Capítulo 38 - Prisma

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Keila correu para o quarto de Karen que tomava banho e abriu os três guarda roupas dela encontrando o que procurava.

Após alguns minutos Karen saiu do banho e viu uma roupa jogada em cima da cama, Keila estava de pé próxima a porta do quarto e gritou.

— O que você tem a dizer sobre isso Karen, ou melhor, Prisma!

— Tia, eu posso explicar...

Keila pegou sua sandália e ameaçou bater em Karen, mas a jovem pulou por cima da cama enrolada em uma toalha tentando manter distância de sua tia.

— Sua ingrata, mentiu pra mim todo esse tempo. Troque de roupa e me dê uma boa explicação.

Karen trocou de roupa e se explicou.

— Há muito tempo, antes da batalha no vale da perdição, Amanda veio aqui e ficou um dia comigo. Como você estava viajando não soube de nada.

Keila fechou a cara e comentou.

— Como sempre.

Karen continuou.

— Nós fomos comer um lanche e eu perguntei sobre a nova vida dela, longe do luxo em que vivemos e ela respondeu que nunca tinha sido tão feliz.

— Realmente eu via uma felicidade nela que era contagiante, naquela noite nós fomos a igreja da Assembleia de Deus aqui de Betel e naquele dia eu entreguei minha alma ao Senhor.

— Mas por que não me contou filha?

— Eu tinha medo da sua reação, Amanda, Graziela e Evelyn ainda têm suas mães, mas eu só tenho você. Eu nunca conheci meus pais, você sempre foi meu pai e minha mãe. — Karen chorou e Keila também se emocionou.

— Então Amanda me procurou e me deu a ideia de ajudá-la na batalha no vale da perdição. Cezar concordou e eu fui para a capital treinar com o mestre Saito enquanto fazia o curso de moda que você havia conseguido para mim.

— Então ao invés de fazer o curso você ficou treinando?!

— Não, eu fiz todo o curso e treinava nos períodos de folga. Mestre Saito perguntou se eu era sua filha porque me achava idêntica a você.

— Ele disse que você tinha sido sua melhor aluna e que eu a superei. Ele me deu nota dez e o filho dele confessou que eu fui a única aluna dele a atingir aquele nível.

— Tinha que ser minha sobrinha mesmo. — comentou Keila com orgulho.

— Eu fui a última aluna dele. Após o treinamento eu continuei treinando como uma guerreira das trevas, mas já tinha combinado com Amanda de ajudar as valentes no vale.

— Elas estariam em desvantagem porque Arthur, sendo injusto, mandaria Renúncia e Ômega para atacar as valentes.

— Mas as valentes não sabiam?

— Não, apenas Amanda sabia, mas houve um problema quando caímos da montanha. Amanda amorteceu nossa queda com seu grito, mas sumiu em pleno ar e eu sozinha fui ajudar as valentes.

— Depois eu trabalhei como informante de Cezar para ajudar a derrotar Arthur. Eu não gostava dele e da maneira como ele a tratava. Me desculpe tia, mas eu fiz o que achava correto.

— Eu preciso pensar em tudo que me contou filha. Você me traiu, mas foi fiel a Deus.

Keila foi para o seu quarto e durante alguns dias não conversou muito com seus empregados e com suas sobrinhas.

Quatro dias após ter sua identidade secreta descoberta por sua tia, Karen recebeu uma ligação de Amanda perguntando como estavam as coisas. Karen informou sua prima que o clima não era dos melhores, mas que sua tia não estava brava, mas quieta e pensativa.

Amanda disse que iria orar por elas e pediu que sua prima tivesse calma. Após desligar o telefone, Karen deitou-se em sua cama para ler um pouco e Keila invadiu o seu quarto com duas espadas que não estavam afiadas nas mãos, ela jogou uma na mão de Karen e gritou.

— Nunca ninguém me derrotou em um duelo, vamos ver se você é nota dez mesmo.

Karen pegou a espada e as duas travaram um duelo equilibrado, eles desarrumaram todo o quarto e quebraram alguns móveis, a luta se estendeu por alguns minutos até que Karen desarmou sua tia.

— Você ganhou porque eu me cansei, se eu fosse um pouco mais nova... — disse Keila muito ofegante.

Keila recuperou o fôlego e deu um forte abraço em sua sobrinha.

— Eu te amo filha e obrigado por ter ficado comigo.

— Eu sempre estarei ao seu lado tia, sempre, afinal, não é à toa que falam que eu sou a sua cópia.

— É verdade, até o mestre Saito achou que você era a minha filha, mas na verdade você é mesmo. É parecida comigo até no gênio.

As duas se abraçaram e Keila colocou a roupa de Prisma na frente do seu corpo.

— Será que serve em mim? — As duas riram muito e Graziela entrou no quarto perguntando o que tinha acontecido.

Enquanto Keila fazia as pazes com sua sobrinha, Charles e Jéssica enfrentavam grandes problemas. 

Esquadrão dos Valentes - Apocalipse, o fim da sagaOnde histórias criam vida. Descubra agora