Capítulo 8 - Horas contadas (parte 2)

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— Ah não; tem que rever melhor isso aqui, primeiro!

Hidan encarou aquela roda, achando-a muito “panelinha”, e mandou que todos se distribuíssem melhor, senão não haveria jogo nenhum. Ele foi o primeiro: trocou de lugar para ficar longe da namorada, Konan, que fez um olhar revoltado e um beicinho para a atitude daquele idiota que ela xingava mentalmente. E todos seguiram Hidan, misturando-se até ficarem longe dos respectivos conhecidos. Dessa forma, a organização ficou assim: Naruto a cinco pessoas de distância de Sasuke, que ficou a 3 pessoas de distância de Gaara, que ficou a 6 pessoas de distância de Itachi, que estava só a duas pessoas de Naruto. Sasuke fez muxoxo quando percebeu sua mente maquinando.

— Beleza. Então — Kakuzu começou a explicar —, as regras são as seguintes: como todo mundo sabe, a maioria das pessoas que jogam esse jogo quer “verdade”. E como elas sabem que essa opção é muito menos perigosa para elas, e também mais chata, escolhem “verdade” mesmo. Aí pensamos que, dessa vez, quem escolher verdade terá que responder a duas perguntas: a pergunta inicial e mais uma, que quem for perguntar terá direito, depois da resposta, porque isso será a… a… como é que é o nome daquela porra que tu falou mesmo?

— Réplica — soprou Itachi para ele.

— Isso, isso. Tem direito à réplica. E, como quem perguntou duas vezes, quem responde também terá que responder duas vezes, óbvio, até porque, o nome disso é…

— Tréplica.

— Isso. Isso aí mesmo. Entenderam?

Todos os na roda que se dispuseram a responder assentiram.

— Legal. Quem vai ser o primeiro a girar a garrafa?

Como mágica, a garrafa surgiu da mão de Kakuzu, que a depositou tombada no centro da roda. Ele vasculhou ao redor com o olhar, indeciso quanto a quem escolher. Naruto, sentado onde estava, conseguiu roubar a atenção de Gaara com o pensamento por um instante — atenção monopolizada por Itachi, até agora —, e gesticulou para ele: não quero jogar essa merda, e brincou, de repente se tornando um Naruto engraçadinho, alguém me tira daquiiiii, e terminou fingindo ser estrangulado, revirando os olhos. Em qualquer outro momento, Gaara teria rido daquilo. Mas não aqui, não agora, não depois daquela conversa. Naruto percebeu isso quando o melhor amigo só jogou os ombros para cima e sorriu de lado, com descaso, como se estivesse reagindo a algo que sequer dera bola. Naruto percebeu ali que, pela primeira vez, agora estava no lugar cotidianamente destinado a Gaara, e não no lugar de Naruto — aquela era uma noite realmente de muitas novidades.

Hidan tomou a palavra de repente, interrompendo a vistoria de Kakuzu para dizer o que considerou ser o óbvio:

— É o Sasuke que deve começar. O aniversário é dele. — E a maioria concordou.

Kakuzu assentiu e relaxou onde estava, à espera, como todos. Sasuke conferiu um olhar divertido a Naruto e praticamente engatinhou até o centro da roda — o que, por si só, já tinha um duplo sentido bem vulgar —, agarrando o talo quando a garrafa rodopiou e a boca girou na roda — e isso também; péssimo.  

A gargalo girou e girou até apontar para uma garota que Sasuke não conhecia, e que então supôs ser uma das acompanhantes de algum dos caras do time. Ela havia escolhido “verdade” e, não querendo pegar muito pesado logo no início, perguntou se ela costumava se masturbar com frequência, ao que ela respondeu que não mais, e Sasuke, que tinha direito à réplica, a questionou por que “não mais”, cuja tréplica não foi sua, mas de Obito, que brincou: "porque hoje ela tem o paizão aqui, melhor que qualquer vibrador", e então fez gestos com a língua para fora. Houve uma risada geral que parecia ter dado a questão como respondida, mas Sasuke ainda fitava a garota, esperando a resposta dela. Envergonhada, porém, a garota jogou os ombros, esboçando um risinho forçado, confirmando a ele que poderia aceitar a fala idiota de Obito como sua mesmo, e voltou em silêncio ao semblante apreensivo e reservado de antes, assim como os outros integrantes do jogo, que se olhavam agora tentando descobrir de quem seria a vez. Obito tomou voz novamente e disse o óbvio, que era a vez da garota apontada pela garrafa, que aparentemente se chamava Karin, afinal.

Chocolate Amargo   (sasunaru narusasu itasasu itanaru itaara gaanaru)Onde histórias criam vida. Descubra agora