Tensão sexual

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Sarah: Intervalo de dez minutos.

Ju: Está tudo bem.

Sarah: Só queria saber se ainda estava viva.

Ju: Não precisei usar o canivete.

Sarah: Pediu o camarão, como eu sugeri?

Ju: Não. Peixe-espada.


Ela não respondeu, e eu deduzi que havia cansado de mandar mensagens, o que era bom, já que Will retornara à mesa.

Nossa comida chegou, e a garçonete trouxe uma segunda taça de vinho para mim. Comemos em silêncio agradável, até que eu senti o celular vibrar no meu colo. Imaginando que fosse Sarah, fiquei curiosa e senti vontade de olhar para baixo, mas não quis ser indelicada. Na metade do jantar, decidi pedir licença e ir ao banheiro para checar o celular

Lá dentro, me apoiei na pia e peguei o aparelho.

Sarah: Você estava certa.

Do que ela estava falando?

Ju: Sobre o que?

Depois de cinco minutos sem nenhuma resposta, volte à mesa.

- Tudo bem?

- Sim, tudo bem.

- Estava pensando. Podemos voltar pro centro e andar um pouco, talvez parar para tomar café ou sorvete, o que você preferir.

O que eu queria de verdade era voltar para casa, descer do salto e mergulhar na banheira cheia de água quente.

- Ótima idéia. - menti.

Meu celular vibrou de novo. Desta vez, abaixei a cabeça e dei uma olhada na mensagem.

Sarah: Não fiquei por causa das apresentações

Sarah: Eu podia ter voltado para Nova York.

Sarah: Eu quis ficar.


As palavras de Sarah garantiram que eu não conseguisse me concentrar em mais nada durante o tempo que Will e eu passamos no restaurante. Não respondi as mensagens, mas só porque não sabia o que dizer, talvez ela nem esperasse uma resposta. Meu coração estava apertado, o que era inexplicável.

Assim que entramos no centro, Will avisou que precisava parar em uma loja de conveniência. Do nada, meu nariz começou a escorrer. Eu precisava muito de um lenço de papel, então abri o porta-luvas do carro na esperança de encontrar algo com que limpar o nariz. Não achei nenhum lenço, mas encontrei uma aliança de ouro. Uma aliança de casamento.

Que merda e essa?

Meu coração começou a bater furiosamente. Só podia ser brincadeira.

O babaca provavelmente estava comprando camisinha para trepar comigo. Sem pensar em mais nada, desci do carro e bati a porta: Não estava com disposição para um confronto nem me importava com o cara o suficiente para acabar com ele. Tudo o que importava agora era encontrar Sarah. Olhei para o celular e deduzi que ela ainda estava tocando a última seleção no Sandy's, que ficava a uns oitocentos metros de onde eu estava. Correr com salto me fez ofegar enquanto atravessava o centro.

Parei para recuperar o fôlego antes de entrar no restaurante. A noite estava um pouco mais fria, e Sarah estava no palco. Entrei e me escondi em um canto onde ela não podia me ver, mas de onde eu estava podia ve-la. A apresentação logo terminaria. Sua voz vibrou amplificada pelo microfone

Entre tapas e beijos - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora