Capítulo 12 - A amnésia de Gaara e a teoria de Sasuke

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O sinal já havia tocado quando Gaara ignorou seu código de conduta, sua Constituição Federativa da Uzumakilândia, e segurou Naruto pelo braço, impedindo-o de sair da sala enquanto o restante da turma já fora dispensado.

— Podemos conversar?

— Não sei se estou muito a fim de conversar agora — respondeu Naruto.

— É. Mas acontece que eu tô — disse Gaara, soltando-o e se sentando em seguida.

Naruto bufou e, no fim das contas, não teve outra escolha a não ser se sentar, torcendo para a tia da limpeza chegar antes de Gaara poder dizer qualquer uma daquelas asneiras que ele sempre dizia quando achava que Naruto tinha feito algo não é que errado… mas, sabe… você poderia ter feito de um jeito melhor, sabe…, era como sempre começava seus discursos repreensivos, que seriam fofos, se não fossem patéticos. Naruto gostava dessa palavra, e usava bastante: patético.

— Não tem nada que queira me dizer? — perguntou Gaara.

Sempre odiei essa meia-franja que fica quase tampando o seu olho direito. Serve?

— Tudo bem — prosseguiu Gaara —, então falo eu. Lamento que você e o Sasuke pareçam estar brigados… E, ainda que eu não saiba direito o porquê, se precisar de alguém pra conversar, como sempre, sabe que eu estou aqui.

— Como você sabe que eu e Sasuke estamos mal um com o outro?

— Eu percebi como vocês têm andado um com o outro, Naruto. — Mentira. — Eu não sou o idiota que você imagina, sabia? — É sim.

— Hum.

— Não quer mesmo falar sobre isso?

Naruto desviou o olhar, jogando os ombros. Hum.

— Tudo bem. Outra coisa é que… eu queria me desculpar por sábado, na festa. Eu estava bebendo muito e...

Naruto riu.

— O que foi?

— Se a situação fosse inversa, certamente você estaria fazendo uma daquelas suas birras agora, sabe como? Eu te falando que estava meio mal por ter bebido muito e você ridicularizando isso, dizendo que não era desculpa por eu ter te tratado mal, ou alguma merda assim, sendo que é muito difícil falar por favor pras pessoas quando sua cabeça está girando e você sente que se abrir a boca de mal jeito pra respirar, acabará vomitando tudo o que bebeu e comeu naquela noite ali mesmo.

— Você sabe que não é disso, e com certeza também não é desse jeito que eu tô falando — retrucou Gaara. — Não tente inverter tudo.

Naruto riu de novo.

— Era óbvio que você ia falar isso. E sabe por quê? Porque agora o cuzão da história é você; Gaara, o Perfeito, o Anjinho, que finalmente fez uma merda; mas nãaaao, você não vai admitir isso, porque não pode manchar essa sua reputação; e nem quer que eu manche a minha, pelo visto, de “Naruto, o Cuzão” que sempre trata Gaara mal, coitado dele.

Naruto recebeu, em contrapartida, um olhar chocado e incisivo.

— Como você consegue pensar assim, velho? Meu Deus, Naruto! Como consegue distorcer tanto as coisas?

— E quem foi que pôs essas palavrinhas bonitas na sua boca, hein? O Itachi? — Gaara corou. — Pois é. Foi o que eu pensei. Vi vocês conversando mais cedo, quando cheguei na sala.

— Eu não preciso que ninguém ponha palavras na minha boca — rebateu Gaara.

— É verdade. Palavras, não. Só o pau, pelo visto.

Chocolate Amargo   (sasunaru narusasu itasasu itanaru itaara gaanaru)Onde histórias criam vida. Descubra agora