Capítulo 39

1.2K 92 59
                                        

 POV Cheryl Blossom

 Acordei naquele sábado inalando o perfume natural de minha garota. Viro mais meu rosto para perto de seu pescoço e inspiro, iniciando uma sequência de beijos leves na região. Vejo que Toni começara a se remexer na cama e depositei uma fraca mordida e um beijo por cima, vendo o corpo da garota arrepiar.

 -Quero ser acordada assim sempre... – a voz rouca de sono invade meus tímpanos.

 -Enquanto dividirmos quartos, posso te acordar sempre assim.

 -Já está pensando em fugir de mim, Cherry? Pois eu pretendia ficar até a formatura do colegial no mesmo quarto que você e depois dividirmos uma casinha.

 -Eu não fugiria, mas você já está pensando no futuro?

 -Você não sabe, mas eu já tenho uma pasta no meu computador onde planejei todas ideias para o nosso casamento e nomes dos ruivinhos que vão bagunçar nossa casa.

 Dou risada de sua brincadeira e ela me acompanha. Sinto as unhas curtas passarem por minhas costas, fazendo desenhos aleatórios.

 -Senti sua falta, Cherry.

 -E eu senti a sua, TT.

 Ficamos nos olhando nos olhos, sem nada a dizer, apenas aproveitando a companhia uma da outra. Eu não sabia o que se passava na cabeça de Toni, mas a minha só conseguia pensar o quanto eu era sortuda de ter a garota rebelde de mechas rosas ao meu lado.

 -Topa sair por aí, sem rumo?

 -Com você, vou para qualquer lugar. – Vejo um sorriso na pequena e beijo sua bochecha.

 Nos levantamos e fizemos nossa higiene matinal. Assim que saí do banheiro, sinto os braços morenos enlaçarem meu pescoço e os lábios grudarem nos meus, sorri e concedi o beijo. Quando ar nos faltou, nos separamos sorrindo e ela pega em minha mão, me arrastando para fora do quarto depois de pegar os capacetes, que agora ela havia decidido deixar dentro do quarto e não mais no armário.

 Toni me entregou o capacete assim que chegamos em sua moto no estacionamento, coloquei a proteção e montei na garupa de Toni, que logo começou a dirigir pelas ruas da cidade. Paramos em uma cafeteria para fazermos nosso desjejum.

 -Babe, eu gostaria de passar em um lugar... meu pai sempre ia lá quando podia, eu costumo uma vez por ano ir no local, queria que você estivesse comigo.

 -Claro, Toni.

 Pagamos nossa conta e Toni pilotou até o lugar desejado. Assim que chegamos, notei que se tratava de um orfanato.

 -Meus pais se conheceram aqui, fazendo trabalho voluntário... eles vinham quase sempre e cantavam para as crianças, ajudavam elas a ter um dia na cozinha, essas coisas...

 Vi que a voz de Toni havia embargado.

 -Você não costuma falar muito de seus pais, não é?

 Ela nega com a cabeça e segura em minha mão, sem dizer mais nada, me deixando intrigada.

 -Vamos logo.

 Entramos no orfanato e as cuidadoras cumprimentaram Toni.

 -Como está o seu Thomas?

 -Na mesma, dona Beatrice.

 Vejo o semblante triste na mulher, mas decido deixar de lado por ora.

 -E quem é essa bela moça?

 -Cheryl, muito prazer. – Digo esticando minha mão para a senhora de idade, que logo aperta.

Before YouOnde histórias criam vida. Descubra agora