XII - Harry

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H.


Seu sorriso era um dos sorrisos mais lindos que já vi na vida. Suas unhas pintadas de verde e preto igual as minhas e seus olhos escuros mirando em direção à Londres anoitecida. Ela gargalhava enquanto brincava com seu olhar sobre mim, que sorria feito bobo. Eu a abraçava por trás e ela me empurrava vez ou outra, em um gesto brincalhão. Semicerrava seus olhos e mordia meu lábio inferior. Suas mãos puxando meu sobretudo marrom e as minhas a sua jaqueta de couro. Éramos como o clássico e o rebelde rodando em sintonia, como estrelas opostas que estranhamente se completavam. 

Iara tirou a boina da minha cabeça e colocou na sua, não encaixando totalmente por conta de seus fios volumosos, mas de um jeito que ficava fofo. Ela fez um bico mandando beijo e piscou para mim, coloquei a mão no peito fingindo estar afetado. Talvez, não fosse tão encenação assim. Prensei seu corpo no vidro do museu que estávamos e recebemos vista grossa de um dos seguranças. Me desculpei com meu típico charme inglês de menino do interior e abafei o riso junto de Iara, que não fez questão alguma de ser discreta.


— Verdade ou desafio. — Iara perguntou misteriosa, enquanto estávamos deitados jogados no chão da minha estufa. 

— Verdade. 

Nossas cabeças encostavam uma na outra e esse era o único contato que nossos corpos exerciam, minhas mãos espalmadas sobre o peito, uma perna erguida e a outra deitada. O teto do lugar era de vidro e nos permitia ver o céu limpo e a lua ajudando a iluminar o cômodo junto de uma luz fraca que tinha ali, haviam plantas que precisavam desse descanso noturno e não queria importuná-las.

— O que te fez largar a carreira musical? — ela apoiou o peso do próprio corpo nos cotovelos e me olhou de cima para baixo.

— Ei. Achei que fosse "verdade", não uma pergunta que precisa de justificativa. — enruguei a testa.

— Ok. É verdade que você não queria largar a carreira musical? Melhorou?

Ri fraco revirando os olhos notando que essa era uma mania agora, porque Iara conseguia me fazer revirar os olhos com frequência, seja de prazer ou aborrecimento.

— Sim, é verdade. — respondi baixo, sanando sua dúvida. Mas a mulher continuou me encarando esperando a continuação. Olhei para o lado oposto e ri nasalado. — Tive que abandonar a carreira por conta de umas merdas que eu fiz. Era meio desequilibrado, sabe? Me envolvi com pessoas erradas.

— Com todo o máximo de respeito do mundo, mas não consigo ver nem o resquício do Harry descompassado que você jura que foi. — a morena deitou o queixo sobre as mãos. — Me pergunto se ainda assim me apaixonaria por você se o visse. 

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