O barulho de roupas sendo reviradas era ecoante dentro do ambiente, Charles esperava sentado no sofá da casa de Lindsay, mas como ele nunca deixava de trabalhar, algo ainda chamava a sua atenção naquele local, ele olhava diretamente para a casa de Meredith e encarava as marcas de unhas no batente da janela, Charles se levantou do sofá e caminhou até a janela de Lindsay e mantinha o olhar para fora, ele sabia que digitais ainda podiam ser encontrada, mas tudo era incrivelmente limpo, todos os ângulos, formas e objetos, o assassino era um gênio. A única prova que ele tinha era o ex namorado de Lindsay invasor e as câmeras de segurança do hotel, mas espera, câmeras de segurança? Charles se lembrava com esperteza e ele sabia que se visse o ex namorado de Lindsay no local o reconheceria de costas. Charles pegou o seu celular do bolso do seu sobretudo e discou o número de Ryan em uma velocidade extraordinária, ele esperava a ligação impaciente, andando de um lado para o outro enquanto Lindsay continuava presa em seu quarto pegando tudo que precisasse e ele achava até bom contando que ele pudesse trabalhar e estar com ela ao mesmo tempo.
— Você não consegue ficar longe do trabalho? – Ryan atendeu a ligação.
— Eu realmente confio em você, mas eu precisava que você trouxesse os peritos novamente na casa de Meredith, você sabe se já colheram digitais do lado de fora da janela?
— Eu acho que eles limparam o lugar, Chuck. Eu estou descobrindo sobre a vida de Bradley, seus familiares e pessoas próximas mas parece muito suspeito, ele não tem família aqui em Portland.
— Sabe o que eu acabei de me lembrar, Dickson? Câmeras de segurança no hotel onde Lindsay trabalha.
— Você pensa em tudo?
— Só quando estou focado.
— Ainda não se divertiu com Lindsay?
Ao ouvir a pergunta de Ryan ao celular, Charles notava a presença de Lindsay saindo do quarto, vestindo exatamente o que ela estava usando na noite no bar, calça jeans, camisa do guns, coturno de salto fino, maquiagem deslumbrante e um cheiro incrível de hidratante corporal da Victoria secrets.
No mesmo momento Charles desligou o celular e procurou manter seus olhos afastados de Lindsay mas não era o que eles faziam, ele praticamente devorava Lindsay com os olhos, fazendo seus olhos azuis cor de mar se marejarem em uma tempestade, era um misto de brilho no olhar com a escuridão de um dia nublado e uma maré agitada.— Charles? – Era a terceira vez que ela dizia o seu nome.
— Me desculpe, eu acabei me distraindo. – Ele saia do transe e a respondia desviando o seu olhar.
— Você se distraiu comigo bem na sua frente e com os olhos em mim?
— Na verdade eu estava olhando mesmo pra você.
— Você não sabe mesmo disfarçar.
— Pior que eu não sei mesmo e parece que eu estou me cansando de me conter.
Charles se levantou do sofá e caminhou em direção a Lindsay, em um só movimento guiou a sua mão direita em direção aos cabelos de Lindsay e puxou os mesmos com firmeza, mas nada que a machucasse, aproximou seus lábios dos de Lindsay e iniciou o seu primeiro beijo.
Ela correspondia, as suas mãos guiavam para a nuca de Charles, ela o beijava com o mesmo desejo que ele, a mão de Charles ia se fechando conforme a velocidade do beijo se acelerava, o clima entre os dois era de uma euforia no primeiro beijo, como no primeiro olhar no primeiro encontro, até o encanto ser quebrado com algo se quebrando vindo da casa da frente sendo a de Meredith.
Eles pararam o beijo e Osborne se prontificava como um bom curioso e um bom detetive, ele decidiu apenas olhar pela janela de forma discreta e deixar que quem fosse continuasse para que ele pudesse ver. Para a sua surpresa, ele não conseguiu ver ninguém, porém entretanto batidas na porta surgia de forma sútil, fazendo Lindsay e Charles se entreolharem.
Charles fazia sinal para a Lindsay de que iria se esconder mas estaria ali, para que ela atendesse quem batia. Conforme ela se aproximava da porta, ela descia seu rosto até encaixar seu olho distante por conta do óculos no olho de peixe da porta e então conseguia ver a figura do outro lado.
Ela se afastava rapidamente e dava passos para trás, até tomar coragem e se aproximar de Osborne que estava próximo ao corredor do banheiro e então como forma de sussurro ela tentava conversar com Charles.
— Eu não consigo abrir, pra mim agora todo mundo se torna um suspeito.
— Abre, eu estou aqui. Você sabe que eu te protegeria, como protegi outras vezes.
— Eu sei, mas estou com medo de encarar.
— Você é forte e eu sei que posso confiar em você, me ajuda a te ajudar.
— Eu não sei o que dizer, parece que todas as palavras fugiram.
As batidas se tornam mais intensas e uma voz acaba surgindo.
"Lindsay, eu sei que você está aí. Eu preciso falar com você, ao menos tentar saber o porque você sumiu."
Se tratava de uma voz masculina. Ela tentava fechar os olhos e mentalizar coisas boas, Charles dava passos até a janelas e tentou ter visão da pessoa em que Lindsay tanto tinha medo de encarar, mas não obteve nenhum sucesso e então ele voltou.
— Da pra abrir isso logo de uma vez? Eu estou aqui, Lindsay! – Osborne perdia a pouca paciência que lhe restava, ele estava nervoso.
— Tá, calma! Eu vou. 1...2...3... Respira Lindsay.
Ela então se aproximou da porta e guiou a mão até a maçaneta, ao sentir o frio gelado do metal em sua mão, ela respirou fundo e então girou a porta, abriu uma aresta curta e colocou apenas o seu rosto neste vão.
– Oi, eu estava ocupada. – Ela disse enquanto tossia para coçar a garganta.
— Tudo bem, eu gostaria de conversar.
— Sou toda ouvidos.
— Não vai me convidar para entrar?
— Como eu disse, eu estava ocupada.
Osborne se sentia curioso para só ouvir sem saber de quem se tratava, então ele saiu do corredor e caminhou de encontro a porta e pela aresta pode ter total visão da figura masculina, era nada mais e nada menos que.....
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Caso Numero 38
Mystery / Thriller* Não recomendado para menores de 18, contém cenas de sexo e gatilhos pesados de mortes, descrição de cenas de horror e violência. * Charles Osborne, um detetive. Sua profissão e o amor, Ryan Dickson sua amizade ou as pistas, mulheres ou uma paixão...