou eu terminar de falar, porque seus lábios grudaram nos meus e novamente me entreguei a esse beijo como se eu precisasse tanto quanto respirar.

{...}

Christopher estacionou sua caminhonete em frente a pousada, desligou o motor e me olhou. Me virei para ele pronta para me despedir com um beijo na bochecha mas ele segurou meu rosto e selou seus lábios nos meus.
Essa noite foi incrível Dul...eu nunca poderei esquecer - sorriu
Aposto que amanhã nem vai se lembrar - brinquei - não sou uma boa companhia assim
É claro que é. Eu não gostaria de estar com ninguém mais que não fosse você - ele confessou me olhando nos olhos - pensa no que eu te disse, sobre ir ver os pais de Zoraida e tirar essa culpa de cima de você
Eu prometo que vou pensar - eu suspirei - e sobre hoje…
Shiiii - ele colocou o dedo indicador nos meus lábios - não fala nada, vamos apenas deixar o tempo dizer, está bem?
Tudo bem - concordei - mas Chris por favor não me cobre mais do que eu posso te dar
Dul eu já falei que tenho paciência, por você eu posso esperar o tempo que for para você perceber que você merece a chance de ser feliz e amada - ele sorriu e então depositou um beijo em minha testa - boa noite e tenha bons sonhos
Você também - acabei sorrindo com aquele gesto fofo - manda um beijo para as meninas
Aposto que Lucy nem dormiu me esperando chegar - riu
Não dê esperanças a ela Chris…
Boa noite Dul - ele piscou e então sai do carro

Quando eu cheguei na porta, e a abri, me virei para acenar antes de entrar. A luz estava acesa e claro, tia Victoria me esperava, curiosa para saber sobre o encontro, então aceitei ir tomar uma xícara de chá com ela na cozinha para lhe contar tudo.

Eu sou muito cadelinha Vondy, e espero que como eu estejam gostando do rumo da história.

A militar - 𝑽𝒐𝒏𝒅𝒚Onde histórias criam vida. Descubra agora