A militar - 𝑽𝒐𝒏𝒅𝒚

Capítulo 4

Depois do ocorrido o meu passeio com Any acabou, apenas paramos em uma barraquinha de lanches e acabamos comendo um cachorro quente. Nossa, fazia tanto tempo que não comia um desses, que até repeti. Minha irmã não estava muito afim de conversar comigo, mesmo depois de ter ido pedir desculpas, as vezes ela é sensível demais. Voltamos para a pousada, o movimento estava grande, várias pessoas estava ali para almoçar, então eu acabei oferecendo minha ajuda.
Na hora do jantar, eu confesso que fiquei esperando Christopher aparecer para jantar com as filhas, mas pela primeira vez desde que eu estava ali, ele não foi. Any tinha certeza que havia sido por minha culpa e tia Victoria pediu para ela não falar assim. Eu não jantei, preferi ir para o quarto e tentar descansar. Minha perna estava começando a doer, tomei um analgésico e depois meu remédio de dormir e capotei.

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E mais um dia eu acordei suando por causa de um pesadelo, dessa vez eu a vi. Zoraida estava toda ensanguentada, seu braço direito havia sido atracando, ela chorava e implorava por minha ajuda, mas eu não conseguia chegar até ela, até que uma explosão acontece, eu grito e então desperto. Eu não aguento mais esses pesadelos, essa culpa que me corremos, até quando eu viveria desse jeito.
Eu levantei, tomei um banho e vesti uma roupa leve, ou seja, moletom, uma camiseta com qualquer, amarrei meu cabelo em um coque e calcei tênis, geralmente são minhas roupas favoritas. Eu desci até o hall, pedi o carro da minha tia emprestado e avisei que ia até o centro da cidade, queria andar um pouco, tomaria café por lá.
Tem certeza que vai sozinha? Não quer que eu libere Any ou quem sabe Maite?
Não, tia, eu estou bem. Sou uma adulta se lembra? - ela riu
Está bem, você tem razão. Me desculpa por me preocupar tanto - ela veio até mim e beijou minha testa - Deus acompanhe você, cuidado
Pode deixar - eu sorri para ela e então sai

Anahi apenas me comprimentou, pelo jeito ela ainda estava chateada, mas decidi não dar bola para isso nesse momento, eu queria espairecer um pouco, rever o centro da cidade, as lojas e o principal: a academia.

{...}

Depois de tomar café em uma lanchonete, a qual meu pai costumava me levar quando era pequena, fui para a academia em que eu gostava de treinar quando era adolescente. Papai sempre me incentivou a fazer esportes, a fazer exercícios para que eu estivesse em forma e com capacidade física para passar na prova de resistência de quando entrei para o exército. Eu ainda me lembro da alegria daquele quando eu disse que havia passado e começaria o treinamento, ele ficou tão orgulhoso, que fomos a uma pizzaria comemorar. Meu pai, Fernando tinha seu jeito carinhoso apesar de rígido algumas vezes, mas ainda assim era o melhor pai de todos, e eu sentia sua falta. Ele saberia me dizer quanto a esses pesadelos, ele teria as palavras certas para me acalmar.
Eu entrei no local, e apesar de novas tecnologias, ainda assim parecia o mesmo lugar do qual me lembro. Estava apenas olhando tudo, quando um personal se aproximou.
Prazer, me chamo Angelo, gostaria de se inscrever nas aulas?
Não obrigada, estou apenas olhando - eu digo
Tem certeza? Temos aulas de dança, jazz…
Não gosto de dançar - digo séria - sou mais o tipo que gosta de lutas
Pois então temos também - ele ri - temos aula de judô e boxe

É, ele foi me mostrar as salas de aula de judô e boxe e acredite, eu fiquei muito tentada a me inscrever na aula de boxe, mas fiquei receosa por causa da minha perna, o médico disse que eu deveria tomar cuidado. Eu disse a Angelo que iria pensar e se mudasse de idéia, voltaria depois. Quando eu estava quase saindo do local, eu vi a sala de dança, era aula de zumba eu acho e adivinhem só quem estava lá: a filha mais velha de Christopher. Ela não me viu, graças a Deus, se não já iria me olhar com a mesma cara de irritação do dia anterior, mas eu a o serviço dançar e acreditem, a garota leva jeito para dança. Foi então que eu ouvi uma voz atrás de mim.
Dulce... olá - eu me virei e vi Lucy
Oi garotinha - eu disse me abaixando e esticando a mão para ela porém ela me surpreendeu ao correr e me abraçar
Que legal você aqui - ela diz sorridente
É, estava passendo
Você viu como minha irmã dança bem? - ela diz toda orgulhosa
E você gosta de dançar?
Não, eu sou ruim - faz careta - mas sou boa no judô - ela diz mostrando sua roupa
É então que percebeu que a pequena Lucy está com um quimono, a roupa usada pelos judocas, e sua faixa é cinza, isso quer dizer que ela já havia passado de nível. Que garotinha esperta.
E você está sozinha aqui? - passo o dedo no nariz dela e ela ri
Não, magina. Hoje o papai veio com a gente - ela aponta para onde ele está toda orgulhosa

Eu observo Christopher debruçado no balcão rindo de algo que uma mulher loira falava com ele, e não sei porque não gostei disso. Foi então que de repente Lucy começou a chamá-lo, dizendo: olha quem está aqui. Quando ele se virou confesso que fiquei com as bochechas vermelhas, mas não sei porque. Desde quando me importava o que ele acharia ao me ver ali. Ele então parou sua conversa com a tal mulher e se aproximou, colocando as mãos no ombro da filha.
Olá - ele diz simpático
Oi - respondo no mesmo tom - pelo visto você é realmente um bom pai e participativo como tia Victoria disse, já que em plena manhã de segunda está acompanhando-a
Pois é, eu faço isso sempre que posso - ele diz todo orgulhoso
Papai quase sempre vem com a gente - Lucy diz - quando não pode a tia Ana vem
Entendi Lucy - sorri - foi bom ver você - digo para ela - agora tenho que ir
Só gostou de ver ela? - Christopher diz e eu fico surpresa
Quero dizer...se está aqui nessa academia deve ter um motivo - ele diz rápido
Estava apenas relembrando os velhos tempos - é o que eu respondo - nos vemos por aí - eu digo antes de acenar mais uma vez a Lucy e dar as costas para sair dali

Eu não sou uma mulher que perde as palavras ou que não sabe como agir na frente de alguém, mas parece que Christopher consegue me deixar assim as vezes, e nem sei o motivo.