cap. 10

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   - Você aqui? | O que...?

   - O que você está fazendo aqui? Agora deu de me espionar e me seguir foi?

   - Não sei se você se lembra, mas meu amigo, aquele que estava com você, está ai dentro provavelmente precisando de alguém pra conversar.

   - Aah, não está não,  eu lhe garanto. Ele está na boa com um doutor chamado Fernando não sei do que...

    - Fernando Henrique.

   - Isso mesmo. Vocês também se conhecem?

   - Ele deu assistência para o Rick quando ele veio pra cá, ele estava muito mal.

   - Esse pedaço da história ele não me contou!

   - hum... mas o que você faz aqui fora? Não devia estar lá dentro? | Como as pessoas conseguem ficar irritante as vezes, pena que esse lado dele eu conheço desde o dia em que ele me chamou de garçonetezinha de quinta. Mas não faço questão de lembrá-lo.

   - Estou tomando ar puro e não precisa sair falando pra aquele doutorzinho que eu fugi da maca.

   - Não magina se não. | Aah aquele garoto me paga. Não me importei de sair do hospital com aquela roupa estranha, eu estou de lingeri por baixo mesmo, e também nunca fui famosa a ponto de alguém me reconhecer. Andei sem rumo igual a sempre quando estou sozinha pra pensar. Sem perceber, estou sentada em um banco na avenida principal da cidade. Estou perdida em meus pensamentos quando sinto a presença de alguém,  sem conseguir tirar meus olhos de um ponto fixo en que nem sei o que se passa, escuto alguém me chamando:

   - Eii, está ai?

   - Desculpa, estava pensando. Você aqui de novo? Ta me seguindo é?

   - Lá no Hospital foi por acaso mas aqui eu vim por que o Rick me pediu. Ele sabe que você não está muito bem e me pediu pra te acompanhar e te fazer companhia.

   - Hum.

   - Então,  você é a famosa Sttefany?

   - Não, eu nao sou famosa!

   - Não nesse sentido, é por que você fugiu, sumiu e praticamente deu a louca falando que iria se matar se alguém chegasse perto. | Me lembrei da ligação e começei a rir.

   - Do que está rindo?

   - Da hora em que recebi a ligação, nem me lembrei disso depois. Aí eu comecei a "surtar" geral no hotel. | Fiz mensão de fazer aspas no ar na palavra surtar. Ele riu da situação.

   - É, eu estava lá, bem atrás da polícia vendo esse sena toda e me matando de rir. | parei de dar risada na hora, e ele começa.

   - Não deviamos estar conversando, adeus. | Me levanto e vou em qualquer direção. Estou sem rumo outra vez, olho pra trás e não o vejo. Ando mais um pouco e sento no meio fio, atrás de um carro no acostamento. Estou pensando em que vou fazer da minha vida. Não sei nem o que quero cursar após acabar meus estudos. Tenho só mais um ano e meio, já que mês que vem eu vou completar os meus tão indesejáveis 16 anos. Não que eu não goste do meu aniversário, só não quero ficar presa a Amanda para sempre, ela nunca iria querer me ver bem na vida enquanto ela está largada.

Já percebo muitos olhares em cima de mim, principalmente um que a muito tempo está a me divitir a atenção com um celular, presto bem atenção e tenho certeza que ja o vi. Ele está de lado e com o olhar fixado no celular, quando ela olha novamente em minha direção, consigo ver quem é e não é nada menos do que o melhor amigo do Rick, aquele metido da lanchonete que eu ainda não sei o nome.

Uma Vida NegativaOnde histórias criam vida. Descubra agora