Benedict caminhou até a árvore de galhos secos exposta no meio do salão. A árvore em que os convidados poderiam escrever seus maiores segredos e amarrar a fitinha do cartão em um dos galhos, e então nunca mais ter que lidar com eles. Às vezes, a escrita poderia ser a única forma que tinham de se expressar, já que seriam julgados por algo menos que falar, como cantando uma melodia de letra ambígua.
O visconde escolheu quatro bilhetes, e sabia de quem eram porque foi autorizado a lê-los. Os nomes dos autores não estavam expressos, mas ele pegou os cartões de os galhos que foram combinados anteriormente. Se ele tinha a influência para ser ouvido, se expressaria para os que foram calados; então pigarreou e não demorou muito para ser percebido.
- Às vezes, vou ao quarto da minha irmã, quando ela está em um passeio, e experimento seus vestidos porque gosto de como aparento quando me torno mulher por um momento. - Os convidados já olhavam um para os outros, tentando descobrir quem escreveu o bilhete na mão de Benedict, mesmo que a maioria usavam máscaras para cobrirem o rosto. O Lorde leu todos os bilhetes de uma vez:
- Eu poderia ser morto por minhas crenças religiosas. – Benedict passava o cartão para o último lugar na ordem. – Sou tocada todo dia por homens diferentes porque não tenho outra escolha se desejo viver em Londres... Eu me sinto atraído por homens e mulheres... Eu sou cantora de ópera apenas porque meu pai não tem um título, então vende minha voz para quem paga melhor. Meu dom era uma paixão que eu tinha, mas agora perdeu seu encanto... Eu sou uma debutante, mas já fui corrompida e não entendo como não falamos mais sobre os prazeres. O corpo da mulher é responsável por trazer vida! –
Benedict sempre teve sua popularidade como Bridgerton, mas se sentia nervoso porque eram muitas pessoas. Ele queria arrancar o lenço dourado envolvendo seu pescoço. Mas se não dissesse agora, tinha medo que Penélope nunca iria acreditar. Todos tinham uma mania de duvidar de seus sentimentos.
- Penélope Featherington, eu te amo. – Benedict até pensou em brincar dizendo que era apenas o mensageiro do último cartão, mas nunca poderia. Além disso, só cegos não perceberam a proximidade entre os dois. Ao lado de Penélope, sua mãe, Portia, podia desmaiar. Ela deveria estar radiante pela filha ter capturado um Bridgerton. As mamães sempre declaravam que apenas casariam suas filhas com Duques ou Bridgertons. Benedict pensava em Portia, secretamente, como imbecil se ela não via o valor da filha e como ela era a mulher que mais merecia ser amada na Inglaterra. As duas irmãs de Penélope pareciam não entender o que estava acontecendo. Uma delas, a mais velha, acabara se casando enquanto Benedict estava fora do país. Felicity era uma debutante como Hyacinth, e sempre foi considerada a mais promissora das Featherington.
- E com isso, meus caros, creio que seja a hora de tirarem as máscaras. – Lady Danbury roubou os holofotes para si e permitiu que Benedict tivesse seu momento mágico, em que apenas olhava para Penélope, ela olhava de volta e nenhum deles se aproximava. A senhorita estava a alguns passos de distância, perto da mesa de sobremesas. Ela tinha um fraco por bombas de chocolate, mas nem se preocupou quando deixou uma cair de sua mão e manchar o chão.
- Fantástico! – Eloise, irmã do visconde, gritou entusiasmada. Os convidados ainda estavam hesitantes, mas as badaladas do relógio soaram meia-noite e era a tradição. Os Bridgertons estavam genuinamente felizes, e, por mais que estivessem estranhando, os convidados não pareciam surpresos em um jeito negativo de utilizar do adjetivo. Não é como se uma sociedade rigorosa fosse mudar suas regras por causa da influência de uma mera família, mas Benedict tinha o objetivo de causar apenas uma reflexão.
O artista deslaçou as fitas que amarravam a máscara atrás de sua cabeça, e em um lampejo quase foi derrubado por dois pares de braços que pularam em seu pescoço. Penélope não se importou de estar sendo imprópria, apenas apertou o abraço e deixou que ele acariciasse seus cabelos avermelhados e aproximasse-os com o braço atrás de sua cintura.
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Chame meu nome, Penélope.
Romance"Penélope congelou quando o rapaz Bridgerton se virou. Ele devia ter ouvido seu sussurro. Mas Pen ficou ainda mais em choque quando percebera que não era Colin, e que Colin não teria ganhado tantos músculos e ficado tão mais alto. O artista era Bene...