You Are My Destiny - the Chronicles of Narnia

8 ▸ I do anything

  
Sozinhos e com a tumba iluminada somente com as chamas do fogo, eu e Edmundo continuávamos ali sentados. Conversamos bastante, até mais do que eu esperava, fiquei impressionada em como a conversa fluía tão facilmente com ele do que com qualquer outra pessoa, mas um assunto em si fez toda minha insegurança voltar à tona.

— Me desculpe sei que não quer falar sobre isso, só que não tiro da cabeça o que você falou ontem a noite.

— O que?

— Sobre... o acidente.

— Ah... sobre isso. — respondi nervosa, ajeitando-me no lugar.

— Desculpa mesmo não devia ter falado nada, não precisa dizer se não quiser. — Edmundo disse compreensivo se aproximando cada vez mais de mim.

— Tudo bem, acho que já está na hora de desabafar.

— Só peço a você que não conte pra ninguém. — continuei e ele fez que sim com a cabeça.

"Tá tudo bem, você pode confiar nele" Respirei fundo.

— Quando eu e Caspian éramos pequenos, tínhamos o costume de ir brincar em uma floresta bem afastada do castelo. Lá era lindo, tinha muitas árvores, grama e... um penhasco. — parei e olhei para Edmundo que prestava atenção em cada palavra que saía da minha boca. — Mas quando meu pai morreu, Miraz era praticamente obrigado a nos levar e mandava os guardas vigiarem a gente o tempo todo.

— E um belo dia, decidi que queria ver a vista do penhasco um pouco mais de perto, Caspian como era uma criança super medrosa não achou que seria um boa ideia, ele estava certo. — continuei. 

— Mas os guardas não estavam olhando? —perguntou.

— Miraz estava dando ordens, o que deixou os guardas ocupados no momento. — eu falei olhando bem nos olhos do rei. — A vista era a mais bonita que já tinha visto na vida e isso fez com que eu chegasse mais perto da beirada sem ter a noção do perigo. Bom, quando voltei a prestar atenção ouvi o grito de Caspian antes que eu caísse, não consegui ver e nem sentir nada, mas ouvi um rugido muito forte antes de adormecer e acordar no chão com todos a minha volta. É claro que acharam estranho eu ter sobrevivido a uma queda daquelas sem ter nenhum arranhão, mas com o tempo esqueceram e a partir daí, Miraz me proibiu de sair do castelo até que eu criasse um pouco de juízo igual ao meu irmão.

— Um rugido? De leão talvez?

— Não sei, não me lembro muito bem, pode ser só coisa da minha cabeça. — respondi.

   Olhei para o chão tentando segurar as lágrimas e falhei miseravelmente.

— Você é a pessoa mais corajosa que já conheci.

— O que? — perguntei confusa, enquanto ele levantava a mão para para limpar as lágrimas do meu rosto.

— Você é determinada e consegue fazer o que quiser, não está mais presa na torre princesa, conseguiu chegar até aqui por que é forte, pude perceber isso desde a primeira vez que te vi e soube que te seguiria aonde quer que fosse.

A medida que ele ia falando meu coração batia mais rápido e eu observava cada detalhe do seu rosto, as sardas, os olhos castanhos e sua boca. Naquele momento senti que conhecia Edmundo a minha vida inteira e queria ficar ao seu lado pra sempre.